29 maio, 2006

Um senhor no meio de miúdos

Acabou o Europeu de futebol para Portugal. Apesar de vencer a Alemanha e de igualar esta e a Sérvia em termos de pontos, os golos ditaram o afastamento do país organizador.

Não sou pessoa de chorar sobre leite derramado (muito menos quando se trata da selecção), mas admito que contava com mais desta equipa. Afinal de contas, jogaram em casa, com estádios cheios, são bons jogadores e fizeram uma qualificação brilhante. Mas tudo falhou neste europeu.

Falhou a preparação, já que só muito tarde conseguiram reunir todos os jogadores. Falhou a ligação com a selecção principal que a todos beneficiaria, já que Scolari e Agostinho Oliveira andam às turras.
Falhou o jogo mental, já que foi transmitido a um grupo de miúdos uma ideia errada que tinham a obrigação de ganhar e que era fácil.
Falhou o jogo inaugural, já que não houve equipa.
Falhou o jogo contra a Sérvia, já que não houve cabeça.
Falhou o último jogo, já que não houve jeito.

Mas no meio disto tudo é impossível não destacar Raúl Meireles.
Eu sei que o Bruno Vale, o Nani e o Varela também tiveram os seus momentos. Mas nestes 3 jogos só houve um elemento a jogar como gente grande.
Ele foi médio defensivo, ele foi médio atacante, ele foi central, ele apareceu na área como um ponta de lança, ele recuperou, ele passou curto e longo, ele fintou, ele rematou... Tinham-lhe dado umas luvas e ele tinha defendido.
Que ele é muito bom já todos sabíamos, que ele ia ser de longe o melhor deste Europeu não contávamos.
Parabéns Raúl.

Voltando à análise deste Euro, acho que ficou muito por dizer.
Por exemplo, não vi ninguém preocupado com o facto de chegarmos a um campeonato da Europa com um único ponta de lança (desculpem, mas para mim o Lourenço não conta como ponta de lança). E, pior, estamos a falar do Hugo Almeida.
Também não vi ninguém preocupado com o facto da nossa defesa ser composta por um central de uma equipa que desceu e que só há pouco se naturalizou, por um central de uma das defesas mais batidas da Liga, de um lateral direito que para além de ter jogado muito pouco também não está habituado a jogar com os colegas e um defesa esquerdo cuja única característica positiva que lhe reconhecem é ser do chelsea.
Também ninguém ficou preocupado com a vinda forçada do Quaresma para esta equipa e com o facto de assumirem que ele era a estrela maior da formação, quando todos sabemos como reage o Quaresma quando se acha o melhor.

Também ninguém achou estranho Portugal entrar com 3 médios defensivos num jogo que tinha que ganhar 3-0.
Também ninguém achou estranho o Agostinho não pôr um gajo que joga no Bolton e que por acaso faz qualquer posição na linha avançada.

Também ninguém criticou as substituições que a mim me pareceram sempre ridículas.
Também ninguém criticou um pseudo número 10 que marcou o único golo, mas que é incapaz de pegar na bola e conduzi-la, enfrentar os adversários e evitá-los como cabe a um verdadeiro número 10. Ainda por cima deu uma péssima imagem a Portugal ao passar a vida a atirar-se para o chão e ainda ir ao flash interview queixar-se.
Também ninguém criticou a falta de apoio dos senhores lá de cima, já que não se viu ninguém verdadeiramente ao lado desta equipa.

Também ninguém achou curioso a agressividade dos jornalistas e comentadores com estes miúdos, quando costumam ser tão calmos e pacientes com os meninos do Scolari.

Espero que sirva de lição. A todos.

26 maio, 2006

26 de Maio de 2004

Gelsenkirchen. Demorámos dias só para conseguir soletrar direito a palavra.

Estávamos em Fevereiro de 2004. O campeonato nacional estava mais uma vez controlado e ainda acordávamos todos os dias a relembrar Sevilha.
A equipa era praticamente a mesma. Os rapazes faziam-nos sonhar, como qualquer adepto que imagina um dia ganhar o principal torneio de clubes. A diferença é que nós estávamos bem acordados.

Oitavos-de-final: Manchester United. Um dos maiores clubes da Europa, com estrelas a desfilar no plantel.
Vieram cá a falar de supermercados e até marcaram primeiro. O McCarthy fez questão de os mandar embora com 2 grandes sacos de compras.
Como todos os ingleses, não gostaram da ideia de perder com Tugas. Um tal de Fergunson, que de Sir tem muito pouco, acusou-nos de teatreiros e tentou reduzir a nossa dimensão.
Marcaram primeiro. Não fizemos muito durante o jogo, mas no fundo todos sabíamos que os quartos vinham aí. 90 minutos, livre: McCarthy, Howard, Costinha. Como é que se diz “toma lá!” em inglês?
Foi um dos maiores festejos de sempre dos milhares que estiveram no Teatro dos Sonhos. Ainda hoje choro por não me terem deixado embarcar. Alguém devia dizer àquela **** que impediu uma pessoa de ser mais feliz.

Quartos-de-final: Lyon. O campeão francês, que domina em termos nacionais e que começava aqui a sua aventura na Europa.
Jogámos de novo cá primeiro. 2-0, sem espinhas. Marcaram os melhores jogadores da equipa, Deco e Ricardo Carvalho, e que fizeram por ser os melhores da Europa nessa época.
A aventura para Lyon foi a vingança por ter falhado Manchester. O Maniche de outros tempos marcou os 2 golos que nos valeram o empate e o passaporte para as meias.
Seria normal e até ficava bonito eu agora escrever: “parecia irreal”. Mas não pode ser, porque mais real do que aquela equipa a arrumar as outras não havia.

Meias-finais: Deportivo. Uma equipa que ganhou destaque na última década e que só tinha acabado de fazer uma reviravolta impressionante na eliminatória contra o pequeno Milan.
Primeiro jogo cá, pois tá claro. Como já ninguém escondia o desejo, pedimos aos rapazes a final. O 0-0 acabou por nos deixar com os pés bem assentes na terra (se é que há terra quando se fala duma meia-final).
Chovia imenso lá, mas para nós o dia estava perfeito. A alegria por estar ali misturava-se com o medo de morrer na praia.
A Corunha estava azul e branca. Incrível a adesão dos adeptos. Até arrepiava ver os prédios, os carros, as pessoas, tudo de azul e branco.
Depois de meses no estaleiro, tinha que ser ele: o nosso Ninja (que alguns acéfalos fizeram questão de esquecer em troca de vá-se lá saber o quê) a resolver.
No final, fomos aplaudidos pelos adversários, que nos desejaram sorte para a final. Ainda hoje torço pelo Deportivo na Europa.

FINAL: Mónaco. Um clube mais pequeno do que nós, que só tinha eliminado o Real Madrid e o Chelsea e que só contava com a ajuda de Morientes, Giuly e Companhia LDA.
Pensava que não era possível sentir tanta ansiedade. Custava-me comer, custava-me falar, custava-me até dormir(!). Não era tanto por uma questão de falta de confiança, porque todos sentíamos que aquilo ia mesmo ser nosso; era mais porque acho que só nesta altura é que nos apercebemos onde estávamos.
A final da Liga dos Campeões.
Não é por acaso que só aqui escrevo isto. A f-i-n-a-l d-a L-i-g-a d-o-s C-a-m-p-e-õ-e-s. Aquilo que vemos todos os anos, sentados no sofá, de boca aberta com a qualidade das poucas equipas que conseguem lá chegar. Aquilo que sabemos que todo o mundo está a ver e a pensar: “quem me dera ser daquela equipa”.
Nós fomos o Top daquele ano. Naquela época não houve Ronaldinhos e Henrys. Houve Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, Derlei e Carlos Alberto. Impossível esquecer este 11. Foram eles que entraram ali, naquele estádio super imponente; foram eles que o mundo, sentado no sofá, viu; foi com eles que todos ficaram de boca aberta. E nós éramos mesmo daquela equipa.
Carlos Alberto, Deco, Alenitchev. Sem hipóteses.

Gelsenkirchen. Há 2 anos passou a constar no nosso dicionário. Para quem não sabe, é sinónimo de inesquecível.

25 maio, 2006

portugal 0 - frança 1

Dizem que foi um péssimo jogo. Dizem que Portugal jogou muito mal. Dizem que o público não apoiou. Discordo, discordo, discordo.
Não foi um jogo péssimo; foi um jogo normal para quem está habituado a ver os jogos do campeonato português. Ok, foi péssimo.
Portugal não jogou muito mal; a França é que jogou muito bem. Acho que até 3ª feira ninguém tinha descoberto isso. Só eu é que já sabia que eles para além de grandes jogadores têm uma grande equipa? Mas pronto, nós temos a parte dos bons jogadores. Afinal de contas temos o Raúl Meireles, o Quaresma, o Manuel Fernandes e o Bruno Vale. Só nos falta a parte da equipa. E, pronto, tivemos durante 90 minutos o Hugo Almeida, o Nélson e o João Moutinho. Ok, Portugal jogou muito mal.
O estádio estava cheio daqueles "adeptos-malucos-pela-selecção-de-todos-nós-que-não-percebem-nada-de-futebol". E como todos os adeptos de circunstância, antes do jogo já éramos praticamente campeões europeus, depois já temos os piores jogadores do mundo. Ok, o público não apoiou.

Gostei de ir a Braga. Porque gosto de futebol e, como tal, é bom variar de vez em quando. Só não estava era à espera de variar tanto.
Aquele não é o futebol que eu vi esta época. É certo que o Porto não foi brilhante, mas é tudo uma questão de atitude e aquela não é a atitude à qual já me habituei de novo.
Enfim, espero que os putos aprendam a lição e que, milagrosamente, hoje entrem em campo como uma equipa. E já agora que o público tenha metade da paciência que tem com a equipa do Scolari. Sim, porque esses levam 3 da Espanha em casa e 'tá-se bem, mas os miúdos não podem perder com a melhor equipa do torneio... e com o Hugo Almeida em campo(!).

23 maio, 2006

21 de Maio de 2003

Três anos...

Fomos passando várias eliminatórias e sem darmos por isso estávamos nos quartos-de-final. Saiu-nos o Panathinaikos e não ficámos muito contentes - os gregos dão-nos azar. 0-1 cá. Que desilusão... Mas o treinador pediu-nos que acreditássemos e nós acreditámos. Nós e os 11 heróis da Grécia. Que saudades daquele Derlei que mesmo lesionado nos deu um dos melhores 0-2 de sempre...
Veio a Lazio, enquanto os rivais da rotunda ficavam com o Celtic. 0-1 para eles, mas nós nem nos incomodamos. Aquela equipa era imperial e o 4-1 final acabou por não nos surpreender. Fomos lá passear...
Sevilha... e o Celtic que, felizmente, arrumou os remendados e tornou aquela final ainda mais mágica.
O calor, a sede, os abastecimentos nas estações de serviço espanholas, os avé maria na camioneta, os amigos escoceses/irlandeses... A euforia, a ansiedade, o friozinho na barriga...
90 minutos eléctricos, 4 golos, sempre a cantar... O golo do Derlei que nos levou a uma dimensão que eu desconhecia... A loucura do regresso, dias e dias de festa...

... e parece que foi ontem :)

Europeu sub21

Começa hoje o Europeu de futebol na categoria de sub21. As expectativas em torno da selecção portuguesa são muitas, já que o plantel ao serviço de Agostinho Oliveira está repleto de craques:

1-Bruno Vale: o guarda-redes do Porto fez uma excelente época ao serviço do estrela da amadora e será o mais que provável guardião da baliza nacional. Com o Mundial à espreita...

2-Nélson: o defesa do benfica prometeu muito no início da época mas acabou por ser remetido para o banco. Ser suplente do Alcides é muito mau sinal...

3-Raúl Meireles: com uma época estupenda, surpreendeu tudo e todos. Um dos pilares dos campeões nacionais tem a titularidade mais do que justificada.

4-Semedo: sinceramente, não o vi jogar.

5-Pedro Ribeiro: entre o marco e o Porto B, uma época regular que lhe valeu a convocatória para o Euro.

6-José Castro: uma das maiores revelações da passada temporada valeu-lhe um contrato com o atlético de madrid.

7-Ricardo Quaresma: a estrelinha da equipa. Provavelmente, ninguém estaria à espera que ele estivesse nesta lista, mas já que está, espero que aproveite.

8-Manuel Fernandes: se Quaresma atrai mais as atenções, para mim este é actualmente o melhor jogador dos sub21 portugueses. É pena estar onde está.

9-Hugo Almeida: uma época com muitos altos e ainda mais baixos deixam-nos com algumas dúvidas se terá a pontaria afinada.

10-João Moutinho: uma grande época fê-lo sonhar com a selecção A. Ficou-se pelos sub21 e agora só tem de mostrar o que vale.

11-Diogo Valente: regular e cauteloso, já tem contrato com o Porto. Sinceramente, não me parece um fora de série, mas pode ser que este campeonato me prove o contrário.

12-Paulo Ribeiro: o guarda-redes (não) campeão nacional será um suplente de luxo.

13-Rolando: recentemente naturalizado, o central do belenenses procura afirmação junto dos "novos" colegas.

14-Custódio: sinceramente, acho-o muito fraquinho, um dos elos mais fracos deste plantel. Querem provas? É titular do sporting.

15-Morais: é do chelsea. Medo...

16-Bruno Amaro: não se pode dizer que tenha tido uma grande época, mas veremos do que é capaz numa equipa melhor.

17-Varela: promete muito e tem feito muito pouco.

18-Nani: gosto muito de o ver jogar (fora quando está de verde).

19-Ricardo Vaz Té: um dos poucos emigrantes desta selecção.

20-Lourenço: outro que promete explodir há anos e nunca mais.

21-Filipe Oliveira: boa época no marítimo, mas é muito provável que passe muito tempo no banco.

22-Daniel Fernandes: o 3ª guarda-redes nunca pode ter grandes expectativas. Boas férias Daniel.


Já sabem que não sou grande adepta das selecções. Não consigo perceber aquela euforia, mas admito que estes miúdos merecem estar aqui e ir o mais longe possível.
Hoje vou a braga vê-los e espero que os maluquinhos da selecção apoiem tanto ou mais estes do que aqueles que já só vestem a camisola das quinas por dinheiro.
Boa sorte rapazes

15 maio, 2006

O meu amigo Scolari

Há meses que ando preocupada com o Mundial. Só de pensar num jogador meu lesionado ou num jogador meu a ser vendido à custa do Mundial, até tremia.
Mas ao longo do tempo comecei a aperceber-me que não tinha assim tantas razões para me preocupar. Afinal de contas, o seleccionador nacional chama-se Scolari.

Ora bem, hoje foi divulgada a lista de convocados para a selecção A. Como todos já sabíamos, Quaresma não está lá. Óptimo.
Mas porra, está lá um portista. Um portista?? Mas porquê?? Que mal fiz eu para ter um portista na selecção? Ah, esperem, é o Ricardo Costa. Como é que depois de meses em que ele mal jogou eu não estava a contar com isto?
Que grande desilusão, Scolari. Ias para lá sem nenhum dos nossos e eu desta vez até punha uma bandeira de Portugal na varanda.

Para quem ainda consegue criticar o meu amigo Scolari, a minha análise não vos vai deixar dúvidas:

Ricardo- este é merecido. Ele também não dá hipóteses aos outros: ainda agora em vila do conde fez questão de mostrar porque é que é o titular da selecção.
Quim- este não joga, por isso tem mais é que ir à selecção.
Bruno Vale- dos raros jogadores que joga mesmo no clube que representa e que ainda por cima até joga bem. Sendo assim, não percebo o que é que está lá a fazer.
Miguel- ao sair do benfica, deixou de ser um dos adorados dos media portugueses. Mas Scolari não se esqueceu dele e convocou-o, até porque ele nem sempre joga.
Fernando Meira- Outro que não percebo porque é que foi convocado.
Caneira- No valência nada, no sportem ainda veio a tempo de sair humilhado. Bem convocado.
Nuno Valente- Ainda não se percebeu muito tempo se já está recuperado. Bem convocado, titular indiscutível.
Paulo Ferreira- Já não está no Porto. Bem convocado, titular indiscutível.
Ricardo Carvalho- Já não está no Porto. Bem convocado, titular indiscutível.
Ricardo Costa- muito mal convocado. Ao menos não joga, o que é sempre um factor a ter em conta.
Boa Morte- Grande época, fala-se de um interesse do Real Madrid. É pena o Robert não ser português senão estavas lixado.
Deco- Da época do Deco não falo. Só relembro que na equipa ideal do Scolari ele não era titular.
Costinha- Não joga há meses e já não está no Porto. Titular indiscutível.
Maniche- Mal joga, curte ser expulso e já não está no Porto. Titular indiscutível.
Cristiano Ronaldo- É o Cristiano Ronaldo, mas mesmo assim teve sorte porque o Moutinho fez minutos a mais para ser convocado.
Figo- Não foi este que deixou a selecção? Ah pois... Ai Catarina, essa tua mania de fazeres perguntas inconvenientes!
Hugo Viana- Jogou pouco, por isso enquadra-se nos critérios.
Petit- Caso seja preciso dar um soco num árbitro outra vez, desta vez ao menos vamos preparados com um expert.
Simão- O Brasil, a França e a Argentina andaram a tentar contratá-lo, mas ele não quis.
Tiago- Exibições brilhantes no Lyon. Não se percebe esta convocatória. Com sorte, vem parar ao Porto e deixa de ter este incómodo.
Pauleta- Continua a marcar por França, enquanto cá é aquele zero que todos sabemos. Por isso, bem convocado.
Nuno Gomes- uns jogos irreconhecível, mas uma época no geral ao seu nível. Bem convocado.
Postiga- sem hipóteses no Porto, foi para França à procura da glória. Marcou 2 ou 3 golos. Bem convocado.

E daqui a uns dias cá estarei, do Irão, do Méxio e de Angola desde pequenina... E com a bandeira em honra ao Scolari.

setúbal 0 - FCPORTO 1

Não gosto do ambiente da Taça. Aquela euforia toda (mais pela bebida que pela bola), aqueles milhares de adeptos que parece que só existem para ir ao Jamor e a tal "festa da Taça" não me entusiasmam minimamente.
Fui ao Jamor porque bola é bola e porque, afinal de contas, estava um troféu em disputa. Depois de uma semana de Queima, acreditem que foi dos maiores sacrifícios que já fiz.

Começou mal a final da Taça. A falta de organização (que há dois anos me fez estacionar o carro ao lado de um rapaz dos NN...) é assustadora. Estivemos 2 horas parados, a meia dúzia de metros do estádio. Quando finalmente entrámos no recinto de estacionamento, um polícia pergunta: "é para estacionar?" (como se nós pensássemos em levar o carro para o relvado...) e diz "deviam ter vindo mais cedo"...

À entrada estivemos mais uns minutos debaixo daquele sol, à espera de uns senhores que demoravam eternidades a ver um bilhete, enquanto nos apertávamos uns aos outros. Sou só eu que acho ridículo que com tanto estádio que esteve no Euro a final da Taça continue a ser feita nestas condições?

Enfim, adiante. O jogo teve oportunidades, foi bem disputado e, apesar do setúbal ter jogado muito bem, pareceu-me novamente que mais cedo ou mais tarde aquilo estava ganho sem sofrimento.
Aos 40 minutos, Adriano marcou o único golo da partida após mais uma assistência da estrela dos sub21.
O árbitro não teve influência no resultado e os adeptos fizeram a tal "festa da Taça".
Não fosse mais uma demonstração de prepotência e incompetência da nossa polícia e tinha sido realmente uma festa. Eu disto nem vou falar porque já sabem a minha opinião e as imagens mostram tudo.

Incrivelmente, hoje pouco ouvi falar da Taça. Nada que não estivesse à espera depois de uma semana a falar-se de Koeman e Sá Pinto. Já sabemos como isto funciona. O que é certo é que ela já cá canta :)

boavista 1 - FCPORTO 1

Na última jornada da Liga, o Porto não foi além de um empate no estádio do bessa. Frente a um adversário que parece pouco capaz de fazer melhor, os dragões apresentaram-se com uma espécie de equipa B. Apesar disso, o futebol apresentado foi muito bom. Até porque no relvado estava um menino de nome Anderson, que começa a corresponder às enormes expectativas.

Nas bancadas, poucos adeptos num jogo que nada decidia por si só.
O ambiente ficou mais uma vez ao cargo das claques, que se esforçaram por justificar o dinheiro gasto nos bilhetes.
Por cá, um cântico novo. Cópia acústica da última moda nas curvas, aí está ele:
Juntos nós vamos
A todo o lado
Porto te amo
Por ti eu canto
Porto allez...

05 maio, 2006

Queima 2006

Amanhã começa a Queima das Fitas do Porto. Por motivos óbvios e, por incrível que pareça, porque vou ter muito trabalho, não conto escrever na próxima semana.
Para a última jornada, fica o desejo de mais uma festa, do nacional na Europa e do vitória na 1ª Liga.

Boa semana!

03 maio, 2006

FCPORTO 3 - guimarães 1

Dia de festa no Dragão - mais uma na curta história deste estádio. Quase 50 mil portistas lá dentro e muitos mais cá fora, entoaram o hino do nosso clube com o cachecol azul e branco erguido. Uma imagem para mais tarde recordar.

Do jogo não há muito a dizer. As emoções não estavam propriamente concentradas no resultado, porque mais uma vez tivemos uma equipa capaz de nos dar algumas semanas de festa.
Já descansadinhos da vida, enquanto outros ainda andam aflitos para salvarem a época, os jogadores do Porto não quiseram dar razão a algumas vozes que durante a semana inventaram negócios que envolviam o facilitar a vitória ao guimarães e cedo mostraram que estavam ali com todo o profissionalismo característico dos grandes campeões.
Os jogadores do vitória lutaram pelos pontos que estavam obrigados a conquistar e a 1ª parte foi sobretudo uma constante disputa pela posse de bola, com poucos lances de golo eminente.

Só aos 69 minutos tivemos motivos para saltar. Lucho converteu uma grande penalidade que pelos vistos não foi (eu não vou comentar a arbitragem porque, sinceramente, não vi nada do jogo, mas já ouvi dizer que foi péssima para os dois lados... Mais uma para a lista deste ano).
O vitória não baixou os braços e aos 84 minutos Antchouet ainda empatou a partida.
Mas é difícil travar a euforia destes jovens jogadores, quando muitos estão a viver um sonho.
Aos 88 e aos 93, Lucho e Adriano deram a vitória aos novos campeões nacionais.

Depois do apito final, os portistas ainda tiveram direito a aplaudir os jogadores um a um. De notar a grande empatia com todos sem excepção (são campeões, não há discussão nestas alturas). Vitor Baía foi sem dúvida o mais aplaudido, provando que pode ser o número 2 deste sistema, mas no nosso coração é e será sempre o número 1.

Não posso deixar de confessar a minha tristeza como adepta pela eventual descida do vitória. Como já disse mil vezes, gosto de ver estádios com gente que puxam realmente pelo seu clube. Com garra, com amor, com dedicação. E nisto os vitorianos ganham aos pontos. Boa sorte para a última jornada.

Quanto a nós, CAMPEÕES, resta-nos dar um salto aos vizinhos traiçoeiros, gastar um dinheirão com o bilhete e festejar mais uma vez. É chato.