30 dezembro, 2007

O que eu quero para 2008:

1. Sermos tri-campeões
2. Irmos o mais longe possível na Liga dos Campeões
3. Ganharmos a Taça e a Supertaça (não quero saber disto para nada, mas é sempre uma questão de "antes nós do que os outros")
4. Que Portugal vá à final do Euro e perca nos últimos minutos com um frango do Ricardo (déjà vu)
5. Vender o Postiga. Ou pagar para que fiquem com ele
6. Ganhar todos os jogos contra o sporting e o benfica por mais de 3 golos de vantagem
7. Que o Camacho, o Vieira e o Nuno Gomes continuem no benfica
8. Que o Paulo Bento, o Filipe Soares Franco e o João Moutinho continuem no sporting
9. Que o boavista acabe
10. Que o filme da outra e o livro do outro tenham muiiiiito sucesso
11. Que o Pinto da Costa vos atormente durante mais um ano inteirinho
12. Que alguém me arranje um emprego nesta área

Bom Ano para todos

23 dezembro, 2007

nacional 1 - 0 FCPORTO

O espírito natalício é uma coisa muito bonita, mas pôr o Postiga e o Mariano a titulares no mesmo jogo é demais.
Ah, e aquele penalty que ficou por marcar também foi uma bela prenda.

Bom Natal!

19 dezembro, 2007

Não sei se lhe chame lata, azia ou pura estupidez, mas o certo é que os jornalistas foram perguntar a Hermínio Loureiro as causas para o desinteresse desta Liga. Eu só gostava de ver se o líder com 10 pontos de avanço fosse de outra cor... Ui, que Liga tão fantástica que esta era!

Esta semana tem sido, aliás, bastante deprimente. Por isso, há que destacar outros assuntos. Os preferidos são "os problemas na noite do Porto" e "a ida de Carolina Salgado ao tribunal". Curiosamente, duas coisas que se podem traduzir por: "os Super Dragões são maus" e "o Pinto da Costa é corrupto". Repito: não sei se lhe chame lata, azia ou pura estupidez.

18 dezembro, 2007

Estranha mania esta dos adeptos do Porto não gostarem dos seus treinadores.
Aqui ninguém é recebido como um salvador ou um herói como noutros sítios. Aqui todos são recebidos com dúvidas na melhor das hipóteses. Ou porque nunca ganharam nada, ou porque no passado estiveram vocês-sabem-onde, ou pelas duas coisas. Só nos últimos anos, foi assim com Fernando Santos, foi assim com Mourinho, foi assim com os três de 2004/2005, foi assim com Adriaanse e foi assim com Jesualdo.

Fernando Santos chegou com o rótulo de "lampião" e, mesmo depois de 3 anos cá, saiu exactamente na mesma. Ganhou, mas não o suficiente para os portistas.

Mourinho ganhou tudo e utilizou provavelmente a técnica mais apreciada pelos adeptos do meu clube: odiar os outros todos, gozar com os outros todos. Mesmo assim, nunca foi idolatrado a 100% e no fundo todos sabiam que nos ia trocar de um dia para o outro. Bastou uma saída pela porta pequena para convencer os portistas que nem Mourinho é suficientemente bom para o FCP.

Del Neri nem teve tempo para suscitar dúvidas, Fernandez nunca foi apoiado, o nome Couceiro até foi apagado da nossa memória. Afinal de contas, o campeão do Mundo não é um clube qualquer. Qualquer portista continua a achar que o Porto tinha sido campeão este ano com qualquer um de nós a treinador.

Adriaanse tinha a seu favor o facto de ser estrangeiro. Mas logo conquistou a raiva dos portistas, imagine-se, porque tinha ideias próprias que seguia à risca, mesmo que o Tribunal não gostasse delas. Nem o golo de Jorginho em alvalade (que gerou uma onda de simpatia e até admiração por Adriaanse nos meios de comunicação social) bastou para que os adeptos do Porto gostassem do holandês, meio maluco é certo, mas que pôs a equipa a jogar como nem o melhor (?) treinador do mundo havia conseguido.

E eis que chega Jesualdo. Lampião. Que nunca ganhou nada. A equipa faz uma primeira volta fantástica, mas os adeptos pareciam estar à espera dos deslizes da segunda para apontarem o dedo ao professor: "eu tinha razão. Este gajo não vale nada". Jesualdo foi campeão. E como é que não se gosta de um campeão? Para meu enorme espanto (ou não), agora já diziam que Jesualdo só tinha ganho porque herdou tudo de Adriaanse (sim, leram bem).
Agora o Porto está imbatível, o Porto passa em 1º no grupo da Liga dos Campeões, o Porto joga com uma altivez só vista nos grandes (perdoem-me, enormes) clubes da Europa. E, mesmo assim, os portistas não gostam de Jesualdo. Deixem o Porto perder uma vez e lá vêm eles dizer mal do homem. "Eu tinha razão. Este gajo não vale nada!". Ah, esperem. Não é preciso o Porto perder. Isto acontece na mesma!

Confesso que não acho que Jesualdo seja o treinador perfeito para o meu clube. O problema é que não sei bem porquê. Sei constatar que os resultados têm sido óptimos, que o plantel está muito forte e que o treinador tem de ter algo a ver com isso. Acho que o meu problema é o problema de todos os portistas: tenho a plena convicção que eu era a treinadora perfeita para o Porto. Mesmo que provavelmente corresse mal em termos de resultados porque não tenho qualificações para tal, os adeptos do Porto iram sempre gostar muito de mim porque eu sou do Porto. Já estou mesmo a ver o Porto a perder 5-1com o guimarães e eu a ser aplaudida porque festejei imenso o golo (atirei-me para o chão e insultei os adversários) e ainda fui à conferência de imprensa dizer que perdemos mas continuamos a ser o melhor clube do mundo.

Era perfeito não era?

Pensem nisso.

E pensem também que, enquanto perdem tempo a pensar nisso, os clubes lá de baixo contentam-se com os maus treinadores que têm, com os maus resultados que daí advêm e com o ódio que têm ao Jesualdo.
Quem é o Villarreal para vir buscar o Lucho?

16 dezembro, 2007

FCPORTO 2 - 0 guimarães

Dizem que eram 3 mil, mas até pareciam mais. Os adeptos do vitória viajaram para fazer frente ao líder, como havia prometido o seu treinador. Cajuda disse e não falhou: o guimarães jogou futebol. Eles, os 3 mil(e tal), pagaram apenas 10 euros e cantaram do fundo do tal peito que bate forte. Puxaram por nós, que tivemos de mostrar quem estava em casa. E os jogadores deles puxaram pelos nossos, que tiveram de estar ao seu melhor, que é muito mais do que esta Liga aguenta. Eles, guimarães, merecem estar onde estão. Nós cá estaremos, sempre prontos para desejar um Bom Natal.

(Pouco se fala de futebol em Portugal... O país está triste. Até se esqueceram de destacar o facto do Porto ter ajudado benfica e sportem. Se o guimarães não perdesse pontos esta jornada...)

15 dezembro, 2007

Perguntas para Soares Franco:

"Enquanto eu for presidente do sportem, as claques do sportem serão sempre apoiadas desde que cumpram a sua missão. E a sua missão é apoiar"

* Disse que uma claque não pode criticar. Os outros adeptos podem, as claques é que não. Porquê? Não há liberdade de expressão? Eles têm de comer e calar porquê? São menos que os outros? Têm de ver meninos sem darem o mínimo por aquela camisola que eles amam e bater palmas? Não podem mostrar que querem o sportem a ganhar, coisa que pelos vistos mais ninguém quer?

* O sportem está a 12 pontos do Porto e já foi arrumado da Liga dos Campeões. O sportem não tem dinheiro e por isso não tem um plantel de jeito. Se a missão das claques é apoiar, a sua não deveria ser ganhar?

14 dezembro, 2007

Historinha do círculo

Era uma vez um político, sociólogo, historiador, professor e comentador.

Um político que nem se atreve a fazer política.
Um sociólogo no papel.
Um historiador por moda.
Um professor (pouco) conceituado.
Um comentador nunca construtivo.

No fundo, um cidadão português que gosta de usar palavras caras, ideologias profundas e raciocínios complexos para mandar uns meros 'bitaites'.

E assim se é um intelectual em Portugal.

Mas... Um dia, dois, ou muitos... as palavras foram brejeiras, as ideologias nublosas e os raciocínios limitados.

E assim se desmascarou o político, sociólogo, historiador, professor e comentador... ressabiado. De uma cidade onde consta que até nasceu. De um clube que não lhe dá muitas alegrias.

Ele que fique com o seu intelecto. Nós ficamos com o nosso Porto. E vivemos felizes para sempre.

Moutinho: toma lá, vai buscá-la

Numa viagem pelos fóruns do sportem (sim, eu gosto muito de os 'ouvir'. Principalmente nestas alturas, claro), descubro isto:

A atitude é reprovavel é grosseira.

Estou cansado desta lenga-lenga das claques que fazem milhares de quilometros e vão aqui e vão ali.

Eu gostava de ter a vida dessa gente, de ter dinheiro para ir a Manchester, a Roma, Kiev e andar por aí fora.

Mas não posso, tenho contas para pagar, responsabilidades, não vivo do ar nem da mesada do pai ou da mãe, nem do dinheiro das claque, nem a JL ou qualquer claque sustentam a minha familia !!


Este é apenas um dos comentários que atacam a JL pela atitude da passada quarta-feira.

Ora, estamos a falar do sportem. O clube da elite, onde ninguém suja o cachecol e muito menos faz 'coisas feias'.

Por isso, acho que não preciso de dizer nada. A não ser pedir para quem conhecer aquele adepto que atirou a camisola do João Moutinho lhe dizer por favor que ele é o meu herói.

FCPORTO 2 - 0 besiktas

O árbitro apita para o fim da partida. Os jogadores sorriem, trocam camisolas e abandonam o relvado como se nada fosse. Os adeptos sorriem, despedem-se com um "Sábado há mais" e saem do estádio como se passar em primeiro lugar num grupo da Liga dos Campeões fosse uma coisa normal. E é.

11 dezembro, 2007

chaves 0 - 2 FCPORTO

Não sei o que me surpreendeu mais: se foi o Porto ganhar a uma equipa portuguesa que não está na primeira liga, se foi o Postiga marcar um golo.

05 dezembro, 2007

À comunicação social e a todos os mouros (passe a redundância):

Isto de agora andarem a dizer que o Porto é muito melhor e que temos o campeonato no papo é tudo muito bonito, mas não enganam ninguém. Sabemos que a intenção é estar à espera do mínimo deslize para virem dizer que afinal o Porto não anda a corresponder às vossas expectativas. Por isso, o meu sincero conselho é que deixem de se preocupar connosco. Olhem para vocês próprios que isso aí é que é capaz de não andar a corresponder às vossas expectativas.

Contra tudo e contra todos.

Como marcar um golo perfeito

* fintar o David Luiz. Este é o primeiro passo e, por isso, o mais fácil

* chutar de trivela. Mostra-lhes que aquilo não é para todos

* fazer com que o Léo, o Luisão e o Quim vão uns contra os outros e parem todos no chão

* festejar muito, de preferência passando ao lado do Camacho que nessa altura está a pensar: "estes gajos é que jogam. Se jogarmos assim na terça comemos os ucranianos"

* rir. Rir muito.

* mostrar-lhes bem o nosso escudo, o nosso símbolo.




Todos nós sabemos que Quaresma nunca será um jogador à Porto. Faz o que quer e ninguém tem mão nele. Mas quem disse que um génio tem de ter limites?

Carta para o número 21 dos lampiões:

Não cuspas no prato onde já comeste

Então é isto que tens a dizer. Depois de perderes de forma tão humilhante em casa. Depois de não teres jogado nada. Depois de, mais uma vez, começares a ver o campeonato por um canudo.

Então é isto que sabes dizer. A quem já trabalhou contigo. A quem já viveu muitos mais anos de futebol do que tu. A quem, incrivelmente, só começou a ganhar quando chegou aqui.

Então é isto que podes dizer. Quando começas a ver que já não estás ali a fazer nada. Quando olhas para trás e vês o pouco que ganhaste em tantos anos. Quando, mais uma vez, tens de admitir para ti próprio que nós somos melhores.

Sabes, Nuno, eu nunca tive problemas contigo. Tanto no boavista como no benfica, nunca tiveste arte e engenho para nos incomodar. Até te digo mais: no Euro 2000 – quando eras à partida suplente do Pauleta e do Sá Pinto(!) – até fui capaz de dizer que estava ali um bom jogador.
Foste para Itália naquela famosa venda do meu querido amigo Vale e Azevedo e tiveste o azar da Fiorentina ter ido à falência. Pobre coitado.
Mas o teu benfica lá te foi salvar de uma carreira perdida. Regressaste que nem um D. Sebastião, pronto para arrasar as áreas adversárias.

Oh Nuno, mas estava eu aqui a pensar… Quando é que afinal tu fizeste mesmo isso? É que tenho algumas dificuldades em determinar exactamente quando é que tu foste um avançado decisivo para a tua equipa. Quando foi Nuno? Quando foi que tu marcaste muitos golos? Quando foi que ganhaste tudo o que havia para ganhar? Quando foi que ouviste um adversário dizer que era preciso ter cuidado contigo?
Eu não me lembro Nuno. Ajuda-me.

Lembro-me sim de 9 épocas nesse clube, onde ganhaste uma Taça e um campeonato sem querer. Lembro-me sim de um avançado que, normalmente, precisa de outro colega à frente, outro atrás e outros dos lados para ter algum rendimento. Lembro-me sim de uma camisola 21 que até mete dó ao falhar golos como aquele que falhaste no Sábado.

Também me lembro de vires ao Dragão marcar 2. Também me lembro dos 2 orgasmos que tiveste aí. Também me lembro do Bruno Alves te ter feito aquilo e, a partir daí, não teres marcado mais.

O que me leva a uma simples conclusão: tu, Nuno, gostas é do Porto. Explica tudo. Explica porque é que a tua carreira foi tão triste e infrutífera. Explica porque é que te matas todo contra nós. Explica porque é que te sentes mais frustrado de ano para ano.

Nuno, já não enganas ninguém. No Sábado, foste tu que desonraste o apelido que te deram. No Sábado, foste tu que te sentiste pequenino. No Sábado, mostraste como querias estar do outro lado.

Nuno: Não cuspas no prato onde querias ter comido

Liverpool – parte II

Quarta-feira, 18.45. Entrar em Anfield até foi, confesso, desapontante. O estádio não é nada demais, não é extremamente bonito ou intimidador. Tivemos a nossa grande oportunidade de mostrar que também estávamos ali no aquecimento, já que nem metade do estádio estava preenchida.
A 5 minutos do inicio da partida, o momento por que todos esperávamos. Impossível de transmitir em palavras. “You’ll never walk alone” é uma mensagem tão simples como eficaz. Lindo. Arrepiante. Quase que dá vontade de mudar de lado. Cantámos com eles, porque os nossos também nunca caminharão sozinhos.

Embalados pelos adeptos, eles começaram melhor. Nós parecíamos estar ainda num estado de convalescença depois daquele momento contagiante. Só o golo de Torres nos acordou (a nós adeptos e a nós equipa) para a realidade: o Liverpool era o adversário e nós queríamos ganhar. Como sempre.
Apoiámos o crescimento da equipa e o golaço de Lisandro deu-nos o melhor de toda esta aventura: fizemo-nos ouvir em Anfield Road. O sonho de qualquer adepto, digo eu. Melhor que os 3 “YNWA”, melhor que os cânticos originais e afinados dos ingleses, melhor mesmo do que aquele Kop cheio e sempre de pé. Éramos nós. E estávamos ali. E eles tinham de estar a levar connosco.
Os ingleses, ao contrário do que eu estava à espera, estavam calados. E assim ficaram durante muito tempo. E aqui está o bom de ir lá, de os ver e ouvir de perto. Afinal de contas, descobri que eles também são humanos.

O 1-1 estava a ser justo e controlado, mas nós (nós adeptos e nós equipa) até queríamos mais porque sabíamos que éramos capazes. Ora, ao contrário até do que costuma acontecer, Jesualdo entrou nessa onda e quis ganhar. Talvez tenhamos sido ingénuos. Talvez tenhamos tido só azar. Não sei. Só sei que Torres pegou na bola e fez aquilo que todos vimos. A saga dos jogadores que estão em má forma e que ressuscitam com o Porto continua (Adriano do inter, Solari no real madrid, shevchenko e ballack no chelsea…). “El Niño” passou-se e abriu caminho para os outros.
Um penalty que me pareceu causado por falta do avançado sobre o malogrado Stepanov (continuo a achar que ele é bom, agora mais porque ele faz as mesmas asneiras que o Pepe fazia do que propriamente pelas provas que ele me dá). Gerrard não perdoa, claro. E Crouch para finalizar.

Foram 3 golos de rajada, que ainda assim não foram suficientes para nos arrancar do primeiro lugar do grupo. No fim do jogo, houve palmas para os nossos rapazes. Mas não só. Houve palmas deles para nós e de nós para eles. Eles a reconhecerem o nosso valor, nós a reconhecermos que estávamos ali também (e muito!) por eles.
Benitez dorme agora mais descansado e até nos fez o favor de pôr alguns jogadores a correr à volta do relvado quando só nós estávamos ainda lá dentro. Digo um favor porque foi a nossa oportunidade de aplaudir e ser aplaudidos por aquele que para mim é o melhor jogador de equipa do mundo: Steve Gerrard. A propósito, o cântico dos adeptos para o seu capitão é absolutamente fantástico.

E assim saímos de Anfield. Com a cabeça a pesar à custa dos 4 golos, mas com o coração aos saltos porque estivemos ali, porque somos do Porto e por isso somos sempre melhores que os outros.

03 dezembro, 2007

Liverpool – parte I

A viagem a Liverpool merece mais. Ainda que o resultado seja para esquecer, ficam algumas histórias para contar.

Quarta-feira, 6 da manhã. Depois de uma noite quase sem dormir à custa da ansiedade, levantar nem custa muito quando o objectivo é ir a Liverpool. Os primeiros 300 kms foram feitos de carro, já que mais uma vez fomos às custas de uma low-cost.
Desta vez, Lisboa recebe-nos com indiferença, a não ser os funcionários do aeroporto que, ao verem tanto azul, tiveram de chamar reforços.
Ao embarcar, deparámo-nos com um adepto do benfica a viajar precisamente no sentido contrário ao nosso para ir assistir ao jogo com o milan. Mas há gente que faz mesmo milhares de kms para ir ver aquilo? Há malucos para tudo.
Não arrisco muito ao dizer que mais de metade do avião era de adeptos do Porto. A fé não era muita, mas a vontade de conhecer o ambiente mais fantástico da Europa Ocidental superava tudo.

Liverpool estava cinzento e chuvoso. Como sempre. Corremos para o hotel e saímos logo para Anfield. Os ingleses, ao contrário do que sempre me tinha acontecido, eram bastante simpáticos connosco: davam-nos indicações, não nos enganavam e até nos deixavam entrar no autocarro sem pagar. “São do Everton” foi a conclusão óbvia.
Mas à chegada ao estádio percebemos que a simpatia só vai até um certo ponto porque aí já nos perguntaram “porque é que vêm de tão longe para perder?”. Apeteceu-me dizer-lhes que nem estávamos ali pelo resultado, mas sim porque eles são do melhor que há no mundo, mas o facto de eles também serem meus adversários nesse dia fez-me conter.

Anfield. À volta é simples, escuro e feio até. Fizemos horas de um lado para o outro, a admirar os pequenos “cheirinhos” que nos davam do que é aquilo lá dentro. Os muitos portistas juntavam-se nas portas, onde senti na pele o famoso british humour.
Quando perguntei a um steward “is this here?” ao apontar para a nossa porta de entrada no bilhete, antes de me ajudar ele respondeu-me “Well… This is Anfield”.

02 dezembro, 2007

clube do Nélson Évora e da Vanessa Fernandes 0 - 1 FCPORTO

4 pontos a separar as duas equipas, a comunicação social em extâse porque o benfica podia ficar a 1 e aí o campeonato ia voltar a ter piada e destaque, os lampiões a acenar com 4 dedos na mão, 100% crentes que estava no papo. Como sempre.

Da viagem, nada a assinalar. Um pequeno destaque apenas para os milhares de lampiões que passaram por nós, a provar que o benfica vive dos adeptos do Norte. "Os piores".
Na chegada à luz já estranhávamos que estivesse a correr tudo tão bem. Mas claro que o facto do estádio não ter as minímas condições de acesso e de entrada de visitantes ajudou a relembrarmo-nos onde estávamos.

Lá dentro, também os poucos lugares para tanta gente se repetiu. Mas tudo bem, a malta até gosta destas coisas.
As gargantas começaram a afinar-se com o estádio ainda muito vazio (o que seria normal num jogo qualquer na luz), mas era a calma que reinava. Sabíamos que das duas uma: ou o Porto descambava e eles sacavam um golito naquelas investidas "à benfica", ou era só controlar.

Ora, rapidamente percebemos a resposta. Na primeira parte foi só desfilar. Se dúvidas houvesse, (claro que para eles e para a comunicação social nós íamos levar mais uns 4 ou 5) a equipa do Porto fez questão de mostrar quem são os melhores. A segunda parte foi mais equilibrada, mas nunca chegámos a sofrer.
Foram os 90 minutos mais claros dos últimos tempos: de um lado, uma equipa cheia de vontade, é certo, mas sem jeito; do outro, um Porto crescido, seguro, a disfarçar bem algumas debilidades derivadas sobretudo do cansaço.

Nas bancadas, o domínio também foi azul. Os NN só se destacaram ao mandar tochas uns para os outros e ao andarem à pancada uns contra os outros. Os DV lá estiveram ao seu nível, que não chega como foi bem claro. Aos adeptos do benfica restou-lhes assobiar para tentar calar os bi-campeões nacionais.

No final, tivemos de explicar aos adversários que os 4 dedos da mão já não chegavam. S-e-t-e. Agora são s-e-t-e.



E, pronto, foi assim mais uma vez. E, também mais uma vez, o campeonato deixou de ter piada e destaque. O que vale é que ainda temos o futsal, o Nélson Évora e a Vanessa Fernandes para animar o pessoal!

liverpool 4 - 1 FCPORTO

Ainda que o resultado esteja longe de corresponder ao que se passou, até pareceu que já adivinhava. E, sim, valeu a pena.




Em 1º lugar no grupo. Não é pra todos.