31 janeiro, 2008

CR

Um dia o L. disse que ele ia ser o melhor jogador do mundo. Rimo-nos imenso. Era apenas mais um puto que fazia umas fintas, decerto nunca chegaria tão longe. Hoje, quando pensava que já tudo tinha sido inventado no futebol, vejo isto e finalmente acredito que o L. tinha razão.



Porque, sinceramente, não percebo o que é que ele fez à bola.

30 janeiro, 2008

10 razões para odiar o sportem


Toda a gente sabe que o maior ódio dos adeptos do meu clube tem outro nome. Por causa de outros tempos e porque estão em todo lado. É um facto. Por isso mesmo, apresento-vos 10 razões para largarem essa ideia idiota que lá em baixo há outros que os odeiam tanto como nós e que, por isso, não devemos odiar muito esses. Mentira. No fundo, pretendo apenas mostrar-vos como é tudo a mesma merda.

1. A ELITE

O sportem assume-se como o clube da elite. Nasceu com um Visconde e cresceu através das classes mais altas de Lisboa. Hoje continua a ser reflexo disso mesmo. O lagarto típico é abastado, de direita e tem o cabelo à frente dos olhos. Não quero com isto dizer que estas pessoas não têm lugar no futebol. Nada disso. Só acho que estavam melhor num congresso do PP.

2. O ESTÁDIO

Deles não se podia exigir muito bom gosto, claro. Mas aquele estádio supera todas as más expectativas. Já fui lá 5 vezes e o meu primeiro pensamento ao entrar continua a ser: "que coisa tão feia". De maneira que me irrita aquela conversa de "isto é muito moderno" e "serve para disfarçar quando está pouco público". Admitam que têm um dos estádios mais feios do mundo e que, ainda por cima, pagam mais do que qualquer outro adepto a jogar em casa.

3. O HINO

Poderia ficar-me pelo nome Maria José Valério e vocês já alcançavam a ideia. A menos que seja só a mim que ela me irrite. Não acredito.
"Rapaziada oiçam bem o que eu lhes digo/ E gritem todos comigo/ Vivó sportem/ Rapaziada quer se possa/ Ou se não possa/ A vitória será nossa/ Vivó sportem". Há hinos muito bonitos em Portugal. Este não é, certamente, um deles. A letra é ridícula, o ritmo é enervante... e é cantado por uma mulher com uma madeixa verde.

4. O VERDE

Dizem que é a cor da esperança e realmente esperança é coisa que não falta aos lagartos. Ser do sportem é, acima de tudo, conseguir não se suicidar depois do jogo com o CSKA. Aí tenho de dar o braço a torcer, porque eles aguentam coisas que não estão à altura de qualquer ser humano.
Mas voltando ao verde, sou só eu que acho que eles têm um equipamento horroroso?

5. CACHECÓIS, NOMES E CÂNTICOS

O lagarto tem, por norma, aqueles cachecóis às riscas, bem lavadinhos e apenas pousado sobre os ombros. É chique e deve ser por isso que se roubam tão poucos cachecóis do sportem: Channel custa a queimar.
Pesquisei alguns nomes de ex-presidentes deles (é triste, eu sei): Pistacchini, Navarro, Cazal-Ribeiro, Nazareth, José de Sousa Cintra, Pedro Santana Lopes (este nem é nada de especial, mas tinha de estar aqui porque eu gosto imenso dele), Holtreman-Roquette, Dias da Cunha... Enfim, só para vos mostrar como se torna aborrecido dizer qualquer coisa como "oh Holtreman-Roquette, vai para o ...".
Estes elitismos todos levam-nos a pensar que são mais do que nós, reles membros da plebe. E, por isso, enchem-nos de falsos moralismos. Por exemplo: querem acabar com os insultos no futebol. Já é triste que alguém cante que tem "uma curva belíssima", quanto mais tirarem-nos vocábulos que servem apenas para relembrar os adversários que a mulher deles pode, por exemplo, estar a traí-lo naquele exacto momento. Ou que, infelizmente, a mãe do árbitro entrou no triste mundo da prostituição.

6. O CLUBE COM MAIS TÍTULOS NA EUROPA

A par do Barcelona, se não me engano, o sportem ostenta o orgulho de quem tem mais de uma centena de títulos juntando todas as modalidades. Por exemplo, na secção de campismo, os lagartos são invencíveis na malha. Só no futebol é que têm um palmarés muito fraco. Mas também quem é que dá importância a 11 homens a correr atrás de uma bola?

7. LISBOA - 2ª CIRCULAR - MOUROS

Não percebo como é que se odeiam tanto os outros e se esquecem das semelhanças com estes. A mesma cidade, a mesma zona, o mesmo povo. Deviam ter direito ao mesmo ódio. É uma injustiça.

8. A CANTERA

Digam lá que esta não é a palavra mais lagarta do mundo? Até dá vómitos só de escrever. Eles orgulham-se de terem uma das melhores escolas da Europa, mas depois é vê-los à rasca de dinheiro porque não a sabem aproveitar. Adoram o Figo e ele festeja golos contra eles. Batem palmas ao Ronaldo quando ele marca contra eles. Dão o Quaresma e o Simão aos maiores rivais. Chega a meter dó.

9. O SISTEMA

Ora aí está mais uma palavra inventada pelos lagartos. Nunca cheguei a perceber se era o Porto que queriam atingir com isso, se era o benfica, se eram ambos, se era o Carcavelinhos (sem desprimor para o grande Carcavelinhos). Acho que, no fundo, nem eles sabem o que querem dizer com isso. Mas nem é o ladrar deles que me irrita, disso até gosto, de os ver com os olhos vermelhos a dizer que aquilo não foi um atraso.
O que me tira do sério é a atitude deles perante a arbitragem. Um adepto do sportem não faz nada senão mandar vir com o árbitro. Para eles, cada vez que o Moutinho cai ao chão é falta, penalty, duplo cartão vermelho e 10 jogos de suspensão. E depois são campeões à custa do Paixão ou dos mergulhos do JVP e já não piam.

10. NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM

Na loucura, mandam os adversários "bugiar". Quando se irritam, dizem "bolas". E há os que até chegam a gritar "caramba!". Recebem-nos bem, nem umas pedritas ou umas garrafinhas pelo ar, e até nos deixam, em condições normais, abafar a casa deles. Assim não pode ser. Que eles sejam do sportem porque não percebem nada de futebol, tudo bem. Que eles sejam elitistas e tudo mais, na boa. Agora, por favor, comecem a perceber que nós queremos mesmo que nos odeiem.

P.S. Este post é, obviamente, uma brincadeira. Na verdade, é impossível não gostar do sportem.

28 janeiro, 2008

sportem 2 - 0 FCPORTO

Eu não acredito em Deus.

1 - Lucho entra sem dificuldades pela área leonina, bate Ronny e Polga e atira ao lado

Porquê? Porque nunca O vi e nunca vi nada que Ele tenha feito. Por exemplo, já vi o Tarik marcar um golo à Maradona e nunca vi Deus a fintar sequer o Tonel.

7 - Golo anulado a Lisandro

Vá, convençam-me lá a acreditar n'Ele. Quero provas.

8 - Pereirinha fica a ver Lisandro passar e atirar com toda a força ao lado

E começo por dizer que não vai ser fácil. Hoje, mais do que nunca, sinto-me muito ligada às ciências exactas. Sei que 8 e 11 são menos que 11 e 14, mas acredito que sejam mais do que o suficiente.

27 - Canto de Cech, Lisandro cabeceia rente à baliza de Rui Patrício

É que eu sou uma pessoa de factos. Por exemplo, é um facto que o 2º golo do sportem foi em fora-de-jogo. O fiscal-de-linha e o árbitro é que não marcaram. Erro humano, nada de intervenções divinas.
Outro exemplo: o Paulo Bento dizer que a vitória foi merecida dá-me vontade de rir. É um facto. Ele dizer que tiveram "uma pontinha de felecidade" é que pronto... valha-me Deus.

41 - Livre perigoso... sobra para Pedro Emanuel que atira fraco para as mãos de Rui Patrício

Ouvi dizer que Deus olha por cada um de nós. Ai é? Então onde é que esteve Deus ontem para o Bosingwa? Se Ele existisse e olhasse pelo Zé, o rapaz tinha acertado pelo menos um passe.

45 - Remate de Bosingwa defendido por Rui Patrício

Talvez seja por nunca ter tido uma experiência pessoal com Ele. Podem chamar-me a atenção para quando o Derlei marcou o 3º em Sevilha, quando o defesa e o guarda-redes falharam o corte por milímetros. Aí estava um bom motivo para eu acreditar n'Ele. Mas Deus, já que é tão bom, podia ser mais prático e partia uma perna ao Larsson aos 5 minutos de jogo. Assim não me convence.

52 - Raúl Meireles remate de muito longe. Rui Patrício defende

Já o Moutinho, por exemplo, tem mais do que razões para acreditar n'Ele. Cada vez que o rapaz cai (e Deus sabe como não são poucas as vezes que ele cai), morre. Mas Deus, em poucos segundos, faz um milagre e o Moutinho recupera. Tomem lá esta ateus!

53 - Passe de Paulo Assunção, Lucho na área cabeceia fraco. Tinha tempo para tudo

É por estas e por outras que sou mais a favor das superstições. Quando me desfaziam o nó do cachecol o Porto perdia pontos. Quando eu atirava a bandeira ao chão o Porto marcava. Não falha.

56 - Cruzamento de Fucile, confusão na área, Farías remata e Polga salva na linha

Quando cheguei a alvalade, fui para a cadeira do ano do Jorginho. Depois pediram-me para chegar uma para o lado. Conclusão: devia ser menos simpática e mais supersticiosa.

57 - Cruzamento de Bruno Alves, Farías cabeceia para a trave

É isso e os provérbios populares. "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" = se uma equipa tiver mil oportunidades de golo, uma há-de entrar. Ok, não foi um bom exemplo.
Tomem outro: "não há duas sem três". O Porto tem mesmo a mania de perder com equipas muito mais pequenas. Foi o atlético, foi o fátima... estava-se mesmo a ver que qualquer dia era o sportem.

66 - Lucho, com a baliza aberta, chuta ao lado

Ah e tal porque Deus é a concretização da nossa fé. Sim, e daí? Digam-me lá se ainda hoje não mete dó aquela fé dos lagartos na UEFA de 2005. Sacana do Deus.

68 - Remate em arco de Quaresma... quase

E depois vêm-me com histórias como a aparição em Fátima e não sei quê. Eu cá não acredito que 3 pastorinhos tenham visto mais do que um raio de luz. Mas é verdade que vou ser das únicas pessoas no mundo a poder dizer: eu um dia vi o Pereirinha a fazer um bom jogo. Juro.

70 - Farías, sozinho, tenta um remate acrobático

Omnisciente? Então deve saber porque é que um dia o Ronny decidiu ser jogador de futebol. Prove-o.

71 - Quaresma cruza para Lisandro que remata ao lado

Omnipresente? Só se for na baliza do Rui Patrício.

Perdi-me. Pronto, foram muitas assim.

Omnipotente? Nem Ele nos tirava a vantagem de um dia para o outro.

Deus afinal existe. E o filho da mãe do gajo é lagarto.

25 janeiro, 2008

25.01

Chama-se Ricardo Espírito Santo (um nome que associamos a outras áreas), mas este é o nome do realizador da Sport-TV que estava de serviço em Guimarães no fatídico jogo de futebol que roubou a vida ao húngaro Miki Fehér. Todos vimos e revimos até à naúsea as imagens do último sorriso de Fehér e as imagens terríveis do jogador a dobrar-se sobre si mesmo e a cair de costas, morto. Mas havia outras imagens, ainda mais terríveis, captando de frente o rosto do jogador e que desfaziam tragicamente essa ideia com que ficámos de, ao menos isso, a sua morte ter sido fulminante e quase pacífica. Essas imagens nunca as vimos (e espero que nunca as vejamos), porque o realizador Ricardo Espírito Santo, tendo de decidir no instante, optou por não as pôr no ar e porque a direcção da Sport-TV se recusou mais tarde a cedê-las a outras estações. Devemos assim à dignidade e à sensibilidade de um realizador e do seu director termos sido poupados a um ainda mais extremo deboche jornalístico do que aquele que, durante dias, nos foi servido a pretexto da morte de um futebolista. MST, Público, 30-01-2004

Publico isto não com a intenção de emocionar alguém com o bonito discurso de MST (reparem que ele critica o "deboche" e depois descreve o facto como se estivesse a escrever mais um romance), mas para sublinhar que ainda hoje há pessoas a aproveitarem-se do Fehér. Valham-nos alguns como este realizador.

24 janeiro, 2008

Há dois anos foi assim...

sporting-PORTO: a receita da vitória

Fazer um bolo não é tarefa assim tão fácil. Os ingredientes podem estar todos à nossa frente, mas basta uma mistura mal feita, uma dose mal calculada ou uns minutos a mais no forno para estragar tudo.
Esta vitória no WC lembra-me este processo. Reparem, os ingredientes estavam todos lá: do lado deles, já se viam campeões, achavam-se os melhores e bastava ganharem para nos ultrapassarem. Rumo ao título, diziam. Do nosso lado, tínhamos algumas dúvidas em relação à equipa e ao treinador nos jogos decisivos e sabíamos que a derrota era provavelmente o último atestado de vencidos que nos passavam esta época.
Era em casa deles, com os adeptos deles em óbvia maioria, num clima de euforia justificado pelos últimos resultados. Nós éramos 2500, os resistentes dos maus resultados frente aos rivais.
Mas eles são o sporting e nós somos o PORTO. Eles são grandes porque ganharam 18 campeonatos. Nós somos enormes porque conquistámos a Europa e o Mundo.
E eles são lagartos. A elite da capital que tem a sina de falhar quando os melhores não falham. E nós somos tripeiros. Filhos de uma Nação que viveu Viena, Sevilha, Gelsenkirchen e Tóquio.
Ganhar em alvalade não era fácil. Precisávamos de cuidado nas misturas, de cálculos precisos nas doses e de estar bem atentos ao forno.
A viagem começou por me contradizer no que diz respeito a misturas. Até lisboa cruzámo-nos com demasiados verdes e nem sequer umas bocas, nem uns arrufos. Nada. De um lado e doutro, reinava a precaução. Esperávamos pelo bolo para mostrar quem é o melhor chef.
O cortejo foi tranquilo. Eles nem nos baralhavam os ingredientes, nós estávamos confiantes na receita.
Durante o jogo as doses saíram perfeitas. Nós na bancada a apoiar e a calar os verdes. Os nossos rapazes no campo a empurrarem o adversário e a mostrarem que merecem o escudo na camisola.
O golo foi a cereja no topo do bolo. E aí esta analogia perde-se, porque nem com a receita é possível repetir aquilo. Se os momentos são de quem os vive, aquele vai morrer connosco. Que nem um bolo, que de tão bom que é não conseguimos dividir com ninguém.
Dizem que as melhores receitas são as tradicionais. Querem melhor tradição do que ganhar na 2ª circular e festejar o nosso bolo na cara deles?
O título está aí à porta. Basta estarmos atentos ao forno.


10 de Abril de 2006
C.

23 janeiro, 2008

comunicação social 0 - 3 FCPORTO

Peço desculpa por bater no ceguinho, mas acho que não fui a única a reparar que a comunicação social adorou as declarações de Quaresma. Nunca vi um jogador do Porto aparecer tanto tempo na televisão, na rádio e nos jornais. Bem, pelo menos não se pode dizer que os senhores jornalistas não tenham tentado.

E nós, portistas, o que é que ficámos a ganhar com isto?
* Desconfio que os assobios no Dragão vão acabar. Esta novela encheu finalmente de vergonha a massa assobiativa. Não foi por acaso que nestes dias não ouvimos ninguém dizer: "olhem, eu assobiei o Quaresma porque..."
* O Quaresma renovou contrato com o Porto, que por sua vez voltou a ter o jogador a 100%.
* E, claro, cheira-me que ele vai jogar bem em alvalade.

Ora, e o que é que eles, adversários em geral, ganharam com esta tentativa de crise?
* Hum... Bem... É difícil... Ah, já sei! Não tiveram de pensar neles próprios durante uns tempos.

Histórias de alvalade

11 de Janeiro de 2003: o meu primeiro sportem-FCPORTO. Entrei já o Porto estava a ganhar, fomos roubadíssimos e mesmo assim demos baile. No final, mimos da polícia que a televisão finalmente registou. 0-1

31 de Janeiro de 2004: sofremos um golo do Pedro Barbosa, é triste. De penalty, claro... 1-1

21 de Março de 2005: roubadinhos, roubadinhos... 2-0

8 de Abril de 2006: o melhor de sempre. Eu diria perfeito mesmo. Trocava estes pontos todos de vantagem por outro sportem-Porto assim. 0-1

22 de Outubro de 2006: o Djaló marcou o único golo da sua vida, nao foi? 1-1

27 de Janeiro de 2007: pelas contas dos meus sportem-Porto, vamos levar 2. Como a última vez que previ um resultado aqui acabámos a levar 4, não me vou rir depois de dizer isto.

22 janeiro, 2008

Depois da equipa eliminar o penafiel, o presidente do Sertanense veio dizer que gostava que lhes calhasse o benfica para, e passo a citar, me salvaguardar a época. Ou seja, ele tanto mostrou que não quer saber da equipa ir mais longe como não podia ter sido mais directo ao justificá-lo.
Agora saiu-lhe o Porto, é uma pena realmente.
Eu é que, ou muito me engano, ou não ponho lá os pés para lhe salvaguardar a época.

21 janeiro, 2008

FCPORTO 2 - 0 aves

Ando há meses a chamar a atenção para o facto de, à falta de adversários dentro das 4linhas, os jogadores do Porto terem de jogar contra os próprios adeptos. Agora foi preciso o Quaresma irritar-se para finalmente se falar disso a sério.

Quanto às palavras dele são, obviamente, exageradas e atípicas no FCPorto. Mas ele é o nosso Quaresma para o bem e para o mal... Pelo menos até ao fim da época, já dizia o outro.

Quanto ao essencial aqui, que são os estúpidos (pensei numa palavra mais erudita, mas eles não merecem mais do que um "estúpidos" mesmo) que puxam do assobio por tudo e por nada, no final da época quero ver a vossa lata para festejar. Ah, esperem, já neste jogo eles assobiaram o Quaresma e passado 2 minutos estavam a gritar um golo que o rapaz marcou. Não percebo. Ao menos podiam ser coerentes... além de estúpidos.

13 janeiro, 2008

FCPORTO 4 - 0 braga

Se um dia criarem um programa para o pior português de sempre vou votar vezes sem conta no D. Afonso Henriques. Ele merece. Afinal de contas, é à custa dele que nós somos portugueses.
Agora pensem: e se fôssemos espanhóis? Em que é que ficávamos a perder?

Dir-me-ão na cultura, na língua, no espírito. Concordo que os Lusíadas em castelhano não soam muito bem e que os espanhóis são, por vezes, bastante irritantes (principalmente quando nos dão indicações erradas para se ficarem a rir de nós).
Mas eu pergunto: quem é que não gostava de receber o dobro do seu salário? Quem é que ia protestar contra a gasolina mais barata, a comida mais barata, o vestuário mais barato? Quem é que se importava de comer mais paella?
E, se virem bem as coisas, temos demasiadas semelhanças com os espanhóis. Comemos basicamente o mesmo, compramos roupa nas mesmas lojas e ambos temos as melhores selecções do mundo que não ganham nada - juntas podiam ser A melhor do mundo que não ganha nada.

Quanto a nós, portistas, ganhávamos ainda mais uma benesse: estávamos neste momento a lutar pelo primeiro lugar na Liga Espanhola enquanto que aqui... Bem, aqui andamos a dar indicações erradas aos outros.

11 janeiro, 2008

Saldos de Janeiro

Sou completamente contra o mercado de Janeiro. Acho injusto, dispensável e perturbador.

É injusto porque é óbvio que é mais uma maneira de beneficiar os clubes mais poderosos, que têm mais dinheiro para ir buscar as revelações da primeira metade da época, ainda que alguns dos mais pequenos já tenham aprendido que negociar em Janeiro é sempre pior que no Verão.
É dispensável porque me parece que as equipas deviam ser preparadas a pensar apenas num mercado. As transferências de Verão são mais do que suficientes para alimentar o futebol.
É perturbador porque, apesar de andarem todos a dizer que estão muito concentrados até ao final da época, é notório que estão todos a pensar em Manchesters, Barcelonas e afins. Os treinadores também sofrem por isso, são obrigados a pensar em nomes que estejam acessíveis e em jogadores que não estão a fazer nada na equipa. Já para não falar daqueles que ficam sem os melhores jogadores de um momento para o outro por decisão dos dirigentes. Cai a estabilidade e chegam muitas vezes os maus resultados.

Como ponto positivo, tem o facto de se poder corrigir erros do Verão. Não faz sentido. O que está feito, está feito. Ninguém morria se o Postiga ficasse cá e o Hélder Barbosa ficasse na académica por mais uns meses. Nem a equipa fica a ganhar grande coisa.

No fundo, o mercado de Janeiro é apenas e só mais uma das faces do futebol-negócio moderno.
Enquanto os senhores andam nos saldos, nós vamos rezando para que não nos comprem a grande estrela da equipa e vamos assistindo a jogos deploráveis porque os meninos andam a pensar nos Manchesters, Barcelonas e afins.

10 janeiro, 2008

O exemplo de Postiga

Hélder Postiga é um dos casos mais estranhos do futebol português. Foi um jovem bastante promissor durante muitos anos e chegou a ser uma peça importante do Porto de Mourinho.
Através de um bom negócio, Inglaterra foi o destino do ainda jovem bastante promissor mas as coisas não correram lá muito bem.
Postiga regressou ao Porto (demos o Pedro Mendes e ainda pagámos, até dói só de pensar!...) e as coisas voltaram a não correr lá muito bem.
Depois de um empréstimo pelo meio, a situação de Postiga no Porto chegou ao ponto, muito sinceramente, de me dar pena.

O rapaz entra e ou é assobiado, ou riem-se dos falhanços dele. Não dá mais. Mesmo com um golo ou outro de vez em quando, a imagem de Postiga está completamente gasta no que ao azul e branco diz respeito.
Nunca cheguei a perceber a principal razão para isto acontecer. Os extremistas anti-Postiga dizem-me: ele é mau jogador. Mau não é. Mas também não é bom. Os que gostam dele dizem-me: tem poucas oportunidades. Agora sim. Mas só tem poucas porque já desperdiçou umas mil.

Sendo assim, não consigo antever o futuro de Postiga. Para já, é certo que vai rodar uns meses na Grécia como também é certo que vai voltar para a próxima época. Se vai finalmente correr bem, se vai voltar a correr mal, não sei. A única coisa que sei é que Hélder Postiga pode ser um bom exemplo para os jovens craques que já se acham alguém no mundo do futebol. Não só como jogador, para que vejam que não basta talento para singrar. Mas principalmente como homem, porque apesar de ser um notório mal-amado dos adeptos de futebol em geral, Postiga foi um senhor na hora da despedida. Ou melhor, do até já. Enquanto isso, Mariano fica a ganhar na corrida para o pior jogador portista do ano.

O fenómeno Mantorras

Hoje vou falar-vos de um miúdo que gosta de jogar à bola, contra tudo e contra todos.

A primeira vez que vi o miúdo (por esta altura já acham esquisito eu chamar-lhe miúdo, mas desde que me lembro que ele tem 19 anos...) foi num memorável alverca-sportem em que ele sozinho deu um dos melhores bailes de sempre aos meus queridos amigos lagartos (ontem deram-me mais uma alegria, não falham). Lembro-me perfeitamente de pensar: este miúdo tem futuro. Não teve, coitado.

Em fase descendente da carreira, foi parar ao benfica. A super-contratação foi noticiada com toda a pompa e circunstância - como são todas naquele clube. O mundo parou para ver Mantorras chegar, ver e... não vencer.
Como todos nós sabemos, foi LFV a estar por trás deste grande negócio. O benfica cheira-me que nem pagou ao alverca e ficou a ganhar 18 milhões de contos (ainda hoje é quanto vale o jogador e ainda dizem que o Orelhas não tem olho para a coisa!...).

Como se isto não chegasse para fazer de Mantorras o herói dos lampiões, o miúdo é um bocado manco - literalmente. As lesões e as dolorosas recuperações vieram dar o toque final: Pedro Mantorras leva os adeptos do benfica às lágrimas. Só entra de vez em quando nos últimos minutos, mas é o suficiente para a histeria total despontar. Juro que é verdade, eu já estive no meio deles e vi. É de loucos.
No início até pensava que estavam a gozar o miúdo. Demorei a perceber que o sentimento era do mais puro e sensível que existe no mundo.
"Substituição no benfica: sai um gajo que não interessa, entra... PEDRO MANTORRAS! AAAAAAAAAHHHHHHHHH" (isto são os gritos, saltos e lágrimas dos lampiões).
É inexplicável o que se passa naquele estádio quando o rapaz entra.

Os treinadores passam e nunca compreendem verdadeiramente o fenómeno Mantorras. Camacho quase que chegou a chamar-lhe manco. Os espanhóis podem ser mais espertos do que nós, mas não alcançam o nosso lado mais sensível. Ou estúpido, não sei.
O certo é que o miúdo sempre que entra mete-a lá dentro. Mesmo que seja com um cruzamento que sai mal porque bate num gajo, mesmo que sobre para o Cardozo que faz um grande passe sem querer, mesmo que o Mantorras marque golo porque falha o remate.

Momento sério e sincero: Mantorras não vale, obviamente, 18 milhões de contos, mas é um bom jogador. Tenho pena dele e admiro a luta diária que trava contra os problemas físicos. Ainda assim, aponto-lhe uma grande falha: num benfica-leiria (se não me engano) que o benfica precisava mesmo de ganhar mas perdia por 0-1, Mantorras marcou nos últimos minutos e em vez de ir a correr para o meio-campo como todos os outros colegas para ainda tentar dar a volta, ficou a festejar durante meia hora com os adeptos que choravam com mais um golo do fenómeno. Podem dizer-me que o benfica também cagou muito para ele e, por isso, faz sentido esta e muitas outras atitudes. Mas um jogador que vem chorar para uma conferência de imprensa ao dizer "deixem jogar o Pedro Mantorras" como se os adversários não tivessem mais nada que fazer, ou é pouco esperto ou é burro. Isto tudo para dizer que o fenómeno Mantorras dá-me vontade de rir.

09 janeiro, 2008

FCPORTO 1 - 0 naval

De há uns anos para cá, os amarelos para limpar tornaram-se moda. Sempre que um jogador em risco de exclusão vê que o próximo jogo é para uma taça qualquer que não interessa nem ao menino Jesus (ainda que interesse sempre ao sportem, porque não têm mais nada para ganhar), faz de propósito para levar o amarelo. Quando os senhores que fazem as leis se aperceberam que secalhar os jogadores que demoravam três quartos de hora para fazer um lançamento queriam limpar a folha, foram muito mais espertos e arranjaram forma de evitar isso. Mas esqueceram-se que estavam a lidar com jogadores de futebol - os seres mais astutos a fugir às regras a seguir a qualquer português em geral e aos estudantes de jornalismo em particular. Então agora basta-lhes fazer uma palhaçada qualquer, os árbitros nem se apercebem do estratagema porque palhaçadas há muitas e, tumba, amarelo.
Tarik fez isso neste jogo e agora não vai jogar contra o braga quando, curiosamente, vai estar só a milhares de quilómetros do Dragão. Muito esperto o Tarik.

O que proponho agora é o seguinte: os adeptos do Porto deviam, à semelhança do marroquino, limpar a folha. Não perceberam? Sigam o raciocínio:
Ponto 1
o Porto é líder do campeonato com muitos pontos de vantagem
o Porto joga melhor que os outros
o Porto tem o melhor plantel
o Porto tem melhor treinador
o Porto tem melhor presidente, organização, estrutura ou o que lhe queiram chamar


Isto é básico. Em frente.

Ponto 2
os adeptos do Porto gostam que o Porto ganhe


Quanto a isto, confesso que tenho algumas dúvidas. Há muitos que lá no fundo gostavam era que o Porto perdesse para que pudessem dizer que tinham razão. Mas pronto, vou sustentar-me apenas nos princípios básicos do que é ser adepto de um clube porque estas pessoas vão muito além do que a minha capacidade intelectual consegue atingir.

Ponto 3
o Porto ganhou à naval e aumentou uma vez mais a distância para os perseguidores
(chamar-lhes perseguidores é uma simpatia)

É um facto e contra eles não há argumentos.

Ponto 4
os adeptos do Porto assobiaram a equipa


Gostava mesmo de saber explicar-vos isto, mas não sou capaz. Não chego lá. Não dá para mim. Alguma mente brilhante que tenha participado no fenómeno que explique através dos comentários por favor.

Ponto 5
já não é a primeira vez que isto acontece


Aliás, é normal os adeptos do Porto assobiarem a equipa que vai em 1º por mil pontos e que passou em 1º no grupo da Champions. Eu nem percebo como é que há tanta gente nos festejos anuais do meu clube. Pelo menos metade dos que estão ali aos gritos a dizer que o Porto é o maior passaram a época a assobiar a equipa.

Ponto 6 e conclusão brilhante
se fosse possível dar amarelos aos espertinhos que assobiam os bi-campeões e excluí-los ao fim de 5 cartões, o Dragão tornava-se um local muito melhor.


Sendo assim, proponho que estejam atentos às pessoas que se sentam ao vosso lado. Vejam-nas bem, decorem-lhes as caras e anotem cada assobio. Ao quinto, castiguem-nos. Não me interessa que recorram ao método agora mais conhecido como Luisão/Katsouranis, ou apenas às palavras. Mas façam-no. Para que no próximo jogo nós, os que gostam que o Porto ganhe, possamos disfrutar, vá, de uma vitória.

08 janeiro, 2008

Luisão e Katsouranis - 20

Ontem tive o exame mais surreal da minha vida. Graças a uma professora que vive num mundo cor-de-rosa e a um apagão geral, fez-se luz nas nossas mentes de estudantes do ensino superior e, como exemplares jornalistas que seremos um dia, desatámos a copiar. Dizer copiar até é um bonito eufemismo. À beira daquilo, o 'Sabe mais do que um miúdo de 10 anos' é para meninos.

Ora, e o que é que isto tem a ver com o Luisão e o Katsouranis? Nada. Mas reparem que, também eles, fizeram uma coisa muito feia. Eu e os meus colegas vamos tirar 20. Por isso, é muito injusto que eles sejam castigados. Por mim, passavam com excelência.

4º árbitro

Se quiserem uma opinião credível sobre o actual momento dos SD e outros assuntos:

http://jpr.icicom.up.pt/2007/12/encontro_de_historia.html

07 janeiro, 2008

Para: Liedson



Cara de quem quase teve de beijar aquele símbolo


Caro Liedson,

Espero que não se importe que o trate por você. É assim que trato as pessoas por quem nutro grande admiração e respeito. É o caso.
Admiro-o enquanto jogador, porque está mais que provado que é um grande avançado. Devo dizer-lhe, aliás, que o Liedson é o único jogador da nossa Liga que teria lugar na minha equipa.
Pois, é que embora eu o esteja a elogiar tanto, eu não sou do sportem. E daí a parte do respeito. É impossível não respeitar alguém que consegue gozar de forma tão perfeita o sportem.

Confesso que o Liedson costumava irritar-me um bocado. O facto de dar muitos pontos ao sportem contribuiu para isso. Mas o facto de estar constantemente a atirar-se para o chão foi determinante. Odiá-lo foi inevitável. Nenhum jogador com a sua qualidade precisa dessa dose de palhaçada.

Mas o Liedson soube dar-me a volta.
Comecei por reparar que o sportem, mesmo com o melhor avançado a actuar em Portugal, não ganhava nada de jeito. Depois constatei que o Liedson nunca prejudicou o meu clube (ao contrário dos outros rivais - o Liedson ainda me fez rir umas vezes com esses. Obrigada). E, para finalizar em beleza, assisti com muito prazer às diversas rábulas que o Liedson protagonizou contra o sportem.
É chegar tarde aos treinos, é ter mais férias que os outros, é "ir ao Brasil resolver uns assuntos", é estar sempre a dizer que quer sair... E, agora, a "ditadura".

Não percebi nem quero perceber muito bem o que quer com isto tudo. Alguns chamam-lhe burro porque acham que essa personalidade lhe vai estragar a carreira. Não lhes ligue. Que melhor personalidade do que a de alguém que goza assim tanto os lagartos?

Levezinho: tamos contigo, pá!

P.S. És um palhaço
P.S.2: Diz ao Paredes que também gostamos muito dele.

04 janeiro, 2008



O Pedro Silva - é assim que ele se chama não é? - tinha que dizer alguma coisa e disse uma asneira, mas ninguém lhe vai fazer mal por isso

O que vale é que o sportem não perde uma oportunidade para mostrar o que vale no relvado.

02 janeiro, 2008

Diz que é uma espécie de reveillon




O prometido é devido. E eles até se riram ;)