31 maio, 2008

Jean-Marc Bosman, Andy Webster, Paulo Assunção e o fim

Tal como Jean-Marc em 1995, Andy também será facilmente esquecido. Para a história ficam apenas os seus apelidos: Bosman e Webster. O primeiro abriu caminho para o segundo e quase que aposto que mais desconhecidos destes se seguem.

O que a Lei Bosman e o Caso Webster vieram fazer, em teoria, é demonstrar a evolução do futebol. Numa sociedade baseada no liberalismo económico selvagem, não pode haver lugar para velhos ideais românticos. Os ricos serão cada vez mais ricos e os pobres serão cada vez mais pobres.

Paulo Assunção conseguiu a proeza de trazer o Andy para perto de nós. Para que nos habituemos à ideia. Para que possamos cheirar bem os podres do futebol mundial. E se para a história do Futebol Clube do Porto o Paulo vai ficar apenas como um desconhecido, para a história do futebol português o Assunção será sempre a marca do início do que nós, velhos românticos, mais tememos:

o Fim.

28 maio, 2008

Ricardo Carvalho ensina a lição: como chegar ao topo

A propósito de uma série de reportagens que têm passado na televisão - e que aproveito para criticar, pela pouca informação útil que veiculam e, sobretudo, pelo jornalista/apresentador/entertainer -, lembrei-me de recordar Ricardo Carvalho.

Lembro-me de ouvir falar num miúdo que estava emprestado, não pelas suas qualidades, mas precisamente porque era só mais um miúdo que estava emprestado. Leça, Setúbal, Alverca... 1997, 1999, 2001...

Lembro-me de um suplente com poucas oportunidades para se mostrar na equipa principal, onde andavam nomes como Jorge Costa e Jorge Andrade. 2002...

Lembro-me de um central seguro, eficaz e rejuvenescedor na equipa que venceu a Taça Uefa. 2003...

Lembro-me do melhor central da Europa. 2004...

Lembro-me do defesa-central mais caro, que passou a brilhar intensamente no melhor campeonato do mundo. 2005, 2006, 2007...

Vejo a mesma cara de miúdo, embora retocada com toques de maturidade. A mesma humildade, a mesma timidez, a mesma educação. O mesmo valor, a mesma genialidade, as mesmas qualidades.

Ricardo Carvalho é daqueles casos raríssimos no futebol em que eu sou capaz de dizer: este merece cada cêntimo que ganha.
Como merece que recorde a todos que é mesmo muito difícil respondermos à pergunta: quem é melhor do que Ricardo Carvalho? (Cannavaro não é e foi considerado o melhor do mundo)
Como merecia um reconhecimento bem maior por parte dos adeptos portugueses, dos media portugueses e do futebol português em geral.

Ricardo Carvalho não é muito falado, nunca é capa de jornal nem recebe medalhas. Talvez porque não tem as namoradas do Ronaldo, os brincos, colares, anéis e tatuagens do Quaresma ou porque não diz tantas vezes "eu" como o Simão.

Ou talvez a resposta esteja na pergunta: e se Ricardo Carvalho tivesse sido do benfica ou do sportem?

Os campeões - Parte II

Jesualdo Ferreira

Ele sabe e nós sabemos: mesmo depois de vencer dois campeonatos - sendo que um deles foi com mais de 20 pontos de distância para o segundo -, Jesualdo ainda não convenceu totalmente os adeptos do Porto.
Acho que a primeira razão para isso se prende com o facto de nenhum treinador ser completamente idolatrado neste clube (já escrevi sobre isso). A segunda - e esta sim essencial - é que isso não chega. Este ano, por exemplo, o Porto conseguiu perder de forma ridícula dois troféus nacionais e, apesar de todos sabermos como foi o jogo com o Schalke, nós tínhamos de chegar mais longe na Liga dos Campeões.
Eu encontro-me algures entre os que já não desconfiam da sua qualidade e os que o veneram. Isto se analisar o que referi em cima. Porque, se recorrer às palavras do "mestre", aí dou-lhe nota 20.



Jesualdo deixa-os furiosos cada vez que fala. Mais do que os títulos que lhes esfrega na cara, são as palavras de apreço ao Porto que os magoam. Um filho daquela casa a dizer isto deve ser insuportável.
Digam o que disserem do nosso treinador, sempre que vejo este vídeo (e olhem que não me canso de o ver) gosto cada vez mais dele.

Para o ano, o desafio é maior. Esquece o campeonato Jesualdo, queremos mais.

sportem e benfica

O demérito dos rivais na nossa conquista do tricampeonato já deu imenso que falar. Eu sou das que acha que sportem e benfica foram fundamentais para tanta supremacia do Porto. Não que o mérito e a qualidade do Porto não justificassem a enorme distância. Só acho que as constantes humilhações dos rivais deram mais ânimo à equipa. Quando já estávamos longe (como estamos sempre), os lagartos e os lampiões eram mesmo o nosso único factor de motivação.
Como tal, considero que uma percentagem do nosso campeonato está em alvalade e na luz. Reparem como sou altruísta: esta é mesmo a única maneira deles cheirarem o escudo.

Sevilha, 21 de Maio de 2003

Já foi há cinco anos...

“0-2, nós acreditamos” – quando os Super Dragões levantaram a frase na saudosa Curva Sul do Estádio das Antas, poucos acreditariam no vaticínio da claque portista. Não que o Panathinaikos fosse um colosso impossível de ultrapassar, mas a história fazia questão de nos atormentar.

Só 11 homens não cederam a fantasmas e tristes prognósticos: Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Costinha, Deco, Derlei, Alenichev, Maniche, Paulo Ferreira, Mário Silva e Postiga. Um 4-4-2 – “sem truques” – que nos fez acreditar. Quem não se lembra do nosso (e nunca de mais ninguém) Ninja, manco, de rastos, repleto de cãibras, a marcar dois golos na Grécia?

E aí estávamos nós, na meia-final de uma prova europeia, a sonhar mais alto do que há poucos meses poderíamos imaginar. Disse sonhar? Perdoem-me. Nesta altura a verdade é que já estávamos bem acordados.
Se bem que aquele golo de Claudio López abanou o Estádio das Antas até aos mais profundos alicerces. Seria a Lazio capaz de nos ultrapassar no caminho até Sevilha? Maniche, Derlei (por duas vezes, outra vez) e Postiga fizeram questão de mostrar aos italianos que fazê-lo pela direita é proibido e que a faixa esquerda, com um futebol de outro nível, era toda nossa.

Foi talvez o melhor jogo de uma equipa portista que eu já vi. Ninguém me tira da cabeça, até, que o golo sofrido logo nos primeiros minutos já estava planeado, para apimentar o suspense de um thriller perfeito. A Lazio era a vítima, que corria desenfreadamente para fugir da morte e até conseguiu distanciar-se do vilão perseguidor. Mas o Porto soube ser o mau da fita, que anda devagar atrás da presa, que desaparece e dá uns segundos de alívio, até reaparecer do nada e dar o golpe final. Claudio López não foi, afinal, mais do que aquele tiro que convence o espectador que está a assistir a um final feliz. E a Lazio já devia saber que nenhum vilão morre à primeira.

Roma foi apenas um passeio pela Cidade Eterna, com Vítor Baía – pausa para recordar o melhor guarda-redes do mundo - a demonstrar que as portas estavam mesmo escancaradas para a final. E de repente estava eu numa fila soalheira, à espera que um rectângulo mágico me caísse nas mãos. E, como se o tempo não fizesse parte da nossa dimensão, num instante já estávamos numa camioneta a caminho de Sevilha.

“Começou a invasão”, escrevia um jornal sevilhano na véspera. 70 mil escoceses/irlandeses, 30 mil portugueses e um calor desumano. Como se já não fosse suficientemente doloroso chegar a uma final da Taça UEFA. De Sevilha não tenho muito para vos contar. Não era possível observar a cidade com olhos de turista quando umas horas depois iria estar tanto em jogo. (Um pequeno parêntesis para relembrar o adepto portista que perdeu a vida nas águas de Sevilha. Espero sinceramente que a Taça também tenha chegado até ele)

Estádio Olímpico de Sevilha ou o ideal de qualquer adepto, como lhe queiram chamar. Entro cedo e olho à minha volta. Vício terrível de analisar a bancada antes do relvado. Não sei se demorou 2 ou 20 segundos, mas a nossa parte já está cheia. Não tenho cadeira para me sentar, não tenho água para beber. Devia estar cansada e desesperada com tanta sede. Mas apercebo-me de que o calor não tem nada a ver com as altas temperaturas. Celsius não foi nada naquele dia quando comparado com aquele formigueiro que, se isto fosse um romance, seria um sinal de paixão. E não é que era mesmo?

Não me atrevo a descrever aquele jogo. Tudo o pode ser dito sobre ele será sempre injusto e incompleto. Afinal de contas, estamos a falar dos melhores 120 minutos da minha vida.

De Sevilha para o Mundo,

Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, Alenitchev, Capucho, Derlei e Catarina Pereira.

21 maio, 2008

Não escorregues mais, Terry

Ainda há pouco tempo escrevi aqui que o futebol é perfeito. Depois desta final da Liga dos Campeões, continuo a afirmá-lo. Mas a partir de agora, ao dizer isto, terei sempre na minha memória a imagem de John Terry a falhar aquele penalty.

O capitão, o Chelsea personificado num jogador, o futebol nos pés de um grande homem. Um exemplo para os mais novos e, quer se goste ou não do clube, um orgulho para todos os adeptos do desporto-rei.

Ele falhou. Uma escorregadela tirou-lhe a glória eterna. Não me parece justo. Mas, se assim não fosse, acho que não gostaríamos tanto disto.

19 maio, 2008

Para: João Moutinho

Não costumo escrever a palhaços. Não que eu tenha alguma coisa contra pessoas que ganham a vida com uma bola vermelha no nariz a fazer rir outras pessoas, mas é que desde pequena que nunca achei piada a palhaçadas.
Também desde pequena, pelo menos desde que comecei a ligar ao futebol, tive sempre um ódio de estimação. Chamava-se João Vieira Pinto, jogava no benfica e passava a vida no chão.
Sabes, não eram propriamente as faltas e os penalties que ele ganhava que me irritavam. Era antes a falta de consideração pelos companheiros que estavam em campo e, acima de tudo, pela coisa mais bonita no meio disto tudo: o futebol. O JVP gozava com o futebol e isso, para mim, era a pior coisa que me podiam fazer.
Odiava-o tanto que nem imaginas. Como pessoa, até me sinto inferiorizada ao dizer que nunca odiei ninguém na minha vida como odiei o JVP. Em vez de odiar amigas que roubavam namorados, professores que não me davam a nota que eu merecia ou personalidades que andavam a destruir o mundo, eu odiava um jogador de futebol.
Odiava-o tanto que nunca consegui vislumbrar o seu futebol. Para mim, ele não tinha qualquer qualidade. E posso mesmo dizer que ele contribuiu decisivamente para a minha indiferença com a selecção, porque dei por mim atenta aos jogos de Portugal para torcer para que ele se lesionasse e não pelo resultado propriamente dito.
Ele foi para o sportem e o ódio manteve-se, até porque foram campeões à custa dos seus famosos mergulhos para a área. No boavista e no braga a coisa foi-se dissipando e só hoje consigo dizer, pela primeira vez na minha vida, que o JVP foi um grande jogador.
E é por isso que, antes de chegar ao cerne da questão, te quero dizer que tu estás muito longe de ser o jogador que ele foi.
Isto tudo para te dizer, rapaz, que o vazio deixado pelo ódio ao JVP foi finalmente preenchido. Finalmente, após tantos anos a apenas ficar irritada pontualmente com este ou aquele jogador, volto a ter razões para odiar visceralmente alguém. Finalmente, posso deixar de me preocupar com amigas que roubam namorados, professores que não dão a nota que eu mereço ou pessoas que andam a destruir o mundo. Agora tenho-te a ti, Moutinho.
És tudo o que eu mais odeio no futebol. És tudo o que o JVP era, com o toque de classe de não o fazeres só para ganhar faltas ou penalties para beneficiar a tua equipa. Tu fazes isso por puro gosto. Tu gostas mesmo de gozar com os teus companheiros de profissão e connosco, que amamos tanto este desporto que tu destróis.
Tu não te limitas a atirar para o chão. Fazes mesmo questão de morrer de 5 em 5 minutos para te levantares logo a seguir.
És um nojo, Moutinho. E não tenho qualquer problema em dizer (embora peça desculpa à tua família e amigos, que suponho que não tenham culpa nenhuma) que este Verão voltarei a ver jogos da selecção concentrada naquela coisa pequena que se pode lesionar. Por todos os colegas que gozas, por todos os minutos que estragas aos adeptos, por todo o ódio que te tenho: vais pagá-las rapaz.
E se não for com uma lesão (que para mim é o castigo ideal para os meninos que brincam com coisas sérias), vai ser com pior: hás-de passar a tua carreira nesse clube de merda, contentando-te com essa pequenez e, ao contrário do JVP, nunca me vais ouvir dizer que foste um grande jogador.
Para terminar, não consegui perceber as palavras que o Lisandro te disse quando te encostou a cabeça "à homem", mas espero que tenha sido bem pior do que esta "carta". Só sei que o Fucile agarrou o teu ponto forte: o nariz. E a bola vermelha lá estava, para toda a gente ver.

Catarina Pereira

18 maio, 2008

Adeus Zé!

20 milhões de euros por um lateral-direito. Melhor suponho que seja impossível. Não acho que seja hora para criticar Bosingwa, pela maneira como nunca escondeu querer sair e por ter assinado quando ainda se jogava muito da época do Porto. Fez mal, mas está feito. Como moeda de troca, deixou de ter direito a despedida. Também não critico a atitude, tenha sido a pedido do chelsea ou tenha ficado decidida pelos dragões. Até concordo.

Isto tudo para dizer que o nosso Zé nunca será esquecido. Boa sorte e lembra-te sempre de quem te lançou e apoiou. Nós cá estaremos a torcer por ti.

P.S. Não costumo ligar a choradeiras, porque suspeito sempre de certas lágrimas de crocodilo, mas as que caíram no rosto do Zé esta tarde pareceram sinceras. Bonito menino.

FCPORTO 0 - 2 sportem

Cheguei agora do estádio de oeiras com a plena convicção de que escusava de ter ido. Bem, como má perdedora que sou, tenho de começar por dizer que fomos roubados. O árbitro teve influência no resultado e, como é hábito nos jogos com esta equipa, os prejudicados fomos nós, claro. Pronto, já está.

Agora já posso dizer que o Porto mereceu perder este jogo. Não só porque foi, efectivamente, a pior equipa em campo, mas também porque quem perde 3 em 4 jogos com uma equipa tão fraca como este sportem não merece levantar sequer a taça amizade, quanto mais a taça de Portugal.

Foi muito triste este Porto. Salvou-se apenas o Nuno, pelas defesas, o Pedro Emanuel, pela bravura, e o Rául Meireles, por tudo. De resto, zero. Não percebo o porquê disto ter acontecido. Somos campeões há mais de um mês e há mais de um mês que os ouço dizer que só pensam em ganhar a final da Taça. E se o troféu em si não fosse motivação suficiente, ao menos podiam pensar em quem tinham pela frente.

Um sportem que joga sempre da mesma maneira, à espera do erro, à espera do árbitro. É uma vergonha para quem gosta de futebol. Mas, enfim, connosco pelos vistos resulta.

Agora toca a ir de férias com o nariz menos levantado. Para o regresso, espero bons negócios, mas poucas saídas. E um bocadinho mais de vontade, por favor.

P.S. Parabéns aos adeptos das duas equipas. O estádio é muito mau para o efeito, mas houve momentos inesquecíveis. Muito bonito mesmo.

12 maio, 2008

TRI

É uma palavra bonita, não é? E, nós, portistas, andamos aqui a dizê-la há um mês e tal sem razão nenhuma. Afinal de contas, o campeonato acaba e os jornais escrevem "trichampions" e "tri de leão".

Se isto não é para nós rebolarmos a rir, não sei o que será.

Que adeus tão diferentes...

Ia jurar que, há um ano atrás, o jogador com mais títulos do mundo, que por acaso é português, abandonou o futebol. Ia jurar que nessa altura não houve metade da atenção dos media, não houve cartas do presidente da FPF, não houve esta chinfrineira toda que está a conseguir que não tenha o mínimo respeito pelo adeus a um jogador que admirei.

Ambos amam os seus clubes acima de tudo, isso é óbvio. Mas eu sei a diferença entre os dois: um é do Porto, outro do benfica.

E há outra coisa que eu e Vítor Baía podemos assegurar-vos: ele teve tudo o que queria, tudo o que merecia, tudo o que era preciso, apenas com as 50 mil pessoas que estavam lá.

O futebol é perfeito

Podia estar aqui horas a falar sobre este título. É certo que os adeptos do Getafe não concordarão comigo, mas eu continuarei a achar que a perfeição do futebol pode estar numa equipa com 10 a ganhar 3-1 e a perder nos últimos minutos do prolongamento. Assim como acho que essa mesma perfeição esteve no inter-siena deste fim-de-semana.

Para quem não sabe, caso o Inter ganhasse, era campeão. Em casa, como toda a gente queria. Estádio cheio, tudo a contar com a vitória. 1-0, 1-1, 2-1 e aos 70 minutos 2-2. Chato, é verdade.
Mas nos últimos minutos Materazzi ganha um penalty e todos voltam a acreditar. Digo ganha porque é mesmo esse o termo correcto: o jogador do inter agarrou-se a um jogador do siena e caiu para o chão com aquela cara de coitadinho, de quem já se atirou para o chão com uma cabeçada de um jogador uns bons centímetros mais baixo. Árbitro apita e Materazzi corre para a bola e não deixa mais ninguém marcar. Quer ser ele a dar o campeonato ao inter, quer ser ele o herói. Materazzi ia ficar na história do clube.

Que pena, falhou. E o inter saiu de campo com um coro de assobios.

O futebol pode muito cruel. Mas escreve sempre por linhas tortas.

11 maio, 2008

O belo do apito outra vez

Já expressei a minha opinião sobre as apitices várias vezes, por isso, não é isso que vou fazer. Vou apenas falar um pouco das decisões da nossa sempre amiga CD da Liga.

Do Leiria não há muito a dizer. Perdem três pontos que não fazem qualquer diferença e, como não têm adeptos, ninguém está preocupado.

Do Boavista tenho pena. Não gosto do clube, como é óbvio, mas entristece-me ver um clube “vizinho” a morrer. Sim, a morrer. Porque com este passivo, na segunda divisão e a jogar com os juniores, só um Sérgio Silva versão real é que salvaria isto. E os poucos adeptos do Boavista não se agarrem a isso do “todos juntos, com o nosso amor, vamos lá”, porque os salgueiristas diziam o mesmo.

Do Porto só vos posso dizer que nem eu sei muito bem o que pensar. Por um lado, estou naturalmente com um sorrisinho na boca. Tirarem-nos 6 pontos, não só neste momento mas pelas razões que é, deixa-me satisfeita por ver, mais uma vez, que somos os melhores do país. De longe. Seja esse longe 20 ou 14 pontos.
E até sou perfeitamente capaz de concordar com a decisão de não recorrer. Então andam aí tão empenhados em sujar-nos a imagem, as vitórias e sei lá mais o quê, e agora nós temos que ser os meninos bonitos? Perdoem-me os Rui Moreiras deste país, que têm de se ser sempre muito bem-educados, mas eu digo com todas as letras: odeio que os jogadores do meu clube andem a trocar camisolas e abraços com os rivais que eu odeio, odeio que os meus jogadores deitem a bola fora quando está um qualquer no chão e adoro, por isso, vê-los raivosos com o nosso luxo de perder 6 pontos.
Mas, por outro lado, o eco destas acusações pode ser bastante prejudicial. Os jornais de todo o mundo (que todos os anos escrevem “Porto campeão”) agora andam a escrever “Porto e Pinto da Costa acusados de corrupção”. Como dizia o outro, “eles não sabem, nem sonham” o que anda por trás disto. Mas o que é certo é que eles escrevem isso. O que é certo é que para o ano podemos ganhar a não sei quem na Liga dos Campeões e vamos ouvir umas bocas sobre isto. O que é certo é que isto pode desvalorizar o valor do nosso plantel (embora no mesmo dia, o Zé tenha sido vendido – e bem vendido! -, o certo é que já estaria planeado e não foi à toa que saiu a informação no mesmo dia...).
Por isso, proponho calma e reflexão. E, sobretudo, não se esqueçam de festejar bem este TRI na cara deles.

P.S. Serei a única a reparar que com este Apito Final e a despedida do Rui Costa as coisas acalmaram e bem para uma certa pessoa que tem umas orelhas muito grandes?

05 maio, 2008

FCPORTO 0 - 3 nacional

A autora deste blog não está interessada em futebolices por motivos de: Queima das Fitas.

Até para a semana

03 maio, 2008

O segundo lugar

Peço desculpa aos portistas por falar de um tema tão desinteressante, mas como a luta pela manutenção está só a dois pareceu-me que isto iria chamar mais a atenção. Bem, ficam então umas pequenas notas sobre esta luta pelo segundo lugar.

O sportem não está a fazer uma época tão desastrosa como dizem. Vejam bem: chegou à final da Taça da Liga e só não ganhou porque teve o azar de lhe aparecer uma equipa bem mais forte na final; chegou aos quartos da UEFA e só não passou porque teve o azar de lhe aparecer um colosso europeu, que por acaso até vai à final com o seu futebol estonteante; ganhou a Supertaça sem os árbitros terem nada a ver com isso; e está no segundo lugar sem o marítimo ter sido roubadíssimo em alvalade.

O guimarães até é a equipa que joga melhor, mas falha nos jogos mais fáceis: levou 5 quando nós até queríamos ajudar e já perdeu com a equipa que está em quarto.

O benfica é claramente a equipa que tem mais vantagem nesta luta. Primeiro, porque tem um jogador/maestro/director/treinador/presidente, que é coisa que mais ninguém tem. Depois porque o campeonato deles só começou a semana passada, o que significa que estão mais frescos. E têm o Chalana, porra!

Isto tudo para dizer uma coisa que ninguém parece reparar: benfica, guimarães e sportem estão mais perto de descer do que do meu clube.

P.S. Os senhores que andaram tão aflitos a semana passada, parece que se esquecerem das “facilidades” agora. É ou não é verdade que o quarto classificado vai a casa de um "amigo", que já tem a manutenção garantida? Como diz o Chalanix, vamos lá ver se há fair-play.

“A suspeição no futebol tem muito a ver com frustração.”