estrela 2 - FCPORTO 1

A primeira derrota fora do Porto aconteceu ontem à noite na Reboleira, contra uma equipa fraca mas que sabe aproveitar o que tem. É pena que hoje em dia não seja preciso andar atento aos adversários para se ser treinador de um clube que pode ganhar todos os jogos e que por isso se cometam erros infantis como aqueles a que assisti ontem.
Há algum adepto em Portugal que não previa que o estrela jogasse assim? Todos atrás da linha da bola, à espera do erro do adversário para lançar contra-ataques perigosíssimos graças à rapidez e técnica de dois jogadores: Semedo e Manu. Havia dúvidas em relação a isto? Para Adriaanse, pelos vistos sim.
O Porto entrou em campo com uma equipa prontinha a cair na ratoeira do estrela e, graças também a muito azar, isso aconteceu.

Os primeiros 45 minutos foram um filme de terror que mete Hitchcock num bolso. Não me lembro de uma boa jogada do Porto. Só me lembro de ver os outros a correr que nem malucos por ali fora e a aparecerem sempre sozinhos.
Aos 18 minutos, Maurício mete a bola lá dentro graças a um lance que prova que ontem estava escrito que o Porto não ganhava.
Aos 34, Coutinho marca o segundo num lance que tem tanto de culpa do Baía como, mais uma vez, de azar.
Não quero, com isto, arranjar o mítico argumento do azar para justificar a derrota. O Porto esteve mesmo muito mal na primeira parte e o resultado, embora fruto de dois lances ridículos, não fugia muito à justiça.
O estrela ainda voltou a marcar (e eu cheguei a pensar no suicídio) mas o lance foi bem anulado.

Para a segunda parte, Adriaanse tirou Quaresma (o único irrequieto da 1ª parte), Jorginho (ESTE GAJO NÃO PASSA UMA VEZ POR UM ADVERSÁRIO, UMA!) e Pedro Emanuel e colocou em campo Alan, Ivanildo e Hugo Almeida. Ah, não se espantem, é verdade: ele começou o jogo com o Lisandro novamente a ponta-de-lança (só eu é que vejo que o melhor lugar para ele não é esse?) e o Jorginho (ESTE GAJO NÃO SE DESMARCA UMA VEZ BEM, UMA!) titular.
O Porto entrou com uma enorme vontade de dar a volta, é verdade, e até teve oportunidades para isso. Mas as bolas não entraram e o Boeing 707 que o estrela pôs na baliza resultou.
Lucho ainda nos deu esperança aos 61 minutos, mas a falta de jeito e o azar não deixaram trazer pelo menos um ponto (acreditem que depois daquela primeira parte era tudo o que eu pedia) da reboleira.

Dos jogadores do Porto, eu bem queria, mas não consigo dizer bem de nenhum. Mal tenho que dizer da defesa que na primeira parte pareciam meninos de coro, do Jorginho (ESTE GAJO NÃO FAZ UM PASSE DE JEITO, UM!) e do Hugo Almeida. Opa, acreditem que até ontem eu achava o Hugo um bom avançado. Mas acontece que eu passei a 2ª parte a seguir os movimentos dele e reparei que em desmarcações foi ZERO, no entendimento com os colegas foi ZERO e nem daquele corpo conseguiu tirar partido. Não ponham lá um gajo que marque golos que não é preciso.

Domingo à noite a 300kms de casa e uma boa falange de apoio ao Porto presente no estádio José Gomes. Na primeira parte, confesso, ficámos em estado de choque. Mas muito do que se fez na segunda parte foi ao colinho dos adeptos. Curioso que no final nem um agradecimento trouxemos connosco. "Para quê agradecer ou dar umas camisolas a uns gajos que fazem isto tudo por nós?"

Depois do jogo, a festa do costume e 300kms que pareciam 3000.

Continuamos em 1º, agora só com 3 pontinhos de vantagem, mas com condições para consolidar esse lugar. Isto se não voltarmos a cair em ratoeiras destas. Olhinhos bem abertos, meus senhores...