As diferenças entre Portugal e Espanha são muitas. E já para não falar noutras coisas, o futebol português e o espanhol, embora comparáveis dentro do mesmo estilo latino, estão a anos-luz de distância. Eles ganham mais e jogam melhor.
Mas a lição espanhola não se fica por aqui.
Esta semana, Miguel foi insultado por adeptos do getafe. Nada demais, não tivessem os insultos uma índole racista que, dizem os jornais, foram de uma agressividade extrema.
Aí está um cenário que se repete pelo futebol europeu.
Cá, é verdade que não temos grupos organizados de extrema-direita com poder suficiente para pôr um estádio a dizer este tipo de coisas. Mas eu já vi isto acontecer.
O próprio Miguel, quando uma vez foi substituído - ou saiu não sei porquê - nas Antas, ouviu coisas que de certeza ainda hoje se lembra. E não foi de meia dúzia de pessoas.
Como vêem, contra os meus falo, mas isto acontece um pouco por todo o nosso país.
É normal? É. Mas não é aceitável.
E aqui entra o exemplo espanhol. O jogo foi parado, apareceram mensagens contra o racismo e a partida só recomeçou quando os adeptos do getafe se calaram. A multa vai ser tão pesada que duvido que se lembrem de repetir isto.
Cá até se podem recriminar estes actos, mas nunca se faz nada. E depois revoltamo-nos quando, nas competições europeias, nos obrigam a pagar elevadas multas “só” por uma “imitaçãozita” de um macaco.
É verdade, há tanta estupidez em Portugal como em Espanha quando ainda há quem faça isto. Mas educar adeptos tão burros que sejam capazes de insultar um negro dos adversários e logo a seguir gritar golo do ponta-de-lança negro da sua equipa pode ser tão simples como educar crianças. Portam-se mal, tira-se o chupa. São racistas, não vão à bola.
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