05 março, 2007

FCPORTO 1 - braga 0

O Porto esteve longe de jogar bem, talvez por termos marcado muito cedo e estarmos todos com a cabeça em Londres. Ainda assim, penso que a vitória foi justa.
Destaco o Bruno Alves que dentro daquela tosquice toda está a tornar-se um gigante naquela defesa.

Mas os protagonistas da noite foram outros.

Parabéns aos adeptos do braga que se deslocaram em força e que ainda se fizeram ouvir. Eu, que ainda sou do tempo em que as claques do braga não iam às Antas, gosto de ver que finalmente há bracarenses do braga.

Quanto ao meu lado, já muito foi dito sobre a atitude estúpida das 80% de bestas que há nos Super mas ainda assim acho que tenho algo a acrescentar. Começo por dizer que espero mesmo que vocês, as pessoas que me conhecem, nem sequer equacionem a hipótese de me dizer "vocês foram umas bestas". Se é verdade que num grupo organizado se corre sempre o risco das generalizações e que é muito giro eu ser "conhecida" por ser dos Super, quem me conhece espero que saiba a diferença entre mim e esses 80%. Vá, 90%.
Ora bem, a mim ensinaram-me a respeitar qualquer minuto de silêncio. Aliás, nem foi preciso alguém ensinar-me. As minhas consciência e racionalidade obrigam-me a fazê-lo, seja quem for que estiver em causa. O Bento, o Carlos Silva, um adepto do benfica ou do sporting merecem-me todos o mesmo respeito. Se é hipocrisia homenagear-se tudo e todos na hora da morte? Concordo. Sempre me confundiu que toda a gente seja um herói quando morre. Mas, para mim, aquele minuto calada, mesmo tratando-se de alguém que não me toca minimamente, é uma oportunidade de demonstrar a minha educação e respeito pelos seus familiares e é também uma altura em que penso muito na vida.
Na noite de Sábado, o minuto de silêncio foi a oportunidade de alguém comandar o seu rebanho. E podem dar-me todos os argumentos do mundo, mas, para mim, pode ser estúpido quem pensa mesmo que isto é uma boa maneira de marcar a diferença, mas mais estúpido é quem o segue.
E se para os adeptos em geral aquele minuto de silêncio só reforçou o ódio que têm às claques (que, sinceramente, faço questão de ignorar todos os dias porque eu sei que não é para isto que nós - e aqui sim, nós - servimos) e se para outros claqueiros serviu para atirarem a primeira pedra (mesmo os que já pecaram) em mim só reforçou o que sempre soube, mesmo antes de colocar um pezinho que fosse na Superior Sul das Antas.
Podia pegar em exemplos de outros que fizeram o mesmo, mas isso seria demasiado fácil. Fico-me pela vergonha que senti naqueles 60 segundos e pelo anúncio antecipado de, quer acreditem quer não, este é o princípio do fim de muita coisa.
O resto... está nas entrelinhas.

Venha Londres e a derrota para só nos preocuparmos com estas coisas.

2 comentários:

Pedro Morgado disse...

Parabéns pela vitória.

BRAGA SEMPRE!

GR1904 disse...

É uma mistura explosiva o ódio de morte ao Benfica que reina nesses 90% e os líderes que estão no maior grupo de apoio do fêcêpê. Mas isso não desculpa nada. Para mim, tem tudo a ver com esse ódio e com a liderança que existe na claque. São unha e carne. E, embora já tenha sido muitas vezes mentiroso, não sou hipócrita ao ponto de dizer que na Luz não existe esse tipo de atitudes (no entanto mt longe dos 90% que mencionaste em relaçao à tua claque) mas os líderes que estão à frente dos grupos do SLB não deixaram que isso acontecesse qd foi do minuto do Vitor Damas por exemplo. Vou mais longe, até: julgo que nós grupos da Luz não há gente suficientemente numerosa para se começar a insultar gratuitamente num minuto de silêncio, por isso os líderes nem têm mt que fazer neste aspecto. Mas atenção que no meio disto tudo há uma pequena diferença que ajuda a explicar estas atitudes: é normal num golo do fcp cantarem contra o SLB, enquanto que na Luz nem isso é normal como é anormal até cantar-se contra o fcp num jogo em que nem estamos a jogar contra vcs. E isto remete-nos ao tal ódio que comecei por referir ao início.

Boa viagem ao Big Ben.