FCPORTO 3 - nacional 0

Não vou falar da boa exibição do Porto nem do mau ambiente que se vive no Dragão. Não vou sequer questionar opções do treinador ou dos adeptos.
Porque para a semana já ninguém se lembra de quem marcou os golos ou de quem foi o melhor em campo... Mas duvido que alguém que esteve ontem no Dragão se esqueça da atitude do nosso Baía.

Eu ainda sou do tempo em que vestir a camisola do Porto significava assimilar acima de tudo uma mística. Uma espécie de filosofia que ensinava aqueles rapazes a sentir o clube, a cidade e os adeptos. Algo de inexplicável aos adversários, que apenas sabiam o quão temível eram as Antas.
Eu vi essa mística nos olhos do João Pinto quando dava voltas ao Prater (pela televisão, uns anos mais tarde, é certo), vi-a no Jaime Magalhães, no Bandeirinha, no Domingos, no Paulinho, no Aloísio, no Rui Barros, no Rui Filipe, no Sérgio Conceição, no Jorge Costa e em tantos outros dos quais nunca nos esqueceremos.

Agora, o único que nos resta é o Baía. O único que nos agradece sempre, o único que fica chateado quando o Porto não ganha e que festeja cada golo como se estivesse numa final europeia (e ele que já esteve em tantas...), o único que sente mesmo a camisola, provavelmente o único portista.
E não estou a fazer isto para desculpar as recentes falhas que todos sabemos, até porque, para além de ele não precisar disso, já toda a gente sabe o que eu acho do Baía.
Faço-o porque o Porto-nacional da época 2005/2006 me provou que ele é o que resta dessa mística.
Porque a maneira como ele sente o Porto, como disse uma colega de curva, "é o que nos faz continuar ali".