07 agosto, 2008

A pré-época dos grandes

Custa-me falar em pré-época, porque não sou uma ávida consumidora dos milhões de caracteres que se escrevem por esta altura. Custa-me sobretudo que o futebol tenha de parar para negócios, transferências e muitas novelas. No entanto, tem de ser.

A pré-época do meu clube tem por hábito ser bastante calma. Apesar das carradas de jogadores que chegam ano após ano e das vendas milionárias que nos levam os melhores, não me costumo preocupar muito. Mais coisa menos coisa - que é como quem diz mais tiro, ou menos tiro ao lado - o que entra consegue fazer esquecer o que sai.
É assim, porque sempre foi assim. Chorámos as saídas de Decos, Ricardos Carvalhos e Pepes, mas logo a seguir temos Luchos, Lisandros e Quaresmas para nos fazerem sorrir. É um ciclo vicioso, portanto. Que pode ser enganoso, é certo. A coisa às vezes corre mal e afinal o Guarín não consegue substituir o Paulo Assunção, afinal o Hulk não é lá muito incrível e afinal o Rodriguez estava bem onde estava.
Ou então o mundo continua a girar no mesmo sentido de sempre e o Porto é campeão, e o não sei quantos sai por 20 milhões e vamos lá buscar mais uns à América do Sul. É assim a pré-época do meu clube e este ano espero que não seja excepção.
Estou muito satisfeita com o Sapunaru e o Rodriguez, tenho grandes esperanças no Tomás Costa e no Guarin, tenho de ver mais do Hulk, do Benítez e do Rolando.
A única certeza é que não estou muito preocupada.

A pré-época dos outros grandes é bem mais interessante. Há algo de transcendental no benfica e no sportem que anima os meus meses de Verão. Comecemos, então, pelo meu próximo adversário.
Os lagartos têm sempre uma pré-época à sua imagem: triste, muito triste. Ou vêem sair os grandes jogadores da “Academia”, que mais tarde vão parar a um rival pela certa, ou têm de ficar com os grandes valores da “melhor escola do mundo” porque ninguém os quer. E quando falamos de entradas na equipa, então, o melhor é segurar as lágrimas. É claro que eu compreendo que um clube praticamente falido não se pode aventurar por aí (ou então pode, mas isso são conversas de mais adiante na segunda circular), mas quando a grande contratação é um velho gordo que faz o passe do Ronaldinho com 5 segundos de atraso… Pobre Rochemback, ainda assim é o melhor daquela equipa. Mas o melhor desta pré-época tem sido mesmo o meu ódio de estimação. Por um lado, o Moutinho só me deu razão, ao demonstrar como é um falso, vendido, mau carácter. Mas, por outro, sinto que tenho de lhe agradecer o prazer de os ver $#%”%#! com aquelas doces e sinceras palavras: “Quero sair”.
Já o benfica é o melhor clube do mundo em todas as pré-épocas. Todos os jogadores que chegam são os melhores do mundo, com a nuance, este ano, de serem contratados pelo melhor director desportivo do mundo e de viajarem no melhor jacto particular do mundo. Eles é capas de jornais todos os dias, é roubar ene jogadores nos quais o Porto estava interessado, é tudo à grande e à francesa. Não há nem um defeito possível a apontar ao benfica da pré-época, embora este ano me preocupe o facto de não ganharem jogos – gosto mais quando ganham todos por 4 ou 5 nesta altura. Mas isso não interessa para nada. Temos Rui Costa, temos Quique, temos Aimar, temos tudo. E temos as minhas doces e sinceras palavras: “Deja vu”.

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