31 outubro, 2006

Atentado ao futebol espectáculo

28 minutos de jogo. A bola vai para o corredor esquerdo do ataque do Porto. Anderson e Katsouranis perseguem-na a alta velocidade. Quando o brasileiro a atinge, Katsouranis faz um carrinho. A perna esquerda desvia a bola. O joelho direito abalroa Anderson. Segue o jogo. O brasileiro é assistido e ainda volta a entrar, mas não consegue e sai de vez.

No Domingo ouvimos a notícia da tripla lesão: fractura do perónio, rotura do ligamento não sei quê e rompimento da não sei que mais. Como vêem, não percebo nada de anatomia. Mas uma coisa eu percebo: Katsouranis pode não ter sido maldoso, a entrada pode não das piores que já vimos, o facto de nos arrumarem o jogador do qual dependemos pode ser coincidência... Mas são estas coisas que tiram o público dos estádios. Porque vou passar a pagar para ver o quê?

O grego não pode sair impune. Mas sinceramente não me traz consolo nenhum. Porque ele é só mais um. É outro Karagounis que arruma o Lisandro e não se passa nada. É outro Stephen Hunt que não queria, mas quase matou. O Anderson não.
É o nosso Anderson. Dependemos dele e não temos vergonha disso. É um génio, um mágico, um daqueles que faz os putos discutir no recreio porque não pode haver 10 Andersons em campo. É o melhor.
Um puto já crescido. Que até nas piores horas não deixa de ser um exemplo.

Para a comitiva do F.C. Porto
Maninhos, paizinhos e vovozinhos
Gostava muito de estar aí, junto com vocês. Esta é uma partida muito importante para todos nós e todos vocês sabem que temos de ganhar. Por mim, por vocês, por aqueles que ficaram cá, pela nossa equipa, pelo nosso clube. Estarei aqui mas a torcer muito por vocês. Fiquem com a certeza de que estarei aí, junto com vocês, em espírito. Muito e muito obrigado por estarem a ajudar a formar este homem, que sou eu. Maninhos, paizinhos e vovozinhos: tragam de volta uma vitória.
E atenção, se eu escrever alguma coisa errada não é para folgar em mim, heim?
Um abraço do amigo «Jurema»


Que esta lesão signifique "apenas" alguns meses bem difíceis para nós. Que o teu talento não se perca. Que os atentados ao verdadeiro futebol não se repitam.

Super vs diabos

E porque os clássicos nunca se jogam só dentro das 4 linhas, este até merece um post especial.
Aos anfitriões, os Super, coube alinhar na coreografia do clube. Antes das 9 da manhã, lá estávamos para dar o nosso contributo. E que saudades tínhamos nós disto. Não do trabalho, claro.
50 mil cartolinas. É muita fruta meus amigos. E se não teve nada de original, a verdade é que foi arrepiante vê-las levantadas, a formar uma mensagem tão clara de incentivo à equipa, enquanto já preparávamos as gargantas.

O triângulozinho do outro lado comprovava o boato de que as claques benfiquistas tinham bilhetes. Perfeito. Sem eles nunca tem a mesma piada.
Mas nem todos estiverem presentes. Não quero saber como, não quero saber porquê. O que é certo é que uns estiveram lá e outros não. Gostei. Principalmente da entrada no estádio.

Chegaram tarde, mas a tempo de apoiar. Não se ouviram, pois claro. Natural sendo que eram pouquíssimos (nós, sem bilhetes, fomos quantos à luz?) e nós também não ajudámos.
Foi intenso, excitante, emocionante. Para os dois lados. Eles já festejavam o empate mas nós acabámos por mostrar-lhes que há dias em que não devíamos mesmo sair de casa ;)

FCPORTO 3 - benfica 2

Como ter 3 Portos num só jogo:

1º - o FCP das Antas
O Dragão já foi palco de algumas das nossas maiores emoções dos últimos anos, mas a verdade é que desde que fizemos as malas para a nossa nova casa que sentimos que se perdeu algo em relação às Antas. É difícil explicar o quê, mas acho que até mesmo os nossos adversários o percebem. Não sei, parece-me que é mais fácil sobreviver ao Dragão do que o era às Antas.
Neste jogo voltei a sentir as Antas. Talvez porque o Dragão só nos trouxera maus resultados com os lampiões, gerou-se ali algo que quase tocou no "inferno das Antas" (expressão que uma vez ouvi um adepto de outro clube dizer na televisão).
Foi uma entrada fulgurante, à Porto das Antas que esmagava sempre o benfica. 2-0 aos 20 minutos. Tudo ali era perfeito.

2º - o FCP de Jesualdo
Anderson tem que sair. Não é de todo um bom prenúncio, mas o 2-0 deixa-nos descansados. Afinal de contas é o benfica e estamos a jogar em casa, temos mais do que razões para acreditar. Mas eis que nos lembramos de quem está no nosso banco. O treinador que provavelmente fez o melhor jogo que eu vi do benfica nas Antas e que mesmo assim perdeu por 3-2. Por medo na altura. E como quem com ferros mata, com ferros morre, agora quem leva com ele somos nós. Acho que não é preciso saber muito de futebol para a partir da meia hora de jogo já todos termos percebido que com este Porto não íamos ganhar.

3º - o FCP CAMPEÃO
Quando já estávamos todos sem unhas e com mais alguns problemas de coração, eis que surge "aquele" Porto. O Porto da raça, da crença e do querer. Dizem que foi um golpe de sorte. Para mim, tudo no futebol (como na vida) tem que levar uma dose de sorte ou azar. Aquele lance teve sem dúvida uma pitada de sorte. Mas teve muito mais do que isso. Teve tudo o que uma equipa precisa para ser melhor do que as outras. Teve atitude de campeão. E se para uns Bruno Moraes vai a partir de agora rimar sempre com azia, para nós será sinónimo desta mística que poucos entendem.

27 outubro, 2006

O 2º clássico

Ainda agora recuperámos de uns e já estamos a levar com outros. Raio de praga de mouros que não nos largam.

Ora bem, um clássico Porto-benfica começa sempre muito antes dos 90 minutos de futebol propriamente ditos. Desta vez a novela começou com um "esquecimento" da direcção do benfica. Sem pedido de bilhetes a tempo, não há bilhetes para a lampionagem. Pediu-se bom senso mas, ainda que eu preferisse mil vezes que eles estivessem presentes, depois do que se passou há 2 anos acho que é consensual que o Porto não tinha mais nada a fazer.
De resto, só amanhã saberemos se isto bastou ou não para impedir os lampiões de irem ao Dragão.

Como também já é habitual, a troca de "carícias" tem vindo a acentuar-se nos últimos dias. De um lado Pinto da Costa, do outro a famosa dupla Vieira&Veiga. Sinceramente, estou tão farta destas merdas que já nem acho piada nem a uns, nem a outros.

A pressão na arbitragem é sempre um dos capítulos desta novela e, como tal, ouvimos a semana toda que Miccoli foi mal expulso. Não sei se a expulsão foi justa ou não, mas sei que do nosso lado ainda não houve palhaçadas em torno da arbitragem. Porque quando ganhámos, ganhámos bem; porque quando empatámos, empatámos bem e porque quando perdemos, perdemos bem. Deixem-se disto.

Por último e caso estejam interessados, mais uma antevisão: http://jpr.icicom.up.pt/2006/10/assalto_a_lideranca.html

Por agora é tudo e... apareçam

sportem 1 - FCPORTO 1

O primeiro clássico do ano. Mais uma deslocação a lisboa. Desta vez fui de comboio e ainda deu para dar uma volta pela cidade... até bem perto do próximo inimigo. Bem, voltando ao que interessa, as horas que antecederam o jogo foram realmente estranhas. Ora vejam, primeiro tivemos direito a passar pelas sedes das claques lagartas sem que nada se passasse. Depois pudemos esperar pelas camionetas à vontade, sem polícia e mesmo ali à beira sem que ninguém nos incomodasse. No mínimo estranho, não? Isto já não é o que era.

Entrámos bem cedo no estádio, dando-nos assim hipótese de comemorar um golo que se marcou noutro local da 2ª circular. A calmaria com a lagartagem durou pouco tempo, já que os senhores que põem música no estádio decidiram colocar a "cheira a merda, cheira a lisboa". Música que pelos vistos colou para aqueles lados já que uns e outros gostam de nos presentear com isto. O troco é sempre o mesmo.

O estádio começou a encher e nós fomo-nos preparando para o habitual show de alvalade.
À entrada das equipas ficamos a perceber que o plástico em lisboa está muito barato(Sinceramente minha gente, já têm cabecinha para fazer melhor, não?).
O jogo começou por ter algum domínio da equipa da casa, normal num clássico quando se joga para o seu próprio público e o Porto, com uma táctica à Jesualdo no braga, lá ia resolvendo os problemas. Pareceu-me, ainda assim, que os meios de comunicação e o próprio sportem quiseram empolgar este suposto domínio, porque bem vistas as coisas não podemos chamar àquilo domínio porque se o Porto quisesse tinha sido bem capaz de nos trazer mais 3 pontos.

Enfim, aos 43 minutos Djaló está sozinho (sim, leram bem, temos mais um defesa e um trinco na equipa e aparece um gajo SOZINHO na área) e marca. Ah, e afinal a Juve Leo está no estádio! Ouve-se o "só eu sei", cântico extremamente difícil de puxar naquele estádio após um golo do sportem. Boa, juve!

Intervalo e nós, em desespero, pedimos para o Jorginho entrar na 2ª parte. O rapaz lá entra e Quaresma marca o empate. Detesto isto. Porque é que há sempre alguém para estragar a festa aos lagartos? Ninguém se farta disto? Não há sensibilidade no mundo? E logo o Quaresma... Coitados. São mesmo lagartos.

Até ao final, oportunidades para ambas as equipas e o show do costume. Já não dá pica pontuar em alvalade.

Com Paulo Bento de um lado e Jesualdo Ferreira do outro, nada mais seria de esperar do que um empate. Concordo que Porto e sportem são, para já, as melhores equipas deste campeonato e que talvez por isso a divisão de pontos seja o mais justo, mas fiquei com a sensação que se algum dos treinadores tivesse realmente vontade (e coragem!) de ganhar o jogo, tinha ganho.

FCPORTO 4 - hamburgo 1

Esmagador. Foi assim que o FCP se apresentou à 3ª jornada da Liga dos Campeões. Depois de um decepcionante empate caseiro e da derrota em Londres, impunha-se a vitória. Os jogadores responderam à pressão com uma determinação capaz de resolver cedo a partida.
Logo aos 13 minutos e depois de uma excelente jogada de Anderson, Lisandro marcou o 1º da noite. O brasileiro teve que sair ainda na 1ª parte por lesão que o iria afastar do clássico de alvalade.
Entretanto, ficou um penálti por assinalar por falta sobre Quaresma e houve um golo mal anulado aos alemães.
Mesmo em cima do intervalo, um defesa do hamburgo ofereceu-nos uma grande penalidade e Lucho fez o que lhe competia.
Na 2ª parte, o Porto controlou a partida e ainda deu para Postiga marcar e Lisandro bisar. Só nos últimos minutos os alemães marcaram o tento de honra.

Há muito que não víamos uma goleada destas nas noites europeias do Dragão, mas mesmo assim ficou a sensação que este Porto é capaz de mais e melhor. Estaremos a exigir muito? O final da época o dirá.

21 outubro, 2006

O 1º clássico

É já amanhã que voltamos ao único palco que nos deu razões para gostarmos do Jorginho.
Favoritos? Os lagartos, pois claro. Têm melhores jogadores, melhor equipa, melhores adeptos, melhor treinador, melhor árbitro e o Anderson na bancada.
A nós resta-nos tentar repetir este show: http://www.youtube.com/watch?v=SZmW1_jmYdo

Já agora, ouçam uma antevisão diferente: http://jpr.icicom.up.pt/2006/10/classico_de_lideres.html

Por agora é tudo... vemo-nos no WC

20 outubro, 2006

Balanço das 4ª, 5ª e 6ª jornadas

Estas jornadas trouxeram uma novidade para o meu clube: a derrota. É verdade que não foi de todo merecida, mas o que mais salta à vista é a diferença entre este braga e outras equipas que, jogando o Porto exactamente o mesmo, é capaz de perder ou dar 3.

Depois do "caso Ronny", aí está o sporting com 3 vitórias consecutivas a colar-se ao Porto. Vitórias essas que não deixaram de ser merecidas mas que no meu ponto de vista também não foram assim tão brilhantes para esta onda de euforia.

O braga continua num nível que até já nem consideramos demasiado elevado. Não me parece um candidato ao título, mas já está a dar muito que falar.

A naval é a grande surpresa até agora. Ganhar no bessa foi a cereja no topo do bolo. Veremos até quando é que isto dura.

O benfica empatou com algum azar em paços de ferreira e cilindrou os adversários seguintes. Será que é desta que atinam?

nacional e paços de ferreira contam com 9 pontos, sendo que já defrontaram dois dos grandes. Ainda assim, não me parecem equipas com futebol suficiente para garantirem estes postos.

O setúbal tem 8 pontos mas também não me parece uma equipa por aí além. Vaõ ter jogos mais difíceis para provarem o que valem.

Com 7 pontos temos o leiria, o marítimo e o boavista. Os rapazes do Lis têm-me desiludido constantemente. Parece-me que a vontade de jogar bem é tanta que se esquecem que são os resultados que contam. Os madeirenses continuam bem nos jogos em casa mas demasiado mal no continente. Já os remendados não têm estado ao nível que já todos sabemos que podem atingir.

Cá para baixo temos belenenses, beira-mar e a académica, que têm sido capazes do melhor e do pior. Precisa-se de mais estabilidade.

aves e estrela seguem no fundo da tabela e sinceramente ainda não percebi o que é que estão a fazer aqui.

FCPORTO 3 - marítimo 0

Depois de duas derrotas consecutivas, impunha-se à equipa de Jesualdo Ferreira uma vitória. O Porto entrou bem no jogo e, sem nunca precisar de imprimir um ritmo elevado à partida, a verdade é que dominou os madeirenses por completo.

Postiga bisou, Lucho converteu uma grande penalidade bem assinalada. Parece que vamos ter mesmo que nos habituar à ideia de que o nosso melhor ponta de lança é este e a verdade é que já conta com 4 golos na Liga por isso começo a ficar sem argumentos para gozar o rapaz. Pronto, ok, é o Postiga.

É um bocadinho estranho que com uma táctica mais defensiva que o polémico 3-4-3 de Adriaanse o Porto marque muito mais golos e até pode parecer mais entusiasmante. Mas então porque é que eu continuo a sair do estádio como se tivesse estado 90 minutos a dormir?

15 outubro, 2006

Quarto Árbitro

Sem tempo para escrever muito mais, fica a nota do regresso da Jornalismo Porto Rádio.

Ouçam: http://jpr.icicom.up.pt/4_arbitro/

08 outubro, 2006

braga 2 - 1 FCPORTO

Pois é, já cá faltava um jogo a sério neste campeonato para testar uma equipa que até aqui andou simplesmente a passear. Braga é sempre um estádio difícil, principalmente depois dos adeptos de lá finalmente terem metido na cabeça que o clube deles é o braga e não outro começado por B e desta vez até um temporal veio tornar tudo ainda mais complicado.

Antes do jogo comecei por não gostar da demasiada confiança que a minha equipa demonstrou, principalmente na voz do treinador que afirmou sem medo "vamos ganhar". Nunca gostei destas coisas porque não me parece ser factor de motivação nenhum, a não ser para os adversários que ficam com uma vontade extra de nos complicar a vida. Ou seja, o erro número um veio do Jesualdo.

O aquecimento não revelou grandes surpresas, a não ser a inclusão forçada desse jogador de classe mundial - Ezequias.
O Porto nem sequer entrou mal no jogo (se o Lucho não tivesse falhado aquela...) mas foi o braga o primeiro a marcar, na primeira vez que chegou à nossa área. O golo pareceu adormecer os portistas, já que a reacção que se impunha andou muito longe da pedreira. Só aos 42 minutos Postiga empatou. Pois é, o rapaz é manco mas já vai com 2 golos sem saber como.
A segunda parte trouxe novamente um Porto apático, que fez por merecer o 2-1 em mais uma das raras investidas dos bracarenses.
Até ao final ainda tivemos hipótese de empatar mas a confusão táctica era tal que se tornou impossível.

Em termos individuais, destaque negativo para um Lucho a arrastar-se. Mas sinceramente acho que o grande culpado foi apenas e só o nosso treinador. Em primeiro lugar, já estava na altura dele perceber que está no Porto e não no braga ou no boavista, pelo que se exige bem mais. Depois há aquela inoperância toda que faz com que o Porto até possa ganhar por 2 ou 3 que eu saio sempre do estádio com cara de quem foi obrigada a estar lá durante 90 minutos.
E por último houve neste jogo uma confusão que ainda não tinha havido até aqui (porque também o Porto não tinha estado a perder até esta jornada): numa equipa recheda de extremos e sem pontas de lança como é que o Postiga vai parar a extremo? Numa equipa já dependente de Anderson se calhar convinha explicar ao miúdo se ele é mesmo um 10, ou um 9 e meio ou ainda mais um médio que tanto ataca como defende não? Numa equipa em que o melhor centro vem de um extremo esquerdo de ocasião chamado Bruno Alves algo se passa de muito estranho não?

Enfim, notas a mais para uma derrota que se formos bem a ver até nem foi avassaladora (nem sequer justa) mas que pode ter servido para nos alertar de que algo ali não é tão bom como pensávamos.
Veremos o que as próximas jornadas (contra adverários bem mais difíceis) nos reservam.