Imprensa desportiva

Cá estou eu numa aula de Imprensa (daquelas aulas interessantíssimas onde dá para actualizar os blogs e tal) e lembrei-me de escrever precisamente sobre a imprensa, desportiva claro.
Na minha opinião, a imprensa desportiva em Portugal (e aqui falo só dos 3 casos nacionais: Record, Bola e Jogo) deixa muito a desejar. No geral, os jornais desportivos portugueses parecem que "não pensam". As entrevistas, as reportagens e as notícias são muito pouco críticas, embora ao mesmo tempo se sinta sempre uma certa "tendência".
Isto é, apesar de todos ligarmos automaticamente a Bola ao benfica, o Jogo ao Porto e o Record ao sporting, a verdade é que quase em nenhum deles vemos análises jornalisticamente boas (repito: é a minha opinião).
Parece mesmo que há uma espécie de "medo" dos grandes clubes, que impede os jornais de os criticarem. E se há aquelas alturas em que os jornais (e não só) até cansam de tanto meter nojo, a verdade é que na maior parte dos casos uma pessoa acaba de ler o jornal e tem necessidade de conversar com alguém para criticar as coisas, porque o jornal lhe apresenta os factos de uma forma demasiado fria.
Se a intenção é mesmo essa, se isso é fundamental para uma informação isenta e imparcial (tipo a do meu blog :)), então não percebo, porque nós continuamos a ligar a Bola ao benfica, o Jogo ao Porto e o Record ao sporting.

A Bola:
É o único jornal desportivo que eu leio diariamente (à terça então é obrigatório). A nível jornalístico acho que é de longe o melhor e acho mesmo que é o único que foge um bocado às críticas que acabei de fazer.
Para além disso, tem os melhores colaboradores e ainda por cima tem as Produções Fictícias nas últimas páginas (como é que é possível viver sem a D. Bitória, o Visconde e o Zé Manel?). Ah, e tem o Bartoon, que é uma obra prima do humor nacional.
Não sei porque é que tem uma edição diferente no Porto, as capas são sempre vermelhas na mesma.
Outro pequeno pormenor: é o jornal que mais atenção dá a coreografias, frases e iniciativas das claques, mesmo das mais pequenas.

O Jogo:
Dizem que portista que é portista compra O Jogo, mas eu não posso com este jornal. Graficamente acho que é o melhor, mas lê-se em 10 minutos, não tem interesse quase nenhum.
Safa-se pelo Pato (que nunca falha!) e por ser o único que ainda dá algumas capas ao Porto.

O Record:
Simplesmente não leio. Nunca mesmo. É o desportivo mais sensacionalista, é sempre aquele que inventa mais contratações e que descontextualiza a informação.