30 janeiro, 2008

10 razões para odiar o sportem


Toda a gente sabe que o maior ódio dos adeptos do meu clube tem outro nome. Por causa de outros tempos e porque estão em todo lado. É um facto. Por isso mesmo, apresento-vos 10 razões para largarem essa ideia idiota que lá em baixo há outros que os odeiam tanto como nós e que, por isso, não devemos odiar muito esses. Mentira. No fundo, pretendo apenas mostrar-vos como é tudo a mesma merda.

1. A ELITE

O sportem assume-se como o clube da elite. Nasceu com um Visconde e cresceu através das classes mais altas de Lisboa. Hoje continua a ser reflexo disso mesmo. O lagarto típico é abastado, de direita e tem o cabelo à frente dos olhos. Não quero com isto dizer que estas pessoas não têm lugar no futebol. Nada disso. Só acho que estavam melhor num congresso do PP.

2. O ESTÁDIO

Deles não se podia exigir muito bom gosto, claro. Mas aquele estádio supera todas as más expectativas. Já fui lá 5 vezes e o meu primeiro pensamento ao entrar continua a ser: "que coisa tão feia". De maneira que me irrita aquela conversa de "isto é muito moderno" e "serve para disfarçar quando está pouco público". Admitam que têm um dos estádios mais feios do mundo e que, ainda por cima, pagam mais do que qualquer outro adepto a jogar em casa.

3. O HINO

Poderia ficar-me pelo nome Maria José Valério e vocês já alcançavam a ideia. A menos que seja só a mim que ela me irrite. Não acredito.
"Rapaziada oiçam bem o que eu lhes digo/ E gritem todos comigo/ Vivó sportem/ Rapaziada quer se possa/ Ou se não possa/ A vitória será nossa/ Vivó sportem". Há hinos muito bonitos em Portugal. Este não é, certamente, um deles. A letra é ridícula, o ritmo é enervante... e é cantado por uma mulher com uma madeixa verde.

4. O VERDE

Dizem que é a cor da esperança e realmente esperança é coisa que não falta aos lagartos. Ser do sportem é, acima de tudo, conseguir não se suicidar depois do jogo com o CSKA. Aí tenho de dar o braço a torcer, porque eles aguentam coisas que não estão à altura de qualquer ser humano.
Mas voltando ao verde, sou só eu que acho que eles têm um equipamento horroroso?

5. CACHECÓIS, NOMES E CÂNTICOS

O lagarto tem, por norma, aqueles cachecóis às riscas, bem lavadinhos e apenas pousado sobre os ombros. É chique e deve ser por isso que se roubam tão poucos cachecóis do sportem: Channel custa a queimar.
Pesquisei alguns nomes de ex-presidentes deles (é triste, eu sei): Pistacchini, Navarro, Cazal-Ribeiro, Nazareth, José de Sousa Cintra, Pedro Santana Lopes (este nem é nada de especial, mas tinha de estar aqui porque eu gosto imenso dele), Holtreman-Roquette, Dias da Cunha... Enfim, só para vos mostrar como se torna aborrecido dizer qualquer coisa como "oh Holtreman-Roquette, vai para o ...".
Estes elitismos todos levam-nos a pensar que são mais do que nós, reles membros da plebe. E, por isso, enchem-nos de falsos moralismos. Por exemplo: querem acabar com os insultos no futebol. Já é triste que alguém cante que tem "uma curva belíssima", quanto mais tirarem-nos vocábulos que servem apenas para relembrar os adversários que a mulher deles pode, por exemplo, estar a traí-lo naquele exacto momento. Ou que, infelizmente, a mãe do árbitro entrou no triste mundo da prostituição.

6. O CLUBE COM MAIS TÍTULOS NA EUROPA

A par do Barcelona, se não me engano, o sportem ostenta o orgulho de quem tem mais de uma centena de títulos juntando todas as modalidades. Por exemplo, na secção de campismo, os lagartos são invencíveis na malha. Só no futebol é que têm um palmarés muito fraco. Mas também quem é que dá importância a 11 homens a correr atrás de uma bola?

7. LISBOA - 2ª CIRCULAR - MOUROS

Não percebo como é que se odeiam tanto os outros e se esquecem das semelhanças com estes. A mesma cidade, a mesma zona, o mesmo povo. Deviam ter direito ao mesmo ódio. É uma injustiça.

8. A CANTERA

Digam lá que esta não é a palavra mais lagarta do mundo? Até dá vómitos só de escrever. Eles orgulham-se de terem uma das melhores escolas da Europa, mas depois é vê-los à rasca de dinheiro porque não a sabem aproveitar. Adoram o Figo e ele festeja golos contra eles. Batem palmas ao Ronaldo quando ele marca contra eles. Dão o Quaresma e o Simão aos maiores rivais. Chega a meter dó.

9. O SISTEMA

Ora aí está mais uma palavra inventada pelos lagartos. Nunca cheguei a perceber se era o Porto que queriam atingir com isso, se era o benfica, se eram ambos, se era o Carcavelinhos (sem desprimor para o grande Carcavelinhos). Acho que, no fundo, nem eles sabem o que querem dizer com isso. Mas nem é o ladrar deles que me irrita, disso até gosto, de os ver com os olhos vermelhos a dizer que aquilo não foi um atraso.
O que me tira do sério é a atitude deles perante a arbitragem. Um adepto do sportem não faz nada senão mandar vir com o árbitro. Para eles, cada vez que o Moutinho cai ao chão é falta, penalty, duplo cartão vermelho e 10 jogos de suspensão. E depois são campeões à custa do Paixão ou dos mergulhos do JVP e já não piam.

10. NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM

Na loucura, mandam os adversários "bugiar". Quando se irritam, dizem "bolas". E há os que até chegam a gritar "caramba!". Recebem-nos bem, nem umas pedritas ou umas garrafinhas pelo ar, e até nos deixam, em condições normais, abafar a casa deles. Assim não pode ser. Que eles sejam do sportem porque não percebem nada de futebol, tudo bem. Que eles sejam elitistas e tudo mais, na boa. Agora, por favor, comecem a perceber que nós queremos mesmo que nos odeiem.

P.S. Este post é, obviamente, uma brincadeira. Na verdade, é impossível não gostar do sportem.

28 janeiro, 2008

sportem 2 - 0 FCPORTO

Eu não acredito em Deus.

1 - Lucho entra sem dificuldades pela área leonina, bate Ronny e Polga e atira ao lado

Porquê? Porque nunca O vi e nunca vi nada que Ele tenha feito. Por exemplo, já vi o Tarik marcar um golo à Maradona e nunca vi Deus a fintar sequer o Tonel.

7 - Golo anulado a Lisandro

Vá, convençam-me lá a acreditar n'Ele. Quero provas.

8 - Pereirinha fica a ver Lisandro passar e atirar com toda a força ao lado

E começo por dizer que não vai ser fácil. Hoje, mais do que nunca, sinto-me muito ligada às ciências exactas. Sei que 8 e 11 são menos que 11 e 14, mas acredito que sejam mais do que o suficiente.

27 - Canto de Cech, Lisandro cabeceia rente à baliza de Rui Patrício

É que eu sou uma pessoa de factos. Por exemplo, é um facto que o 2º golo do sportem foi em fora-de-jogo. O fiscal-de-linha e o árbitro é que não marcaram. Erro humano, nada de intervenções divinas.
Outro exemplo: o Paulo Bento dizer que a vitória foi merecida dá-me vontade de rir. É um facto. Ele dizer que tiveram "uma pontinha de felecidade" é que pronto... valha-me Deus.

41 - Livre perigoso... sobra para Pedro Emanuel que atira fraco para as mãos de Rui Patrício

Ouvi dizer que Deus olha por cada um de nós. Ai é? Então onde é que esteve Deus ontem para o Bosingwa? Se Ele existisse e olhasse pelo Zé, o rapaz tinha acertado pelo menos um passe.

45 - Remate de Bosingwa defendido por Rui Patrício

Talvez seja por nunca ter tido uma experiência pessoal com Ele. Podem chamar-me a atenção para quando o Derlei marcou o 3º em Sevilha, quando o defesa e o guarda-redes falharam o corte por milímetros. Aí estava um bom motivo para eu acreditar n'Ele. Mas Deus, já que é tão bom, podia ser mais prático e partia uma perna ao Larsson aos 5 minutos de jogo. Assim não me convence.

52 - Raúl Meireles remate de muito longe. Rui Patrício defende

Já o Moutinho, por exemplo, tem mais do que razões para acreditar n'Ele. Cada vez que o rapaz cai (e Deus sabe como não são poucas as vezes que ele cai), morre. Mas Deus, em poucos segundos, faz um milagre e o Moutinho recupera. Tomem lá esta ateus!

53 - Passe de Paulo Assunção, Lucho na área cabeceia fraco. Tinha tempo para tudo

É por estas e por outras que sou mais a favor das superstições. Quando me desfaziam o nó do cachecol o Porto perdia pontos. Quando eu atirava a bandeira ao chão o Porto marcava. Não falha.

56 - Cruzamento de Fucile, confusão na área, Farías remata e Polga salva na linha

Quando cheguei a alvalade, fui para a cadeira do ano do Jorginho. Depois pediram-me para chegar uma para o lado. Conclusão: devia ser menos simpática e mais supersticiosa.

57 - Cruzamento de Bruno Alves, Farías cabeceia para a trave

É isso e os provérbios populares. "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" = se uma equipa tiver mil oportunidades de golo, uma há-de entrar. Ok, não foi um bom exemplo.
Tomem outro: "não há duas sem três". O Porto tem mesmo a mania de perder com equipas muito mais pequenas. Foi o atlético, foi o fátima... estava-se mesmo a ver que qualquer dia era o sportem.

66 - Lucho, com a baliza aberta, chuta ao lado

Ah e tal porque Deus é a concretização da nossa fé. Sim, e daí? Digam-me lá se ainda hoje não mete dó aquela fé dos lagartos na UEFA de 2005. Sacana do Deus.

68 - Remate em arco de Quaresma... quase

E depois vêm-me com histórias como a aparição em Fátima e não sei quê. Eu cá não acredito que 3 pastorinhos tenham visto mais do que um raio de luz. Mas é verdade que vou ser das únicas pessoas no mundo a poder dizer: eu um dia vi o Pereirinha a fazer um bom jogo. Juro.

70 - Farías, sozinho, tenta um remate acrobático

Omnisciente? Então deve saber porque é que um dia o Ronny decidiu ser jogador de futebol. Prove-o.

71 - Quaresma cruza para Lisandro que remata ao lado

Omnipresente? Só se for na baliza do Rui Patrício.

Perdi-me. Pronto, foram muitas assim.

Omnipotente? Nem Ele nos tirava a vantagem de um dia para o outro.

Deus afinal existe. E o filho da mãe do gajo é lagarto.

25 janeiro, 2008

25.01

Chama-se Ricardo Espírito Santo (um nome que associamos a outras áreas), mas este é o nome do realizador da Sport-TV que estava de serviço em Guimarães no fatídico jogo de futebol que roubou a vida ao húngaro Miki Fehér. Todos vimos e revimos até à naúsea as imagens do último sorriso de Fehér e as imagens terríveis do jogador a dobrar-se sobre si mesmo e a cair de costas, morto. Mas havia outras imagens, ainda mais terríveis, captando de frente o rosto do jogador e que desfaziam tragicamente essa ideia com que ficámos de, ao menos isso, a sua morte ter sido fulminante e quase pacífica. Essas imagens nunca as vimos (e espero que nunca as vejamos), porque o realizador Ricardo Espírito Santo, tendo de decidir no instante, optou por não as pôr no ar e porque a direcção da Sport-TV se recusou mais tarde a cedê-las a outras estações. Devemos assim à dignidade e à sensibilidade de um realizador e do seu director termos sido poupados a um ainda mais extremo deboche jornalístico do que aquele que, durante dias, nos foi servido a pretexto da morte de um futebolista. MST, Público, 30-01-2004

Publico isto não com a intenção de emocionar alguém com o bonito discurso de MST (reparem que ele critica o "deboche" e depois descreve o facto como se estivesse a escrever mais um romance), mas para sublinhar que ainda hoje há pessoas a aproveitarem-se do Fehér. Valham-nos alguns como este realizador.

24 janeiro, 2008

Há dois anos foi assim...

sporting-PORTO: a receita da vitória

Fazer um bolo não é tarefa assim tão fácil. Os ingredientes podem estar todos à nossa frente, mas basta uma mistura mal feita, uma dose mal calculada ou uns minutos a mais no forno para estragar tudo.
Esta vitória no WC lembra-me este processo. Reparem, os ingredientes estavam todos lá: do lado deles, já se viam campeões, achavam-se os melhores e bastava ganharem para nos ultrapassarem. Rumo ao título, diziam. Do nosso lado, tínhamos algumas dúvidas em relação à equipa e ao treinador nos jogos decisivos e sabíamos que a derrota era provavelmente o último atestado de vencidos que nos passavam esta época.
Era em casa deles, com os adeptos deles em óbvia maioria, num clima de euforia justificado pelos últimos resultados. Nós éramos 2500, os resistentes dos maus resultados frente aos rivais.
Mas eles são o sporting e nós somos o PORTO. Eles são grandes porque ganharam 18 campeonatos. Nós somos enormes porque conquistámos a Europa e o Mundo.
E eles são lagartos. A elite da capital que tem a sina de falhar quando os melhores não falham. E nós somos tripeiros. Filhos de uma Nação que viveu Viena, Sevilha, Gelsenkirchen e Tóquio.
Ganhar em alvalade não era fácil. Precisávamos de cuidado nas misturas, de cálculos precisos nas doses e de estar bem atentos ao forno.
A viagem começou por me contradizer no que diz respeito a misturas. Até lisboa cruzámo-nos com demasiados verdes e nem sequer umas bocas, nem uns arrufos. Nada. De um lado e doutro, reinava a precaução. Esperávamos pelo bolo para mostrar quem é o melhor chef.
O cortejo foi tranquilo. Eles nem nos baralhavam os ingredientes, nós estávamos confiantes na receita.
Durante o jogo as doses saíram perfeitas. Nós na bancada a apoiar e a calar os verdes. Os nossos rapazes no campo a empurrarem o adversário e a mostrarem que merecem o escudo na camisola.
O golo foi a cereja no topo do bolo. E aí esta analogia perde-se, porque nem com a receita é possível repetir aquilo. Se os momentos são de quem os vive, aquele vai morrer connosco. Que nem um bolo, que de tão bom que é não conseguimos dividir com ninguém.
Dizem que as melhores receitas são as tradicionais. Querem melhor tradição do que ganhar na 2ª circular e festejar o nosso bolo na cara deles?
O título está aí à porta. Basta estarmos atentos ao forno.


10 de Abril de 2006
C.

23 janeiro, 2008

comunicação social 0 - 3 FCPORTO

Peço desculpa por bater no ceguinho, mas acho que não fui a única a reparar que a comunicação social adorou as declarações de Quaresma. Nunca vi um jogador do Porto aparecer tanto tempo na televisão, na rádio e nos jornais. Bem, pelo menos não se pode dizer que os senhores jornalistas não tenham tentado.

E nós, portistas, o que é que ficámos a ganhar com isto?
* Desconfio que os assobios no Dragão vão acabar. Esta novela encheu finalmente de vergonha a massa assobiativa. Não foi por acaso que nestes dias não ouvimos ninguém dizer: "olhem, eu assobiei o Quaresma porque..."
* O Quaresma renovou contrato com o Porto, que por sua vez voltou a ter o jogador a 100%.
* E, claro, cheira-me que ele vai jogar bem em alvalade.

Ora, e o que é que eles, adversários em geral, ganharam com esta tentativa de crise?
* Hum... Bem... É difícil... Ah, já sei! Não tiveram de pensar neles próprios durante uns tempos.

Histórias de alvalade

11 de Janeiro de 2003: o meu primeiro sportem-FCPORTO. Entrei já o Porto estava a ganhar, fomos roubadíssimos e mesmo assim demos baile. No final, mimos da polícia que a televisão finalmente registou. 0-1

31 de Janeiro de 2004: sofremos um golo do Pedro Barbosa, é triste. De penalty, claro... 1-1

21 de Março de 2005: roubadinhos, roubadinhos... 2-0

8 de Abril de 2006: o melhor de sempre. Eu diria perfeito mesmo. Trocava estes pontos todos de vantagem por outro sportem-Porto assim. 0-1

22 de Outubro de 2006: o Djaló marcou o único golo da sua vida, nao foi? 1-1

27 de Janeiro de 2007: pelas contas dos meus sportem-Porto, vamos levar 2. Como a última vez que previ um resultado aqui acabámos a levar 4, não me vou rir depois de dizer isto.

22 janeiro, 2008

Depois da equipa eliminar o penafiel, o presidente do Sertanense veio dizer que gostava que lhes calhasse o benfica para, e passo a citar, me salvaguardar a época. Ou seja, ele tanto mostrou que não quer saber da equipa ir mais longe como não podia ter sido mais directo ao justificá-lo.
Agora saiu-lhe o Porto, é uma pena realmente.
Eu é que, ou muito me engano, ou não ponho lá os pés para lhe salvaguardar a época.

21 janeiro, 2008

FCPORTO 2 - 0 aves

Ando há meses a chamar a atenção para o facto de, à falta de adversários dentro das 4linhas, os jogadores do Porto terem de jogar contra os próprios adeptos. Agora foi preciso o Quaresma irritar-se para finalmente se falar disso a sério.

Quanto às palavras dele são, obviamente, exageradas e atípicas no FCPorto. Mas ele é o nosso Quaresma para o bem e para o mal... Pelo menos até ao fim da época, já dizia o outro.

Quanto ao essencial aqui, que são os estúpidos (pensei numa palavra mais erudita, mas eles não merecem mais do que um "estúpidos" mesmo) que puxam do assobio por tudo e por nada, no final da época quero ver a vossa lata para festejar. Ah, esperem, já neste jogo eles assobiaram o Quaresma e passado 2 minutos estavam a gritar um golo que o rapaz marcou. Não percebo. Ao menos podiam ser coerentes... além de estúpidos.

13 janeiro, 2008

FCPORTO 4 - 0 braga

Se um dia criarem um programa para o pior português de sempre vou votar vezes sem conta no D. Afonso Henriques. Ele merece. Afinal de contas, é à custa dele que nós somos portugueses.
Agora pensem: e se fôssemos espanhóis? Em que é que ficávamos a perder?

Dir-me-ão na cultura, na língua, no espírito. Concordo que os Lusíadas em castelhano não soam muito bem e que os espanhóis são, por vezes, bastante irritantes (principalmente quando nos dão indicações erradas para se ficarem a rir de nós).
Mas eu pergunto: quem é que não gostava de receber o dobro do seu salário? Quem é que ia protestar contra a gasolina mais barata, a comida mais barata, o vestuário mais barato? Quem é que se importava de comer mais paella?
E, se virem bem as coisas, temos demasiadas semelhanças com os espanhóis. Comemos basicamente o mesmo, compramos roupa nas mesmas lojas e ambos temos as melhores selecções do mundo que não ganham nada - juntas podiam ser A melhor do mundo que não ganha nada.

Quanto a nós, portistas, ganhávamos ainda mais uma benesse: estávamos neste momento a lutar pelo primeiro lugar na Liga Espanhola enquanto que aqui... Bem, aqui andamos a dar indicações erradas aos outros.

11 janeiro, 2008

Saldos de Janeiro

Sou completamente contra o mercado de Janeiro. Acho injusto, dispensável e perturbador.

É injusto porque é óbvio que é mais uma maneira de beneficiar os clubes mais poderosos, que têm mais dinheiro para ir buscar as revelações da primeira metade da época, ainda que alguns dos mais pequenos já tenham aprendido que negociar em Janeiro é sempre pior que no Verão.
É dispensável porque me parece que as equipas deviam ser preparadas a pensar apenas num mercado. As transferências de Verão são mais do que suficientes para alimentar o futebol.
É perturbador porque, apesar de andarem todos a dizer que estão muito concentrados até ao final da época, é notório que estão todos a pensar em Manchesters, Barcelonas e afins. Os treinadores também sofrem por isso, são obrigados a pensar em nomes que estejam acessíveis e em jogadores que não estão a fazer nada na equipa. Já para não falar daqueles que ficam sem os melhores jogadores de um momento para o outro por decisão dos dirigentes. Cai a estabilidade e chegam muitas vezes os maus resultados.

Como ponto positivo, tem o facto de se poder corrigir erros do Verão. Não faz sentido. O que está feito, está feito. Ninguém morria se o Postiga ficasse cá e o Hélder Barbosa ficasse na académica por mais uns meses. Nem a equipa fica a ganhar grande coisa.

No fundo, o mercado de Janeiro é apenas e só mais uma das faces do futebol-negócio moderno.
Enquanto os senhores andam nos saldos, nós vamos rezando para que não nos comprem a grande estrela da equipa e vamos assistindo a jogos deploráveis porque os meninos andam a pensar nos Manchesters, Barcelonas e afins.

10 janeiro, 2008

O exemplo de Postiga

Hélder Postiga é um dos casos mais estranhos do futebol português. Foi um jovem bastante promissor durante muitos anos e chegou a ser uma peça importante do Porto de Mourinho.
Através de um bom negócio, Inglaterra foi o destino do ainda jovem bastante promissor mas as coisas não correram lá muito bem.
Postiga regressou ao Porto (demos o Pedro Mendes e ainda pagámos, até dói só de pensar!...) e as coisas voltaram a não correr lá muito bem.
Depois de um empréstimo pelo meio, a situação de Postiga no Porto chegou ao ponto, muito sinceramente, de me dar pena.

O rapaz entra e ou é assobiado, ou riem-se dos falhanços dele. Não dá mais. Mesmo com um golo ou outro de vez em quando, a imagem de Postiga está completamente gasta no que ao azul e branco diz respeito.
Nunca cheguei a perceber a principal razão para isto acontecer. Os extremistas anti-Postiga dizem-me: ele é mau jogador. Mau não é. Mas também não é bom. Os que gostam dele dizem-me: tem poucas oportunidades. Agora sim. Mas só tem poucas porque já desperdiçou umas mil.

Sendo assim, não consigo antever o futuro de Postiga. Para já, é certo que vai rodar uns meses na Grécia como também é certo que vai voltar para a próxima época. Se vai finalmente correr bem, se vai voltar a correr mal, não sei. A única coisa que sei é que Hélder Postiga pode ser um bom exemplo para os jovens craques que já se acham alguém no mundo do futebol. Não só como jogador, para que vejam que não basta talento para singrar. Mas principalmente como homem, porque apesar de ser um notório mal-amado dos adeptos de futebol em geral, Postiga foi um senhor na hora da despedida. Ou melhor, do até já. Enquanto isso, Mariano fica a ganhar na corrida para o pior jogador portista do ano.

O fenómeno Mantorras

Hoje vou falar-vos de um miúdo que gosta de jogar à bola, contra tudo e contra todos.

A primeira vez que vi o miúdo (por esta altura já acham esquisito eu chamar-lhe miúdo, mas desde que me lembro que ele tem 19 anos...) foi num memorável alverca-sportem em que ele sozinho deu um dos melhores bailes de sempre aos meus queridos amigos lagartos (ontem deram-me mais uma alegria, não falham). Lembro-me perfeitamente de pensar: este miúdo tem futuro. Não teve, coitado.

Em fase descendente da carreira, foi parar ao benfica. A super-contratação foi noticiada com toda a pompa e circunstância - como são todas naquele clube. O mundo parou para ver Mantorras chegar, ver e... não vencer.
Como todos nós sabemos, foi LFV a estar por trás deste grande negócio. O benfica cheira-me que nem pagou ao alverca e ficou a ganhar 18 milhões de contos (ainda hoje é quanto vale o jogador e ainda dizem que o Orelhas não tem olho para a coisa!...).

Como se isto não chegasse para fazer de Mantorras o herói dos lampiões, o miúdo é um bocado manco - literalmente. As lesões e as dolorosas recuperações vieram dar o toque final: Pedro Mantorras leva os adeptos do benfica às lágrimas. Só entra de vez em quando nos últimos minutos, mas é o suficiente para a histeria total despontar. Juro que é verdade, eu já estive no meio deles e vi. É de loucos.
No início até pensava que estavam a gozar o miúdo. Demorei a perceber que o sentimento era do mais puro e sensível que existe no mundo.
"Substituição no benfica: sai um gajo que não interessa, entra... PEDRO MANTORRAS! AAAAAAAAAHHHHHHHHH" (isto são os gritos, saltos e lágrimas dos lampiões).
É inexplicável o que se passa naquele estádio quando o rapaz entra.

Os treinadores passam e nunca compreendem verdadeiramente o fenómeno Mantorras. Camacho quase que chegou a chamar-lhe manco. Os espanhóis podem ser mais espertos do que nós, mas não alcançam o nosso lado mais sensível. Ou estúpido, não sei.
O certo é que o miúdo sempre que entra mete-a lá dentro. Mesmo que seja com um cruzamento que sai mal porque bate num gajo, mesmo que sobre para o Cardozo que faz um grande passe sem querer, mesmo que o Mantorras marque golo porque falha o remate.

Momento sério e sincero: Mantorras não vale, obviamente, 18 milhões de contos, mas é um bom jogador. Tenho pena dele e admiro a luta diária que trava contra os problemas físicos. Ainda assim, aponto-lhe uma grande falha: num benfica-leiria (se não me engano) que o benfica precisava mesmo de ganhar mas perdia por 0-1, Mantorras marcou nos últimos minutos e em vez de ir a correr para o meio-campo como todos os outros colegas para ainda tentar dar a volta, ficou a festejar durante meia hora com os adeptos que choravam com mais um golo do fenómeno. Podem dizer-me que o benfica também cagou muito para ele e, por isso, faz sentido esta e muitas outras atitudes. Mas um jogador que vem chorar para uma conferência de imprensa ao dizer "deixem jogar o Pedro Mantorras" como se os adversários não tivessem mais nada que fazer, ou é pouco esperto ou é burro. Isto tudo para dizer que o fenómeno Mantorras dá-me vontade de rir.

09 janeiro, 2008

FCPORTO 1 - 0 naval

De há uns anos para cá, os amarelos para limpar tornaram-se moda. Sempre que um jogador em risco de exclusão vê que o próximo jogo é para uma taça qualquer que não interessa nem ao menino Jesus (ainda que interesse sempre ao sportem, porque não têm mais nada para ganhar), faz de propósito para levar o amarelo. Quando os senhores que fazem as leis se aperceberam que secalhar os jogadores que demoravam três quartos de hora para fazer um lançamento queriam limpar a folha, foram muito mais espertos e arranjaram forma de evitar isso. Mas esqueceram-se que estavam a lidar com jogadores de futebol - os seres mais astutos a fugir às regras a seguir a qualquer português em geral e aos estudantes de jornalismo em particular. Então agora basta-lhes fazer uma palhaçada qualquer, os árbitros nem se apercebem do estratagema porque palhaçadas há muitas e, tumba, amarelo.
Tarik fez isso neste jogo e agora não vai jogar contra o braga quando, curiosamente, vai estar só a milhares de quilómetros do Dragão. Muito esperto o Tarik.

O que proponho agora é o seguinte: os adeptos do Porto deviam, à semelhança do marroquino, limpar a folha. Não perceberam? Sigam o raciocínio:
Ponto 1
o Porto é líder do campeonato com muitos pontos de vantagem
o Porto joga melhor que os outros
o Porto tem o melhor plantel
o Porto tem melhor treinador
o Porto tem melhor presidente, organização, estrutura ou o que lhe queiram chamar


Isto é básico. Em frente.

Ponto 2
os adeptos do Porto gostam que o Porto ganhe


Quanto a isto, confesso que tenho algumas dúvidas. Há muitos que lá no fundo gostavam era que o Porto perdesse para que pudessem dizer que tinham razão. Mas pronto, vou sustentar-me apenas nos princípios básicos do que é ser adepto de um clube porque estas pessoas vão muito além do que a minha capacidade intelectual consegue atingir.

Ponto 3
o Porto ganhou à naval e aumentou uma vez mais a distância para os perseguidores
(chamar-lhes perseguidores é uma simpatia)

É um facto e contra eles não há argumentos.

Ponto 4
os adeptos do Porto assobiaram a equipa


Gostava mesmo de saber explicar-vos isto, mas não sou capaz. Não chego lá. Não dá para mim. Alguma mente brilhante que tenha participado no fenómeno que explique através dos comentários por favor.

Ponto 5
já não é a primeira vez que isto acontece


Aliás, é normal os adeptos do Porto assobiarem a equipa que vai em 1º por mil pontos e que passou em 1º no grupo da Champions. Eu nem percebo como é que há tanta gente nos festejos anuais do meu clube. Pelo menos metade dos que estão ali aos gritos a dizer que o Porto é o maior passaram a época a assobiar a equipa.

Ponto 6 e conclusão brilhante
se fosse possível dar amarelos aos espertinhos que assobiam os bi-campeões e excluí-los ao fim de 5 cartões, o Dragão tornava-se um local muito melhor.


Sendo assim, proponho que estejam atentos às pessoas que se sentam ao vosso lado. Vejam-nas bem, decorem-lhes as caras e anotem cada assobio. Ao quinto, castiguem-nos. Não me interessa que recorram ao método agora mais conhecido como Luisão/Katsouranis, ou apenas às palavras. Mas façam-no. Para que no próximo jogo nós, os que gostam que o Porto ganhe, possamos disfrutar, vá, de uma vitória.

08 janeiro, 2008

Luisão e Katsouranis - 20

Ontem tive o exame mais surreal da minha vida. Graças a uma professora que vive num mundo cor-de-rosa e a um apagão geral, fez-se luz nas nossas mentes de estudantes do ensino superior e, como exemplares jornalistas que seremos um dia, desatámos a copiar. Dizer copiar até é um bonito eufemismo. À beira daquilo, o 'Sabe mais do que um miúdo de 10 anos' é para meninos.

Ora, e o que é que isto tem a ver com o Luisão e o Katsouranis? Nada. Mas reparem que, também eles, fizeram uma coisa muito feia. Eu e os meus colegas vamos tirar 20. Por isso, é muito injusto que eles sejam castigados. Por mim, passavam com excelência.

4º árbitro

Se quiserem uma opinião credível sobre o actual momento dos SD e outros assuntos:

http://jpr.icicom.up.pt/2007/12/encontro_de_historia.html

07 janeiro, 2008

Para: Liedson



Cara de quem quase teve de beijar aquele símbolo


Caro Liedson,

Espero que não se importe que o trate por você. É assim que trato as pessoas por quem nutro grande admiração e respeito. É o caso.
Admiro-o enquanto jogador, porque está mais que provado que é um grande avançado. Devo dizer-lhe, aliás, que o Liedson é o único jogador da nossa Liga que teria lugar na minha equipa.
Pois, é que embora eu o esteja a elogiar tanto, eu não sou do sportem. E daí a parte do respeito. É impossível não respeitar alguém que consegue gozar de forma tão perfeita o sportem.

Confesso que o Liedson costumava irritar-me um bocado. O facto de dar muitos pontos ao sportem contribuiu para isso. Mas o facto de estar constantemente a atirar-se para o chão foi determinante. Odiá-lo foi inevitável. Nenhum jogador com a sua qualidade precisa dessa dose de palhaçada.

Mas o Liedson soube dar-me a volta.
Comecei por reparar que o sportem, mesmo com o melhor avançado a actuar em Portugal, não ganhava nada de jeito. Depois constatei que o Liedson nunca prejudicou o meu clube (ao contrário dos outros rivais - o Liedson ainda me fez rir umas vezes com esses. Obrigada). E, para finalizar em beleza, assisti com muito prazer às diversas rábulas que o Liedson protagonizou contra o sportem.
É chegar tarde aos treinos, é ter mais férias que os outros, é "ir ao Brasil resolver uns assuntos", é estar sempre a dizer que quer sair... E, agora, a "ditadura".

Não percebi nem quero perceber muito bem o que quer com isto tudo. Alguns chamam-lhe burro porque acham que essa personalidade lhe vai estragar a carreira. Não lhes ligue. Que melhor personalidade do que a de alguém que goza assim tanto os lagartos?

Levezinho: tamos contigo, pá!

P.S. És um palhaço
P.S.2: Diz ao Paredes que também gostamos muito dele.

04 janeiro, 2008



O Pedro Silva - é assim que ele se chama não é? - tinha que dizer alguma coisa e disse uma asneira, mas ninguém lhe vai fazer mal por isso

O que vale é que o sportem não perde uma oportunidade para mostrar o que vale no relvado.

02 janeiro, 2008

Diz que é uma espécie de reveillon




O prometido é devido. E eles até se riram ;)

30 dezembro, 2007

O que eu quero para 2008:

1. Sermos tri-campeões
2. Irmos o mais longe possível na Liga dos Campeões
3. Ganharmos a Taça e a Supertaça (não quero saber disto para nada, mas é sempre uma questão de "antes nós do que os outros")
4. Que Portugal vá à final do Euro e perca nos últimos minutos com um frango do Ricardo (déjà vu)
5. Vender o Postiga. Ou pagar para que fiquem com ele
6. Ganhar todos os jogos contra o sporting e o benfica por mais de 3 golos de vantagem
7. Que o Camacho, o Vieira e o Nuno Gomes continuem no benfica
8. Que o Paulo Bento, o Filipe Soares Franco e o João Moutinho continuem no sporting
9. Que o boavista acabe
10. Que o filme da outra e o livro do outro tenham muiiiiito sucesso
11. Que o Pinto da Costa vos atormente durante mais um ano inteirinho
12. Que alguém me arranje um emprego nesta área

Bom Ano para todos

23 dezembro, 2007

nacional 1 - 0 FCPORTO

O espírito natalício é uma coisa muito bonita, mas pôr o Postiga e o Mariano a titulares no mesmo jogo é demais.
Ah, e aquele penalty que ficou por marcar também foi uma bela prenda.

Bom Natal!

19 dezembro, 2007

Não sei se lhe chame lata, azia ou pura estupidez, mas o certo é que os jornalistas foram perguntar a Hermínio Loureiro as causas para o desinteresse desta Liga. Eu só gostava de ver se o líder com 10 pontos de avanço fosse de outra cor... Ui, que Liga tão fantástica que esta era!

Esta semana tem sido, aliás, bastante deprimente. Por isso, há que destacar outros assuntos. Os preferidos são "os problemas na noite do Porto" e "a ida de Carolina Salgado ao tribunal". Curiosamente, duas coisas que se podem traduzir por: "os Super Dragões são maus" e "o Pinto da Costa é corrupto". Repito: não sei se lhe chame lata, azia ou pura estupidez.

18 dezembro, 2007

Estranha mania esta dos adeptos do Porto não gostarem dos seus treinadores.
Aqui ninguém é recebido como um salvador ou um herói como noutros sítios. Aqui todos são recebidos com dúvidas na melhor das hipóteses. Ou porque nunca ganharam nada, ou porque no passado estiveram vocês-sabem-onde, ou pelas duas coisas. Só nos últimos anos, foi assim com Fernando Santos, foi assim com Mourinho, foi assim com os três de 2004/2005, foi assim com Adriaanse e foi assim com Jesualdo.

Fernando Santos chegou com o rótulo de "lampião" e, mesmo depois de 3 anos cá, saiu exactamente na mesma. Ganhou, mas não o suficiente para os portistas.

Mourinho ganhou tudo e utilizou provavelmente a técnica mais apreciada pelos adeptos do meu clube: odiar os outros todos, gozar com os outros todos. Mesmo assim, nunca foi idolatrado a 100% e no fundo todos sabiam que nos ia trocar de um dia para o outro. Bastou uma saída pela porta pequena para convencer os portistas que nem Mourinho é suficientemente bom para o FCP.

Del Neri nem teve tempo para suscitar dúvidas, Fernandez nunca foi apoiado, o nome Couceiro até foi apagado da nossa memória. Afinal de contas, o campeão do Mundo não é um clube qualquer. Qualquer portista continua a achar que o Porto tinha sido campeão este ano com qualquer um de nós a treinador.

Adriaanse tinha a seu favor o facto de ser estrangeiro. Mas logo conquistou a raiva dos portistas, imagine-se, porque tinha ideias próprias que seguia à risca, mesmo que o Tribunal não gostasse delas. Nem o golo de Jorginho em alvalade (que gerou uma onda de simpatia e até admiração por Adriaanse nos meios de comunicação social) bastou para que os adeptos do Porto gostassem do holandês, meio maluco é certo, mas que pôs a equipa a jogar como nem o melhor (?) treinador do mundo havia conseguido.

E eis que chega Jesualdo. Lampião. Que nunca ganhou nada. A equipa faz uma primeira volta fantástica, mas os adeptos pareciam estar à espera dos deslizes da segunda para apontarem o dedo ao professor: "eu tinha razão. Este gajo não vale nada". Jesualdo foi campeão. E como é que não se gosta de um campeão? Para meu enorme espanto (ou não), agora já diziam que Jesualdo só tinha ganho porque herdou tudo de Adriaanse (sim, leram bem).
Agora o Porto está imbatível, o Porto passa em 1º no grupo da Liga dos Campeões, o Porto joga com uma altivez só vista nos grandes (perdoem-me, enormes) clubes da Europa. E, mesmo assim, os portistas não gostam de Jesualdo. Deixem o Porto perder uma vez e lá vêm eles dizer mal do homem. "Eu tinha razão. Este gajo não vale nada!". Ah, esperem. Não é preciso o Porto perder. Isto acontece na mesma!

Confesso que não acho que Jesualdo seja o treinador perfeito para o meu clube. O problema é que não sei bem porquê. Sei constatar que os resultados têm sido óptimos, que o plantel está muito forte e que o treinador tem de ter algo a ver com isso. Acho que o meu problema é o problema de todos os portistas: tenho a plena convicção que eu era a treinadora perfeita para o Porto. Mesmo que provavelmente corresse mal em termos de resultados porque não tenho qualificações para tal, os adeptos do Porto iram sempre gostar muito de mim porque eu sou do Porto. Já estou mesmo a ver o Porto a perder 5-1com o guimarães e eu a ser aplaudida porque festejei imenso o golo (atirei-me para o chão e insultei os adversários) e ainda fui à conferência de imprensa dizer que perdemos mas continuamos a ser o melhor clube do mundo.

Era perfeito não era?

Pensem nisso.

E pensem também que, enquanto perdem tempo a pensar nisso, os clubes lá de baixo contentam-se com os maus treinadores que têm, com os maus resultados que daí advêm e com o ódio que têm ao Jesualdo.
Quem é o Villarreal para vir buscar o Lucho?

16 dezembro, 2007

FCPORTO 2 - 0 guimarães

Dizem que eram 3 mil, mas até pareciam mais. Os adeptos do vitória viajaram para fazer frente ao líder, como havia prometido o seu treinador. Cajuda disse e não falhou: o guimarães jogou futebol. Eles, os 3 mil(e tal), pagaram apenas 10 euros e cantaram do fundo do tal peito que bate forte. Puxaram por nós, que tivemos de mostrar quem estava em casa. E os jogadores deles puxaram pelos nossos, que tiveram de estar ao seu melhor, que é muito mais do que esta Liga aguenta. Eles, guimarães, merecem estar onde estão. Nós cá estaremos, sempre prontos para desejar um Bom Natal.

(Pouco se fala de futebol em Portugal... O país está triste. Até se esqueceram de destacar o facto do Porto ter ajudado benfica e sportem. Se o guimarães não perdesse pontos esta jornada...)

15 dezembro, 2007

Perguntas para Soares Franco:

"Enquanto eu for presidente do sportem, as claques do sportem serão sempre apoiadas desde que cumpram a sua missão. E a sua missão é apoiar"

* Disse que uma claque não pode criticar. Os outros adeptos podem, as claques é que não. Porquê? Não há liberdade de expressão? Eles têm de comer e calar porquê? São menos que os outros? Têm de ver meninos sem darem o mínimo por aquela camisola que eles amam e bater palmas? Não podem mostrar que querem o sportem a ganhar, coisa que pelos vistos mais ninguém quer?

* O sportem está a 12 pontos do Porto e já foi arrumado da Liga dos Campeões. O sportem não tem dinheiro e por isso não tem um plantel de jeito. Se a missão das claques é apoiar, a sua não deveria ser ganhar?

14 dezembro, 2007

Historinha do círculo

Era uma vez um político, sociólogo, historiador, professor e comentador.

Um político que nem se atreve a fazer política.
Um sociólogo no papel.
Um historiador por moda.
Um professor (pouco) conceituado.
Um comentador nunca construtivo.

No fundo, um cidadão português que gosta de usar palavras caras, ideologias profundas e raciocínios complexos para mandar uns meros 'bitaites'.

E assim se é um intelectual em Portugal.

Mas... Um dia, dois, ou muitos... as palavras foram brejeiras, as ideologias nublosas e os raciocínios limitados.

E assim se desmascarou o político, sociólogo, historiador, professor e comentador... ressabiado. De uma cidade onde consta que até nasceu. De um clube que não lhe dá muitas alegrias.

Ele que fique com o seu intelecto. Nós ficamos com o nosso Porto. E vivemos felizes para sempre.

Moutinho: toma lá, vai buscá-la

Numa viagem pelos fóruns do sportem (sim, eu gosto muito de os 'ouvir'. Principalmente nestas alturas, claro), descubro isto:

A atitude é reprovavel é grosseira.

Estou cansado desta lenga-lenga das claques que fazem milhares de quilometros e vão aqui e vão ali.

Eu gostava de ter a vida dessa gente, de ter dinheiro para ir a Manchester, a Roma, Kiev e andar por aí fora.

Mas não posso, tenho contas para pagar, responsabilidades, não vivo do ar nem da mesada do pai ou da mãe, nem do dinheiro das claque, nem a JL ou qualquer claque sustentam a minha familia !!


Este é apenas um dos comentários que atacam a JL pela atitude da passada quarta-feira.

Ora, estamos a falar do sportem. O clube da elite, onde ninguém suja o cachecol e muito menos faz 'coisas feias'.

Por isso, acho que não preciso de dizer nada. A não ser pedir para quem conhecer aquele adepto que atirou a camisola do João Moutinho lhe dizer por favor que ele é o meu herói.

FCPORTO 2 - 0 besiktas

O árbitro apita para o fim da partida. Os jogadores sorriem, trocam camisolas e abandonam o relvado como se nada fosse. Os adeptos sorriem, despedem-se com um "Sábado há mais" e saem do estádio como se passar em primeiro lugar num grupo da Liga dos Campeões fosse uma coisa normal. E é.

11 dezembro, 2007

chaves 0 - 2 FCPORTO

Não sei o que me surpreendeu mais: se foi o Porto ganhar a uma equipa portuguesa que não está na primeira liga, se foi o Postiga marcar um golo.

05 dezembro, 2007

À comunicação social e a todos os mouros (passe a redundância):

Isto de agora andarem a dizer que o Porto é muito melhor e que temos o campeonato no papo é tudo muito bonito, mas não enganam ninguém. Sabemos que a intenção é estar à espera do mínimo deslize para virem dizer que afinal o Porto não anda a corresponder às vossas expectativas. Por isso, o meu sincero conselho é que deixem de se preocupar connosco. Olhem para vocês próprios que isso aí é que é capaz de não andar a corresponder às vossas expectativas.

Contra tudo e contra todos.

Como marcar um golo perfeito

* fintar o David Luiz. Este é o primeiro passo e, por isso, o mais fácil

* chutar de trivela. Mostra-lhes que aquilo não é para todos

* fazer com que o Léo, o Luisão e o Quim vão uns contra os outros e parem todos no chão

* festejar muito, de preferência passando ao lado do Camacho que nessa altura está a pensar: "estes gajos é que jogam. Se jogarmos assim na terça comemos os ucranianos"

* rir. Rir muito.

* mostrar-lhes bem o nosso escudo, o nosso símbolo.




Todos nós sabemos que Quaresma nunca será um jogador à Porto. Faz o que quer e ninguém tem mão nele. Mas quem disse que um génio tem de ter limites?

Carta para o número 21 dos lampiões:

Não cuspas no prato onde já comeste

Então é isto que tens a dizer. Depois de perderes de forma tão humilhante em casa. Depois de não teres jogado nada. Depois de, mais uma vez, começares a ver o campeonato por um canudo.

Então é isto que sabes dizer. A quem já trabalhou contigo. A quem já viveu muitos mais anos de futebol do que tu. A quem, incrivelmente, só começou a ganhar quando chegou aqui.

Então é isto que podes dizer. Quando começas a ver que já não estás ali a fazer nada. Quando olhas para trás e vês o pouco que ganhaste em tantos anos. Quando, mais uma vez, tens de admitir para ti próprio que nós somos melhores.

Sabes, Nuno, eu nunca tive problemas contigo. Tanto no boavista como no benfica, nunca tiveste arte e engenho para nos incomodar. Até te digo mais: no Euro 2000 – quando eras à partida suplente do Pauleta e do Sá Pinto(!) – até fui capaz de dizer que estava ali um bom jogador.
Foste para Itália naquela famosa venda do meu querido amigo Vale e Azevedo e tiveste o azar da Fiorentina ter ido à falência. Pobre coitado.
Mas o teu benfica lá te foi salvar de uma carreira perdida. Regressaste que nem um D. Sebastião, pronto para arrasar as áreas adversárias.

Oh Nuno, mas estava eu aqui a pensar… Quando é que afinal tu fizeste mesmo isso? É que tenho algumas dificuldades em determinar exactamente quando é que tu foste um avançado decisivo para a tua equipa. Quando foi Nuno? Quando foi que tu marcaste muitos golos? Quando foi que ganhaste tudo o que havia para ganhar? Quando foi que ouviste um adversário dizer que era preciso ter cuidado contigo?
Eu não me lembro Nuno. Ajuda-me.

Lembro-me sim de 9 épocas nesse clube, onde ganhaste uma Taça e um campeonato sem querer. Lembro-me sim de um avançado que, normalmente, precisa de outro colega à frente, outro atrás e outros dos lados para ter algum rendimento. Lembro-me sim de uma camisola 21 que até mete dó ao falhar golos como aquele que falhaste no Sábado.

Também me lembro de vires ao Dragão marcar 2. Também me lembro dos 2 orgasmos que tiveste aí. Também me lembro do Bruno Alves te ter feito aquilo e, a partir daí, não teres marcado mais.

O que me leva a uma simples conclusão: tu, Nuno, gostas é do Porto. Explica tudo. Explica porque é que a tua carreira foi tão triste e infrutífera. Explica porque é que te matas todo contra nós. Explica porque é que te sentes mais frustrado de ano para ano.

Nuno, já não enganas ninguém. No Sábado, foste tu que desonraste o apelido que te deram. No Sábado, foste tu que te sentiste pequenino. No Sábado, mostraste como querias estar do outro lado.

Nuno: Não cuspas no prato onde querias ter comido

Liverpool – parte II

Quarta-feira, 18.45. Entrar em Anfield até foi, confesso, desapontante. O estádio não é nada demais, não é extremamente bonito ou intimidador. Tivemos a nossa grande oportunidade de mostrar que também estávamos ali no aquecimento, já que nem metade do estádio estava preenchida.
A 5 minutos do inicio da partida, o momento por que todos esperávamos. Impossível de transmitir em palavras. “You’ll never walk alone” é uma mensagem tão simples como eficaz. Lindo. Arrepiante. Quase que dá vontade de mudar de lado. Cantámos com eles, porque os nossos também nunca caminharão sozinhos.

Embalados pelos adeptos, eles começaram melhor. Nós parecíamos estar ainda num estado de convalescença depois daquele momento contagiante. Só o golo de Torres nos acordou (a nós adeptos e a nós equipa) para a realidade: o Liverpool era o adversário e nós queríamos ganhar. Como sempre.
Apoiámos o crescimento da equipa e o golaço de Lisandro deu-nos o melhor de toda esta aventura: fizemo-nos ouvir em Anfield Road. O sonho de qualquer adepto, digo eu. Melhor que os 3 “YNWA”, melhor que os cânticos originais e afinados dos ingleses, melhor mesmo do que aquele Kop cheio e sempre de pé. Éramos nós. E estávamos ali. E eles tinham de estar a levar connosco.
Os ingleses, ao contrário do que eu estava à espera, estavam calados. E assim ficaram durante muito tempo. E aqui está o bom de ir lá, de os ver e ouvir de perto. Afinal de contas, descobri que eles também são humanos.

O 1-1 estava a ser justo e controlado, mas nós (nós adeptos e nós equipa) até queríamos mais porque sabíamos que éramos capazes. Ora, ao contrário até do que costuma acontecer, Jesualdo entrou nessa onda e quis ganhar. Talvez tenhamos sido ingénuos. Talvez tenhamos tido só azar. Não sei. Só sei que Torres pegou na bola e fez aquilo que todos vimos. A saga dos jogadores que estão em má forma e que ressuscitam com o Porto continua (Adriano do inter, Solari no real madrid, shevchenko e ballack no chelsea…). “El Niño” passou-se e abriu caminho para os outros.
Um penalty que me pareceu causado por falta do avançado sobre o malogrado Stepanov (continuo a achar que ele é bom, agora mais porque ele faz as mesmas asneiras que o Pepe fazia do que propriamente pelas provas que ele me dá). Gerrard não perdoa, claro. E Crouch para finalizar.

Foram 3 golos de rajada, que ainda assim não foram suficientes para nos arrancar do primeiro lugar do grupo. No fim do jogo, houve palmas para os nossos rapazes. Mas não só. Houve palmas deles para nós e de nós para eles. Eles a reconhecerem o nosso valor, nós a reconhecermos que estávamos ali também (e muito!) por eles.
Benitez dorme agora mais descansado e até nos fez o favor de pôr alguns jogadores a correr à volta do relvado quando só nós estávamos ainda lá dentro. Digo um favor porque foi a nossa oportunidade de aplaudir e ser aplaudidos por aquele que para mim é o melhor jogador de equipa do mundo: Steve Gerrard. A propósito, o cântico dos adeptos para o seu capitão é absolutamente fantástico.

E assim saímos de Anfield. Com a cabeça a pesar à custa dos 4 golos, mas com o coração aos saltos porque estivemos ali, porque somos do Porto e por isso somos sempre melhores que os outros.

03 dezembro, 2007

Liverpool – parte I

A viagem a Liverpool merece mais. Ainda que o resultado seja para esquecer, ficam algumas histórias para contar.

Quarta-feira, 6 da manhã. Depois de uma noite quase sem dormir à custa da ansiedade, levantar nem custa muito quando o objectivo é ir a Liverpool. Os primeiros 300 kms foram feitos de carro, já que mais uma vez fomos às custas de uma low-cost.
Desta vez, Lisboa recebe-nos com indiferença, a não ser os funcionários do aeroporto que, ao verem tanto azul, tiveram de chamar reforços.
Ao embarcar, deparámo-nos com um adepto do benfica a viajar precisamente no sentido contrário ao nosso para ir assistir ao jogo com o milan. Mas há gente que faz mesmo milhares de kms para ir ver aquilo? Há malucos para tudo.
Não arrisco muito ao dizer que mais de metade do avião era de adeptos do Porto. A fé não era muita, mas a vontade de conhecer o ambiente mais fantástico da Europa Ocidental superava tudo.

Liverpool estava cinzento e chuvoso. Como sempre. Corremos para o hotel e saímos logo para Anfield. Os ingleses, ao contrário do que sempre me tinha acontecido, eram bastante simpáticos connosco: davam-nos indicações, não nos enganavam e até nos deixavam entrar no autocarro sem pagar. “São do Everton” foi a conclusão óbvia.
Mas à chegada ao estádio percebemos que a simpatia só vai até um certo ponto porque aí já nos perguntaram “porque é que vêm de tão longe para perder?”. Apeteceu-me dizer-lhes que nem estávamos ali pelo resultado, mas sim porque eles são do melhor que há no mundo, mas o facto de eles também serem meus adversários nesse dia fez-me conter.

Anfield. À volta é simples, escuro e feio até. Fizemos horas de um lado para o outro, a admirar os pequenos “cheirinhos” que nos davam do que é aquilo lá dentro. Os muitos portistas juntavam-se nas portas, onde senti na pele o famoso british humour.
Quando perguntei a um steward “is this here?” ao apontar para a nossa porta de entrada no bilhete, antes de me ajudar ele respondeu-me “Well… This is Anfield”.

02 dezembro, 2007

clube do Nélson Évora e da Vanessa Fernandes 0 - 1 FCPORTO

4 pontos a separar as duas equipas, a comunicação social em extâse porque o benfica podia ficar a 1 e aí o campeonato ia voltar a ter piada e destaque, os lampiões a acenar com 4 dedos na mão, 100% crentes que estava no papo. Como sempre.

Da viagem, nada a assinalar. Um pequeno destaque apenas para os milhares de lampiões que passaram por nós, a provar que o benfica vive dos adeptos do Norte. "Os piores".
Na chegada à luz já estranhávamos que estivesse a correr tudo tão bem. Mas claro que o facto do estádio não ter as minímas condições de acesso e de entrada de visitantes ajudou a relembrarmo-nos onde estávamos.

Lá dentro, também os poucos lugares para tanta gente se repetiu. Mas tudo bem, a malta até gosta destas coisas.
As gargantas começaram a afinar-se com o estádio ainda muito vazio (o que seria normal num jogo qualquer na luz), mas era a calma que reinava. Sabíamos que das duas uma: ou o Porto descambava e eles sacavam um golito naquelas investidas "à benfica", ou era só controlar.

Ora, rapidamente percebemos a resposta. Na primeira parte foi só desfilar. Se dúvidas houvesse, (claro que para eles e para a comunicação social nós íamos levar mais uns 4 ou 5) a equipa do Porto fez questão de mostrar quem são os melhores. A segunda parte foi mais equilibrada, mas nunca chegámos a sofrer.
Foram os 90 minutos mais claros dos últimos tempos: de um lado, uma equipa cheia de vontade, é certo, mas sem jeito; do outro, um Porto crescido, seguro, a disfarçar bem algumas debilidades derivadas sobretudo do cansaço.

Nas bancadas, o domínio também foi azul. Os NN só se destacaram ao mandar tochas uns para os outros e ao andarem à pancada uns contra os outros. Os DV lá estiveram ao seu nível, que não chega como foi bem claro. Aos adeptos do benfica restou-lhes assobiar para tentar calar os bi-campeões nacionais.

No final, tivemos de explicar aos adversários que os 4 dedos da mão já não chegavam. S-e-t-e. Agora são s-e-t-e.



E, pronto, foi assim mais uma vez. E, também mais uma vez, o campeonato deixou de ter piada e destaque. O que vale é que ainda temos o futsal, o Nélson Évora e a Vanessa Fernandes para animar o pessoal!

liverpool 4 - 1 FCPORTO

Ainda que o resultado esteja longe de corresponder ao que se passou, até pareceu que já adivinhava. E, sim, valeu a pena.




Em 1º lugar no grupo. Não é pra todos.

27 novembro, 2007

Anfield Road

Arrisco-me a dizer que amanhã até podemos levar 8 como os outros que vai valer sempre a pena ter ido.

26 novembro, 2007

FCPORTO 2 - 0 setúbal

Cuidado meninos, anda aí alguém a querer mesmo muito que um penalty a menos faça a diferença...

24 novembro, 2007

Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses

1.O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.

2.O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.

3.O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.

4.O jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identificação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público.

5.O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas. O jornalista deve também recusar actos que violentem a sua consciência.

6.O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, excepto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas.

7.O jornalista deve salvaguardar a presunção da inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado. O jornalista não deve identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor.

8.O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade ou sexo.

9.O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas.

10.O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses.

11. O jornalista português não pode fazer perguntas incómodas a Scolari, não pode questionar as opções do brasileiro e muito menos o pode criticar.

20 novembro, 2007

O estranho caso do Bosingwa que virou Zé

Que se acuse o portista que sempre achou que o Bosingwa era um grande jogador. Não conheço nenhum.
E ainda hoje continuo a achar que o Bosingwa não era jogador para o Porto.

Agora há o Zé. Nós, portistas que estamos lá, sabemos bem a diferença. Este quando pega na bola já está meio estádio a gritar "vai Zé!" enquanto a outra metade só está a pensar "vai Zé!". Vocês, que não percebem o que isto é, imaginem um jogador que mal a bola toca nos seus pés já nós estamos a imaginar todo um sprint com ela. Isto nem quer dizer que a coisa vá correr bem. Diga-se em abono da verdade que a maior parte das vezes aquilo até nem dá em nada. Mas, tipo, é o Zé. O nosso Zé.

Na última semana falou-se muito destes dois. Do Bosingwa porque muita gente ficou em êxtase por causa das suas declarações no final do estrela-Porto. Eu percebo perfeitamente o que o Bosingwa disse. Ele, que passou por muito mais que os outros para ser bem sucedido, tem moral para falar. Quiseram fazer disso um grande filme, mas os actores não compareceram. Até porque, no Sábado, apareceu o Zé a entregar de bandeja a vitória a Portugal.

O Zé é o maior. O nosso Zé. E ai de quem lhe chame Bosingwa!

4º árbitro

http://jpr.icicom.up.pt/2007/11/minutos_finais_para_o_euro_2008.html

Rui Jorge sobre a selecção

Rui Moreira

e Manuel José

13 novembro, 2007

estrela 2 - 2 FCPORTO

Ao contrário de muitos, recuso-me a criticar uma equipa que está a ganhar por 2-0 até aos 85 minutos, está a controlar o jogo e perde por causa de dois erros tão estúpidos de dois jogadores.
Este empate até pode ser uma lição para o relaxamento do Porto (ainda que continue a achar que a ganhar 2-0 ao estrela eles têm mais é de relaxar), mas é 100% culpa de Helton e Stepanov. O empresário do guarda-redes até tem razão: Helton só falhou por 2 vezes em tantos jogos. Mas num deles fomos eliminados da Liga dos Campeões e no outro foi a frustração que se viu. Quanto ao defesa, gosto muito do estilo de Stepanov e acho mesmo que temos ali um bom jogador, mas apetece-me dar-lhe um estalo.

Tendo isto em conta, não podemos também fazer de conta que ficou tudo bem. É verdade que ainda temos 4 pontos de vantagem e que mesmo assim muita gente já está eufórica, mas estamos numa altura crucial da época: a partir daqui, ou recuperamos, ou enterramo-nos sucessivamente como na temporada passada.

Para uma coisa tenho a certeza que este empate serviu: para o Porto ter tempo de antena. Já não via o meu clube abrir telejornais e ser tão falado desde que perdemos a Supertaça. A comunicação social fica mesmo preocupada connosco nestas alturas.

Não posso terminar sem deixar de dizer que nos últimos dias me tenho fartado de ouvir: "viste como não tinhas razão? Eu já tava mesmo a ver isto acontecer". Ora bem, a essas pessoas só posso dizer que eu, ao contrário delas, sou portista. Isto é, eu quero é que o meu clube ganhe. Não quero andar a dizer que o Jesualdo é mau, que a táctica é má e que algum dia isto vai correr mal para depois ficar à espera de dois empates seguidos para ir dizer a pessoas como eu: "viste como não tinhas razão? Eu já tava mesmo a ver isto acontecer". Eu não quero saber se tenho ou não razão. Quero que eles estejam em primeiro. E, para infelicidade dessas pessoas, estão mesmo.

4º árbitro

Estamos de regresso em:

http://jpr.icicom.up.pt/2007/11/quarto_arbitro_38.html

- Manuel Cajuda sobre o sucesso do guimarães e Paulo Duarte sobre o insucesso do leiria
- Jokanovic sobre Igor Pita
- os adeptos sobre a Taça da Liga

e

http://jpr.icicom.up.pt/2007/11/duelo_de_sportings_na_corda_bamba.html

- Luís Loureiro sobre o braga-sportem
- o "Craque" Fajardo
- notícias e curiosidades nos "Descontos"

11 novembro, 2007

Notas

Como não tenho tempo nem paciência para mais, ficam algumas notas do que se tem passado:

- Pelos vistos já está no cinema aquele filme que já é anunciado há muito tempo nos ecrãs da luz. Aquele que não está assinado pelo gajo que o fez, que por acaso é marido da gaja que escreveu o livro no qual o filme se baseia, ou não porque aquilo não se refere a um caso específico, é um retrato da sociedade em geral como é óbvio. Gaja essa que é amiga da ..., uma das personagens principais do tal filme, que pelo que dizem queria escrever um livrito normal, mas o outro chegou lá com o dinheiro e tratou de mudar tudo. Os actores são bons, a banda sonora está ao cargo do outro que tem a mania que é tão intelectual que não pode gostar de futebol e o enredo gira à volta daquele que insiste em fazer das vidas desta gente toda uma grande frustração. Tem tudo para ser um sucesso.

- Legalização é a palavra de ordem. A grande maioria das claques enveredou pelo caminho mais fácil, chegou a acordo com os clubes e legalizou-se. As do benfica, belenenses e beira-mar são o rosto mais visível da resistência. Acho que fazem bem, é bom quando alguém bate o pé a quem se esquece que somos nós que estamos sempre lá. Mas, sinceramente, até agora ainda não fui afectada em nada por esta legalização.

- Campeonato inglês. É o único que sigo, porque é de longe o melhor. Este ano torço pelo Arsenal que, na minha opinião, está a jogar o melhor futebol do mundo.

- 2ª circular ao rubro, como sempre. O sportem esteve um bocado mal, até houve uns infiéis que foram insultar o Paulo Bento. Não se faz. Lagarto que é lagarto continua a acreditar que ele é mesmo bom treinador. Esta semana voltou tudo ao normal, começaram a queixar-se da falta de sorte. Falta de sorte essa que os fez ir em frente na Taça da Liga e ganhar à poderosa naval em casa. No benfica, tudo óptimo. Fizeram o melhor jogo da época e só tiveram o azar de ver o Bynia expulso. Estes gajos da Liga dos Campeões são uns mariquinhas. O homem faz aquilo em todos os jogos da nossa Liga, nunca foi expulso e nunca ninguém se queixou. Em grande está também o nosso amigo dos 9 milhões. É golo atrás de golo.

08 novembro, 2007

Uma simples constatação:

o sportem faz o melhor jogo da época e.. empata.

o benfica faz o melhor jogo da época e.. perde.

o Porto não joga nada e.. ganha e.. é líder do grupo.

Dá que pensar, não?

07 novembro, 2007

FCPORTO 2 - 1 marselha

E vai Tarik Sektioui...

Mesmo com os piores 45 minutos que vi a minha equipa fazer este ano, ganhámos.

Continua Tarik Sektioui, pode fazer o golo...

Mesmo sem Lucho (que falta que ele faz!) e eu diria mesmo sem Quaresma (insiste em jogar pessimamente e depois faz o cruzamento para o golo!), ganhámos.

Isola-se, vai ser golo...

Mesmo com os adeptos a assobiar, ganhámos.

Golo do Porto, que grande jogada de Tarik Sektioui...

Mesmo com a comunicação social a dar mais atenção a nós-sabemos-quem, estamos em 1º lugar no grupo.

É NOSSO o golo, é NOSSO o mérito no Estádio do Dragão.



Para ver e rever.

05 novembro, 2007

Crise remendada

A coisa está má na rotunda. O boavista ainda não ganhou um jogo, o presidente fugiu com o rabinho entre as pernas e agora vê alguns dos seus jogadores penhorados pelo fisco (jogadores do boavista à venda? Não estou a ver grandes benefícios para o Estado).

A minha opinião é simples: cada um tem aquilo que merece.

FCPORTO 1 - 1 belenenses

Sinceramente, acho que o Porto não fez menos do que nos outros jogos. Marcou primeiro e ficou à espera que isso fosse suficiente. Costuma ser. Não foi. Azar. Não se pode ganhar sempre.

Mas a Catarina andava a avisar que o Lucho é indispensável não andava?

30 outubro, 2007

FCPORTO 3 - 0 leixões

Aos 10 minutos de jogo estava 2-0. Aos 10 minutos de jogo já o Lisandro tinha marcado. Aos 10 minutos de jogo até o Tarik parecia o Cristiano Ronaldo. Aos 10 minutos uma grande quantidade de pessoas desligou a televisão.

Assim não dá.

Mesmo assim, há adeptos preocupados porque depois disso o Porto não quis mais 80 minutos ao mesmo ritmo. Mesmo com 0 oportunidades de golo do leixões e mais um golo, o Porto não convence estas pessoas. Esses adeptos até são bem mais espertos do que eu e é preciso admirá-los: não vá a distância pontual não chegar, esta gente já está preocupada mas é com o goal average.

Assim não chega.

Parabéns aos adeptos do leixões.

Assim é bonito.

Entretanto, os rivais andam em altos e baixos. O guimarães ganhou (ainda que com alguma ajuda do árbitro) e o marítimo perdeu um jogo fácil.

Assim é fácil.

marselha 1 - 1 FCPORTO

Um dos melhores jogos europeus que vi o meu clube fazer. Com a sorte daquele que saiu do chelsea e que só ganhou competições europeias connosco tínhamos dado 2 ou 3. Mesmo assim, chega.

17 outubro, 2007

Barcelona



Onde cidade e clube se fundem na perfeição.

08 outubro, 2007

académica 0 - 1 FCPORTO

Recebe e passa. Recebe e remata. Recupera e passa. Fosse o futebol assim tão simples e ele era o melhor jogador do mundo.

Não corre muito. Mas está sempre no sítio certo.
Não intimida ninguém nem é agressivo. Mas recupera as bolas sem o adversário sequer se aperceber.
Não faz muitas fintas. Mas deixa muitos para trás.
Não é defesa nem avançado. Mas vai buscar a bola e, num piscar de olhos, já está na área para marcar.
Nunca está muito tempo com a bola. Mas entrega-a como ninguém.
Não é expressivo e tem cara de poucos amigos. Mas, quando é golo, sorri e brinca como um miúdo.
Não é um jogador da casa e nem sequer parece suar a camisola. Mas é o nosso capitão e ninguém se atreve a duvidar dele.
Não faz as trivelas do Quaresma, os golos do Lisandro, os cortes do Bruno Alves, as defesas do Helton, as corridas do Zé... Mas é o mais indispensável de todos.
Não é mágico, nem maestro. Mas é o nosso comandante.

Não dá muito nas vistas. Mas, bem vistas as coisas, o futebol é mesmo assim tão simples.

Não enganamos ninguém: este Porto depende (e muito!) de um "meio campo de Lucho".

P.S. Vou visitar o Deco por isso não contem com posts na próxima semana.

05 outubro, 2007

Vergonha!



Que vergonha para um campeão europeu. Castiguem-no que bem merece.

04 outubro, 2007

besiktas 0 - 1 FCPORTO

Eu ainda sou do tempo em que perder em casa por poucos com um grande clube da Europa era aceitável. Sou do tempo em que os nossos jogadores se entregavam a 200% e mesmo assim perdiam porque a Juventus, o Milan, o Real e etc se lembravam de jogar durante 5 minutos. Sou do tempo em que ficávamos contentes com isso porque nos dava esperança de um dia sermos melhores enquanto eles saboreavam a vitória como algo já banal.

Hoje, o Porto é melhor. Hoje, é o Porto que vai a casa do besiktas ganhar. Hoje, é o besiktas que dá tudo por tudo e é o Porto que joga 5 minutos. Hoje, são os adeptos do besiktas que ficam com esperança e somos nós que saboreamos a banalidade desta vitória.

Este jogo na Turquia foi dos jogos mais inteligentes que vi a minha equipa fazer. Na primeira parte parecia que nem estávamos em campo e eles jogavam, jogavam, jogavam... Na segunda fomos avançando como quem não quer a coisa e... pimba.
Eficaz.
Mortífero.
Quase injusto.
Difícil de perceber para quem assobiou no sábado e vai provavelmente assobiar no domingo.
Perfeito para mim.

Parabéns rapazes. E parabéns ao treinador porque esta é dele.

02 outubro, 2007

FCPORTO 2 - 0 boavista

Menos de 5 é derrota!

Começo a acreditar que os adversários do Porto neste campeonato não vão ser os marítimos e guimarães que o perseguem mas sim os seus próprios adeptos.
Poder-se-á dizer que não é de agora que os portistas têm um nível de exigência fora do comum. Verdade. Mas, para mim, os assobios que se ouviram neste jogo não têm nada a ver com graus de exigência mas sim com pura estupidez.

É um facto que o Porto não dá espectáculo. Era óptimo que desse. Que gozo que dava espetar 5 ou 6 a este boavista que tão pouco joga.
Mas, que eu saiba, a prioridade é ganhar. Não me importo nada de passar mais 90 minutos assim e sair de lá com mais uma vitória.
Podemos dizer que o Jesualdo fez mal as substituições, que o Quaresma anda a passear, que o Helton anda nas nuvens. Mas isso é cá fora, enquanto saboreamos mais 3 pontos. Nunca lá dentro. E muito menos nunca minutos antes de festejar mais um golo, como se não tivessem acabado de insultar o trabalho daqueles rapazes.

Aqueles assobios são uma vergonha e não fazem sentido. E é engraçado que, no meio de tanta estupidez, o grito de revolta tivesse vindo de onde normalmente há mais dessa mesma estupidez. Houve aplausos das bancadas para essas vozes descontentes. Afinal há mais a pensar como nós. Afinal há quem também perceba que é impossível fazer melhor do que 6 vitórias em 6 jogos.

P.S. O Apito Dourado vem acabar com a corrupção no futebol português, certo?
Curiosidade: desde que começou o Apito Dourado, o Porto continua a ganhar, ganhar e ganhar. O boavista está quase a descer de divisão.

28 setembro, 2007

Derby x 3

PORTO-boavista, guimarães-braga e benfica-sportem. Quase que não podíamos pedir melhor: muita emoção, muita rivalidade, muitos ódios.
Um derby é sempre um derby: não se explica, sente-se (belo cliché). E partilhar uma cidade (ou uma região no caso do Minho) não é tarefa fácil.
Nós, adeptos destes clubes, temos mesmo de nos empenhar arduamente em odiar os outros. E não é um ódio qualquer. É o ódio de quem divide uma casa que devia ser só nossa quando ainda por cima os roommates são os gajos mais odiosos do mundo.

Comecemos pelo nosso PORTO-boavista. Na verdade é quase injusto chamar derby a isto porque não se trata bem de dividir uma casa, quando nós temos os quartos todos, a cozinha, a sala, as casas de banho e o terraço e eles têm apenas a despensa. Mas é incrível como, mesmo assim, eles são incrivelmente odiosos.
Os adeptos do boavista, remendados para os “amigos”, não são lá muito adeptos do boavista. Eu explico. Ser do boavista não é propriamente apoiar um clube mediano e ponto final. Ser do boavista é acima de tudo odiar o Porto. O campeonato do boavista podia mesmo ser reduzido para o PORTO-boavista e o boavista-PORTO que ninguém ia achar estranho. Há quem diga que é porque há uma grande falange de “adeptos” (a partir de agora é com aspas pelos motivos que já enumerei) do boavista têm uma costela muito grande de um certo e determinado clube. Eu cá acho, pela minha experiência pessoal, que eles são “adeptos” do boavista simplesmente porque não percebem nada de futebol.
E nós, pronto, não gostamos muito deles mas também não perdemos muito tempo com isso.

Vamos para o Minho. O guimarães-braga ganhou uma nova dimensão com a recente afirmação dos adeptos do braga… como adeptos do braga. Como é óbvio, não gosto nem de uns nem de outros mas confesso que tenho uma admiração especial pelos adeptos do vitória… porque são adeptos do vitória. Não há cá misturas. Nunca assisti a este derby e muito menos o senti. Só sei que nunca dividiria uma casa com estes.

E pronto, chegamos ao que é, indiscutivelmente, o maior derby português. Adoro os jogos entre o benfica e o sportem! Porquê? Bem, é claro que o facto de pelo menos um dos dois perder sempre pontos ajuda. Mas sinceramente o que mais gosto neste derby/clássico é vê-los a odiarem-se.
A analogia da casa parecia-me boa até imaginar estes dois a fazerem como eu e o meu irmão quando nos zangávamos: dividíamos tudo o que tínhamos. E quando digo tudo, estou mesmo a referir-me a TUDO, incluindo peças Lego de uma determinada cor e forma. Era mesmo complicado. Passávamos horas naquilo para depois termos de voltar a pôr tudo no sítio quando a nossa mãe aparecia. Basicamente, éramos um bocado estúpidos porque não percebíamos que aquilo não nos ia levar a lado nenhum.
Um bocado como este benfica e este sportem, que não se cansam de lutar por segundos e terceiros lugares. E nós, normalmente detentores do primeiro, ficamos a vê-los dividir os Legos e depois dizemos-lhes: voltem a pôr tudo no sítio… e façam outra vez por favor.

27 setembro, 2007

fátima 0 (4) - (2) 0 FCPORTO

Não é por acaso que eu não sou católica. Nunca acreditei em Deus, em Santas e muito menos em equipas da II Divisão que são capazes de jogar melhor do que nós.

Não pensem que vou entrar na crítica fácil "à Miguel Sousa Tavares" e falar da tal "manta curta" porque não acho que seja o caso. Continuo a achar que comprámos relativamente bem, só que temos de ver que são jogadores na sua maioria jovens que nunca jogaram juntos.
Agora eu pergunto: se já estava previsto (e quero acreditar que sim) que o Porto ia jogar com uma equipa secundária na Taça da Liga e provavelmente na Taça de Portugal, porque é que ontem se notou muito bem que estes jogadores não estão treinados para isso? Será que o treinador se anda a esquecer deles? Será que eles não querem ser a equipa B? Será que a próxima eliminatória é em Dezembro e a malta quer ir é de férias nessa altura?
Não sei. Só sei que já vi este filme.

Bem, ao menos fomos afastados por mérito do adversário. Porque há quem tenha passado por mérito do árbitro ou de um jogador emprestado que marca o pior penalty que eu já vi.

Venha a Liga.

24 setembro, 2007

Descubra as diferenças

Na Europa:

PORTO
empata, assobia-se os jogadores porque deviam ter ganho.

benfica
perde, mas está tudo bem porque foi por poucos.

sportem
perde, bate-se palmas porque o jogo foi perfeito.

(paços, leiria, belenenses e braga perdem, mas é muito bonito ter muitos clubes portugueses nas competições europeias)

Por cá:

PORTO
15 pontos mas o Jesualdo é o pior treinador do mundo, os jogadores estão longe da sua melhor forma e o Porto nem sequer joga bem.

benfica
9 pontos mas Camacho é o maior e faz o que quer, os jogadores valem todos pelo menos uns 30 milhões e já há filas para o grande sucesso do cinema português.

sportem
10 pontos mas Paulo Bento está a gerir muito bem a equipa, os jogadores são muito jovens (e mamam uns frangos muito bonitos) e há um relvado que parece de uma equipa da III Divisão.

paços 0 - 2 FCPORTO

A frase do Colectivo (qualquer coisa como "Os 20€ também dão direito a algum tipo de mobília?") diz tudo. Ainda bem que ainda há adeptos com voz.

21 setembro, 2007

Qual é adepto, qual é ele...

... que é capaz de bater palmas num golo do adversário?

Quem responder certo primeiro tem direito a uma nota interna do Vítor Pereira!

20 setembro, 2007

Quando o mundo de futebol se concentra na saída de Mourinho do chelsea, ficou-me na cabeça uma frase da imprensa inglesa:

"the special one at last... is not special enough"

FCPORTO 1 - 1 liverpool

Para mim, há duas características que fazem a diferença no centro do terreno: técnica e força. Ronaldinho tem técnica para dar e vender. Essien é o supra-sumo da força. Se pudéssemos misturar os dois tínhamos certamente o melhor jogador de todos os tempos.
E Steven Gerrard? Todos reconhemos que é um grande jogador mas se calhar nunca pensámos que é um dos melhores do mundo. Porque tem mais força que Ronaldinho e mais técnica que Essien.

Gerrard é o protótipo do meu jogador de eleição. É capitão da equipa que ama e não troca aquela camisola por dinheiro. Não se perde em fintas: joga rápido e directo. Não é faltoso: é agressivo mas não violento. É capaz de recuperar uma bola, passá-la a ele próprio, ir cruzar à linha e, com sorte, estar na área para marcar. Marca livres, cantos, penaltis e suspeito que deve ser bom à baliza. Nunca joga mal.

Este liverpool está personalizado em Gerrard. Tem doses extraordinárias de técnica e força. E ainda por cima sabe doseá-las.
Jogam com um calculismo deveras irritante. Como um irmão mais velho que vai deixando o mais novo bater-lhe porque nem lhe dói até que, quando o puto lhe acerta bem, ele é obrigado a mostrar que é mais forte.

Os ingleses nem sequer foram mais fortes. Não foram melhores. Nós tivemos mais oportunidades, mais remates, mais cantos, mais posse de bola, mais controlo do jogo. Podíamos perfeitamente ter ganho.
E como é bom sair do Dragão revoltada por empatar com o liverpool.

Gerrard e o liverpool, os manos mais velhos, deixaram.

16 setembro, 2007

FCPORTO 1 - 0 marítimo

"L" de Líder

Liderança: em 4 jogos, 4 vitórias. O FCP é o líder incontestável do campeonato. Para variar.

Lucho & Lisandro: para mim, o tango sempre foi melhor que o samba.

Lotação: mais uma vez, o Dragão com uma assistência perto dos 40 mil.

Deu Luta este marítimo: um bom jogo, bem disputado, como já há poucos.

11 setembro, 2007

Portugal-Sérvia: quando tudo se resume a Quaresma

Ricardo Quaresma é o típico jogador que me irrita. Joga o que sabe e inventa o que não sabe. Não larga a bola e parece nunca querer saber do que o rodeia. Só quer brilhar e brilhar ainda mais. É convencido, egocêntrico e individualista. Quer as palmas só para ele. Usa brincos e penteados a mais para o meu gosto.
É óbvio que é um mágico como há muito poucos, é um facto que já me deu muitas alegrias. Mas há ali qualquer coisa que me faz esperar sempre que ele não passe a bola a um companheiro que está isolado, que ele passe um e o outro e ainda venha atrás perder a bola, que ele pense primeiro nele do que na equipa.
Sinceramente, nunca pensei que Quaresma ficasse tanto tempo no Porto. Porque um talento destes é difícil de segurar. Não só pelos clubes que oferecem milhões por ele mas, principalmente, porque sempre esperei que ele nos virasse as costas à mínima oportunidade.
Quaresma não é portista.

Mas fui obrigada a gostar de Ricardo Quaresma. Mais do que pelas maravilhas que faz em campo, pela atitude que foi modelada. Ele nunca foi nem há de ser um jogador à Porto. Mas parece-me que já sente o Porto.
Quaresma não precisa de estar constantemente a dizer que gosta muito do Porto e que quer ficar aqui para sempre. Nós nem queremos isso. Bastam-nos as trivelas, os livres, as fintas e todas essas coisas que me irritam profundamente.

A ascensão de Quaresma no Porto coincidiu com uma série de factores que o foram "afastando" da selecção. O mais determinante deles todos quero acreditar que foi o facto de haver Cristiano Ronaldo e Simão. Mas o que é certo é que Quaresma não foi ao Mundial de 2006 todos sabemos porquê.
E é agora, quando Portugal se vê com a garganta apertada, que o mundo do futebol acordou para Ricardo Quaresma e a maioria já o exige na equipa titular.

Eu pergunto: porquê?
Ele não está a jogar melhor, nem Ronaldo ou Simão estão a jogar pior.
Estamos a falar do mesmo Quaresma de 2006, dos mesmos selecionáveis de 2006, do mesmo treinador de 2006.

Meus caros, lamento desiludir-vos, mas os milagres não são feitos de trivela.

Inquérito

1. És adepto da selecção?
a) sempre. Uma vez até fui ao estádio vê-los.
b) sim. Não perco um jogo no café lá da zona.
c) mais ou menos. Fui arrastado/a pelos meus amigos que me obrigam a pintar a cara de verde e vermelho.
d) não. Tenho mais que fazer.
e) não tenho nada a ver com um bando de gajos que se está a ver à rasca para se qualificar para o Euro2008.

2. O que significa para ti a selecção?
a) a selecção é tudo para mim. Adoro vê-los a empatar na Arménia e com a Polónia.
b) a selecção é o meu clube. Basicamente porque não percebo nada de futebol.
c) não sei muito bem. Esta é uma pergunta muito difícil para mim porque sou um bocado burro/a.
d) significa aturar os malucos que não percebem que eu não gosto da selecção.
e) absolutamente nada.

3. Quem é o teu jogador preferido da selecção? (só para mulheres que só torcem pela selecção. Nota: se não souberem quem eles são pelos nomes perguntem a alguém que por acaso saiba o que é futebol)
a) Cristiano Ronaldo. Porque é giro!
b) Simão. Porque é fofo!
c) Petit. Porque é macho!
d) Ricardo. Porque tem uma voz sexy!
e) Nuno Gomes. Porque é matador!

4. Gostas do Scolari?
a) não. Mas tenho de fazer de conta que gosto porque ele não gosta do Pinto da Costa.
b) não. Mas não digo a ninguém porque podem bater-me.
c) não. Mas como sou parolo ponho a bandeira na janela quando ele pede.
d) não. Porque já percebi que ele não vale nada.
e) as outras opções todas

5. Achas que a selecção se vai apurar?
a) claro. Quero ir buzinar para a rua.
b) acho que sim. A Caravaggio safa-nos sempre.
c) não sei. A Polónia, a Sérvia e a Finlândia são selecções poderosíssimas.
d) não. Nem sempre há milagres.
e) se o Scolari se lembrar que se andou a safar à pala da equipa do Mourinho e que agora é preciso mudar umas coisinhas... veremos.

10 setembro, 2007

Eu confesso:

a febre da selecção alcançou-me finalmente.

Agora percebo o que é torcer por eles.

Agora canto o hino com eles, enquanto eles se agarram uns aos outros e choram e berram.

Agora parece que estou a jogar com eles, a sofrer com eles, a querer como eles.

Agora vejo-os como heróis, com garra, vontade e dedicação.

Agora digo: o futebol é o melhor desporto do mundo mas todos nós temos muito a aprender com esta selecção de rugby.

P.S. Principalmente quem gosta daquele senhor que vos fez empatar com a Polónia.

06 setembro, 2007

A maneira perfeita de ganhar ao sportem:

(já tinha escrito isto mas achei que se falou demais sobre este caso que não merecia. No entanto, ao ver o destaque ainda dado no Trio d'ataque desta semana percebi que era um sinal: este texto tinha de ser lido)

1. Como toda a gente sabe, o pré-requisito fundamental para se ser lagarto é ter uma determinada predisposição genética para ser irritante. Como tal, ser do sportem é achar que sempre que o Liedson cai é penalty, é achar que cada falta sobre o João Moutinho vale pelo menos 2 cartões vermelhos, é achar que o guarda-redes deles pode agarrar a bola com a mão quando um colega de equipa a manda para ele com intenção. Portanto, o 1º passo para se ganhar da forma mais perfeita possível ao sportem é ensinar-lhes as regras do jogo.

2. Tenho saudades do Ricardo, aquilo ficava-lhe muito melhor a ele. Mesmo assim, parece-me delicioso ganhar-lhes com o erro mais estúpido que um jogador deles podia fazer.

3. Um livre indirecto na linha da pequena área. Nunca dá golo. Mas estamos a falar do sportem.



Tudo é possível.

4. É óbvio que é o Quaresma a marcar. O Lucho já está com o pé a jeito e tudo. Estes tripeiros nem disfarçam. Os lagartos todos na linha da baliza a assistirem impotentes a um toque que tem tanto de simples como de genial.

5. Desistir de explicar-lhes o ponto número 1 e ficar apenas a olhar para a cara deles de raiva quando quase duas semanas depois do jogo ainda não conseguem dormir.

04 setembro, 2007

As bolinhas que resolvem

Muitos e muitos anos de Liga dos Campeões deram-me um gosto especial por este sorteio. Cá em casa, tudo começa com as tradicionais apostas: "quem serão os nossos adversários?".
Analiso os potes com muita atenção, não à espera de ter qualquer rasgo de vidente nunca antes descoberto, mas já a pensar na fórmula "estádio onde eu queira ir = adversário ideal". Talvez por isso as minhas apostas não mudem muito de ano para ano. Talvez por isso falhe constantemente.
Este ano escolhi o Barcelona, a Lazio e o Olympiakos. Barcelona porque vou estar na cidade e havia sempre uma probabilidade num milhão de haver um barça-Porto nessa altura. Lazio porque já há muito devo uma ida ao Olímpico e porque é sempre bom recordar os 4 que já lhes espetámos. Olympiakos porque é uma das espinhas encravadas do Porto na Liga dos Campeões.

De folha das apostas na mão, ligo a TV 20 minutos antes do sorteio (nos bons tempos ligávamos o rádio que levávamos propositadamente para a praia). Não estava à espera de nenhuma antecipação (aqui já sabemos bem como isto funciona), mas não posso correr o risco de perder alguma coisa.
À habitual apresentação segue-se o prémio para o melhor guarda-redes: Cech. Concordo. Lembro-me de ver ali o nosso Baía a deixar muita gente mal disposta e sorrio.
E lá vamos nós ao primeiro pote. Os grandes tubarões todos. Vou anotando. Porque a televisão ainda demora uns segundos a mostrar e eu depois não aguento.
O melhor defesa da Europa: Maldini. Já não é o melhor, mas merece na mesma.
O nosso pote. Vão saindo as equipas todas e ainda nos pode calhar o Barça. Camp Nou, Camp Nou, Camp Nou. Mas não. Ficamos para o fim. Num milésimo de segundo, olho para a minha folha: Grupo A - Liverpool. AINDA MELHOR!
Quando vamos para o melhor médio já não estou a ver nada. Só vejo Anfield, Kop e aquele cântico que não me canso de ouvir ao longe. Seedorf? Quero lá saber.
Terceiro pote. Se calha mesmo a Lazio tenho de começar a pensar em duas viagens. As equipas parece que não querem calhar no grupo A. Até que... Marselha. Está longe de ser o Olímpico e até já estive para lá ir... Logo se vê.
Melhor avançado e revejo o quarto pote. Este ano parecem-me todos dificílimos. Kaká (que seria também o melhor no geral) como é óbvio.
Quarto pote e o Besiktas. Imagino-me logo na loucura da Turquia.

Já não vejo mais nada. Instalo-me no computador à procura das viagens mais baratas. Respondo às mensagens de todos os malucos que, como eu, pararam as suas vidas por aquele sorteio. O meu pai também está no computador, a fazer já uma análise das três equipas.
Nem sequer comentamos se o grupo é bom ou não. O que é que isso interessa? Nunca acabei um sorteio a pensar se temos hipóteses. Primeiro, porque temos sempre hipóteses. E, segundo, porque só consigo fazer planos de viagens. Sei que não posso ir a todo o lado, mas por uns momentos faço de conta que é possível.
Recordo-me do sorteio do ano passado, quando decidimos logo que não falhávamos o novo estádio do Arsenal. E em 2005, quando escolhi Glasgow e Bratislava. E em 2004, Chelsea e PSG (e San Siro depois). E toda a Tour de 2003/2004: Madrid, (manchester, enfim), Lyon, Corunha e Gelsenkirchen. Recordo-me de tudo o que vivi nessas aventuras. Tudo decidido por aquelas bolinhas.

03 setembro, 2007

leiria 0 - 3 FCPORTO

0-1: a polémica
Como sabem, o leiria tentou adiar o jogo por 24 horas, já que jogou durante a semana em Israel. A polémica instalou-se quando o Porto recusou o pedido. Falou-se muito disto e não posso deixar de dar a minha opinião sincera: não acho que o Porto tenha agido mal. E nem sequer vou recorrer aos regulamentos, que estão obviamente do nosso lado. Adiar o jogo por 24 horas significava mais 24 horas a preparar um jogo que não necessitava disso e significava, por exemplo, ainda menos público. Acho que o leiria esteve no seu direito ao pedir o adiamento, porque não estão habituados a jogar duas vezes por semana, como também esteve bem ao aceitar correctamente a decisão de um clube que não sabe o que é passar um ano a jogar uma vez por semana. Mas alguém tentou fazer disto um bicho de sete cabeças. Alguém que acreditava que hoje o leiria já não levava três secos.

0-2: o jogo
O Porto dominou claramente a partida, embora continue sem fazer exibições de encher o olho. Se bem que, por mim, podem continuar perfeitamente assim.
Bonito ver João Paulo a não festejar.

0-3: a deslocação
Já tenho muitas histórias deste estádio para contar. De ontem posso apenas dizer-vos que, enquanto ultra, por mim o Porto jogava sempre fora.



+9 pontos do que na época passada

30 agosto, 2007

Sorteio

Grupo A: liverpool, FCPORTO, marselha e besiktas

Grupo D: milan, benfica, celtic e shaktar

Grupo F: manchester, Roma, sportem e dinamo kiev

Adivinhem quem vai a Anfield :D

27 agosto, 2007

É de mim ou nunca se falou tanto de atletismo como hoje?

FCPORTO 1 - 0 sportem

Não conheço nenhum lagarto que tenha ido ao jogo, mas juro que só gostava de saber o que sentiram quando ouviram aquele "só eu sei".

25 agosto, 2007

"CAMACHO ÉS MAIOR TREINADOR DE PORTUGAL"

Nuno Gomes por Romeu Ribeiro (avançado por médio)
Fábio Coentrão por Luís Filipe (troca por troca)
Cardozo por Bergessio (troca por troca, para pior)

ai se fosse o outro...

FCPORTO - sportem

Revenge is never a straight line. It’s a forest. And like a forest it’s easy to loose your way… to get lost… to forget where you came in.

in Kill Bill

23 agosto, 2007

Porto, 23 de Agosto de 2007

Caro Fernando Santos:

Nunca se falou tanto de si como nos últimos dias. É o peso de se ser treinador do benfica. Ou melhor, é o alívio de se ser ex-treinador do benfica.
Escrevo-lhe porque também eu tenho pensado muito em si nos últimos dias.

Lembro-me que o Fernando Santos saiu do anonimato do nosso “futebol dos pequenos” graças a Pinto da Costa. Em 3 anos connosco, foi Penta, ganhou 2 Taças e 2 Supertaças. E só não foi mais longe na Liga dos Campeões porque Hugh Dallas não deixou.
Noutro clube qualquer, isto era fantástico não era Fernando Santos? Mas no Porto foi pouco. Partiu e, verdade seja dita, não deixou grandes saudades.
Ainda hoje não sei explicar bem porquê. Talvez porque era fácil ser Penta e ganhar aquelas Taças naquele Porto. Talvez porque não ser campeão 2 anos seguidos seja um desastre impensável para nós. Mas, bem vistas as coisas, são 5 títulos em 3 anos. E só não foram mais talvez à custa de Brunos Paixões (campomaiorense-FCP), Vítores Pereiras (boavista-FCP) e essas coisas.
O “inginheiro” não fez um mau trabalho. Só não fez um muito bom.

Partiu para a Grécia e fez sucesso. Enquanto isso, Octávio Machado ocupava-se de demonstrar que afinal o Fernando Santos não era assim tão inútil e o sportem era novamente campeão.

Voltou a Portugal para treinar precisamente o sportem, numa altura em que o Porto de Mourinho era já imparável (graças ao Apito Dourado, claro). Agora estava a vê-lo ao longe e logo num rival. Deu-me a impressão que, por aqui, ninguém ficou muito incomodado. Talvez porque ninguém o idolatrava. Talvez porque não incomodou ninguém no sportem. Talvez porque nessa altura ninguém nos incomodava de todo.
E não é que lá também não gostaram muito de si? Vocês nem jogavam muito mal, vocês até ficaram a apenas 9 pontos do Campeão Europeu. Não se podia pedir mais àquele sportem, pois não?

Grécia novamente e mais ou menos sucesso. E, quando por cá já nem nos lembrávamos de si, eis que cai de pára-quedas no benfica. Finalmente, o clube do seu coração.
Mas, surpresa das surpresas!, é lá que o recebem pior. Não sei se por já ter treinado os dois rivais, não sei se por duvidarem da sua qualidade, não sei se “porque sim”. O certo é que não teve o mínimo crédito dos lampiões. Terá sido porque não disse logo na conferência de imprensa de apresentação que odiava o Porto e que o Pinto da Costa é um corrupto? Que falhanço o seu!

Começou mal (bem, para mim, mas agora vou falar por si), muito mal. Mas o presidente “segurou-o” e o benfica até começou a dar uns toques. A 2/3 da época já iam ser campeões e a UEFA estava no papo. O Fernando Santos era o único calmo no meio daquela “onda” a fervilhar com a ânsia dos títulos. Talvez fosse esse o seu mal. Foi demasiado realista.
E quando o melhor veio à tona (embora nunca tenha saído dela, só mesmo na cabeça deles), lá vieram as críticas. Você sabe que eles o queriam fora dali, mas mesmo assim teve a coragem de ficar. Com a ajuda do presidente, claro.

Sou sincera: achei estranho. Tinha sido muito mais fácil (e muito mais “à benfica”) terem-no despedido e assim começavam uma nova época com um novo treinador e nova esperança. Mas, bem, é o benfica. E, mesmo sem esperança, para eles uma pré-época é sempre em grande.
Tudo começou a fazer mais sentido com a história do Simão. Eu vi logo, Fernando Santos. Vi logo na sua cara que não estava a contar com aquilo, que ninguém o informou daquilo.. que estava lixado! Era tão evidente. E lógico. Porque qualquer um na sua posição tinha ficado de rastos.

Simão, Manuel Fernandes, reforços que não chegam, Copenhaga a ferros e… pimba! Aos 94 minutos o leixões despede-o.
Mas alguém acredita nisto Fernando Santos?
Há alguém que não tenha percebido o que se passou?

Eu não duvido que o Fernando Santos foi o bode expiatório de um benfica à imagem de Luís Filipe Vieira: the one-man-show. Um benfica fraco, sem Simão, agarrado ao mito Rui Costa. Um benfica sem vontade, desequilibrado, em crise. Sim, c-r-i-s-e. A palavra que os jornais mais adoram. Aí está ela. Mas, porra, estamos a falar do benfica! Não há cá crises!
Esperem lá… há um treinador que os adeptos detestam, um treinador que não venceu nada (mesmo com os melhores jogadores do mundo!), um treinador que não faz jus às promessas do presidente (ah e tal porque vamos ser campeões da Europa daqui a não sei quantos anos, ah e tal porque vamos ser dos melhores clubes do mundo daqui a não sei quantos anos).

Mas os anos passam e nunca são os melhores. E de quem é a culpa?
Será do presidente que faz tudo sozinho, que promete, que compra, que vende, que dirige, que comanda, que dá lições de moral a jogadores que estão há anos no clube e que têm coração de benfiquista (ao contrário dele), que dá asas aos sonhos dos adeptos mais crentes e que depois toca a despedir este ou aquele porque eles é que impediram que esses sonhos se concretizassem?
Ou será do treinador?
Elementar, meu caro.

E agora volta o salvador Camacho para esconder a c-r-i-s-e e levar o povo aos treinos com as novas camisolas do benfica. Temos de admitir, Fernando Santos, que é um golpe de génio. Eles ficam todos contentes, o outro sacode o pó dos ombros e continuam exactamente com os mesmos problemas.

Já você tem a coragem de vir dar a cara por um benfica que falhou, pelo seu benfica. Depois de treinar os 3 grandes, está com a imagem mais gasta do que nunca e provavelmente ninguém o quer por cá. Mas, mesmo assim, não ataca ninguém, não se defende para não estragar a imagem de outros.

Sabe, Fernando Santos, acho que agora é que percebo porque é que falhou. Porque é boa pessoa demais para este futebol.

21 agosto, 2007

Prós e contras

O que eu odeio na pré-época:
- Não haver futebol a sério. Há estágios, jogos de preparação, contratações… mas não há o melhor.
- Os jornais. Páginas e páginas de grandes invenções porque não há absolutamente nada para dizer.
- O sportem. Ok, eu já os odeio habitualmente. Mas o certo é que, nesta altura, são sempre os mais calados e isso irrita-me. Não têm dinheiro, mas vão-se safando nas compras. Não andam a mandar bocas de Apitos, mas têm o Bruno Paixão. E este ano, ainda por cima, conseguiram finalmente vender uma pérola da casa por um valor assinalável. Pois é, o sportem parte sempre à frente. No início das épocas, é normal vencerem grandes jogos e darem grandes goleadas. Aliás, o problema do sportem é apenas o campeonato ter meio e fim.

O que eu adoro na pré-época:
- A ressaca. Como a festa é quase sempre nossa, sabe bem passar um Verão inteiro com cara de campeões.
- As conversas de café. Quando ainda nem decoramos os nomes dos novos jogadores mas já desenvolvemos grandes teorias sobre cada um deles. Quando ficamos furiosos por vendermos jogadores por 30 milhões de euros, vá, coisa pouca.
- O benfica. É, indiscutivelmente, o grande campeão de todas as pré-épocas. Partem sempre em vantagem. Porque são os maiores do mundo. Porque contratam os melhores jogadores do mundo. Porque “este ano é que vai ser!”. E, ainda por cima, este ano têm umas camisolas cor-de-rosa que lhes ficam a matar.

braga 1 – 2 FCPORTO

Mesmo numa prova onde ainda temos todos os pontos em disputa, é sempre importante começar a vencer. E ir a Braga fazê-lo não é propriamente coisa que já tenha visto muitas vezes. Aliás, neste novo estádio (que, para mim, é o Municipal de Braga) só tínhamos ganho uma vez.
Interromper as férias para ir a Braga não foi, portanto, uma decisão agradável à partida. Mas, como sempre, lá fomos.

Acho sinceramente que fomos melhores. E diria o mesmo se tivéssemos empatado. Mesmo assim, este Porto continua muito.. “à Porto” de Jesualdo. Mesmo a controlar, é morno. Às vezes mesmo desinteressante.

A reter:
Quaresma e Lucho não são insubstituíveis. Mas neste momento são mesmo indispensáveis.
O braga tem, mais uma vez, uma grande equipa.
Os emigrantes deviam ser proibidos de entrar nos estádios.
Que pena o leixões ter sido no mesmo dia.



O habitual.

FCPORTO 0 – 1 sportem

4 horas para chegar ao estádio por causa da (des)organização “à Tuga”;

3 bolas ao poste;

2 equipas que encaixaram uma na outra e que não quiseram ganhar o jogo;

1 penalty por marcar a nosso favor;

E assim se perde uma Supertaça.