02 novembro, 2008

naval 1 - 0 dizem que é o FCPORTO



"Até mete dó". A capa do jornal O Jogo seja a ser tão bonita quanto trágica. O rosto de Bruno Alves não está escondido por acaso, a imagem reflecte toda a vergonha que ele - e nós - sentimos. Caminha para os adeptos como que a pedir desculpa, não pelas três derrotas consecutivas que (ainda) não comprometem nada, mas pelo rumo que esta equipa pelos vistos quer tomar.

Foi bonito o seu gesto, um grito de revolta que eu acredito que sinta e ao mesmo tempo um pedido de apoio que eu quero acreditar que ainda vão ter. No entanto, não chega ficar a olhar para esta imagem. É preciso pensarmos bem no que se passa, mesmo que não haja tempo para isso. Kiev é já na quarta-feira e, afinal, porque é que o Porto está assim?

1. Na rua, diz-se que a entrada do Rodriguez fez surgir alguns ódios, uma vez que o uruguaio tem o maior ordenado da casa. Não sei se esta informação é correcta ou não, mas até acredito que seja. Faz-me é uma certa confusão que isto possa ser motivo para destabilizar uma estrutura tão sólida como é o meu clube. Digam-me sinceramente: os dois golos feitos que o Lisandro falhou ontem... ele estava mesmo a pensar "o Rodriguez ganha mais do que eu, vou falhar uma coisa que nunca falharia na vida"? Pensem bem: o Nuno quando mama um frango por jogo está mesmo a pensar "deixa-me enterrar a equipa para o presidente ver que tem de nos pagar mais"? Não me parece. Parece-me que o Lisandro está com azar e que o Nuno é um mau guarda-redes. Mas isso sou eu, admito que outras pessoas achem que o Lucho não está nada limitado fisicamente, está só ali a passear porque de repente se lembrou que podia estar a ganhar mais.

2. A facção portista MiguelSousaTavares+RuiMoreira fala de uma "política de contratações errada". Parece que agora os comentadores do Porto são obrigados a dizer mal do próprio clube e a mostrar que não gostam do Pinto da Costa. Só que depois vai-se a ver e são sócios há meia dúzia de anos. Bem, mas voltemos à "política de contratações errada" que essa facção nem merece o meu tempo.
Não acho que esteja nada errada. Há uma coisa que as pessoas têm de perceber: em dez jogadores que o Porto contrate, já é óptimo que um deles seja um Pepe, dois uns Bosingwas e dois qualquer coisa como uns Raul Meireles. Se os outros cinco forem Benitez, eu acho que compensa na mesma.
Mas isso sou eu, que em vez de dar relevo a tantos Benitez que já chegaram a este clube, também me lembro dos muitos Pepes que passaram por aqui. Sou meio maluca, tenho esta mania de não ter que dizer muito mal do meu clube para me deixarem falar na televisao.

3. Jesualdo Ferreira. Ando há mais de dois anos a defender o professor, porque apesar de ter consciência que não é um grande treinador, sempre estive convencida que não havia melhor por agora. Sei que é muito fácil dizê-lo neste momento e acreditem que espero mesmo estar enganada, mas começo a ter as minhas dúvidas se ele será mesmo melhor treinador do que, sei lá, eu.
Com Quaresma, dizia-se que Jesualdo era "obrigado" a jogar em 4-3-3, mesmo sem ter um verdadeiro ponta-de-lança (ainda que o Lisandro se tenha lembrado de tornar num na época passada), sem ter outro extremo de qualidade (ainda que o Tarik durante um tempo até tenha parecido um grande jogador), sem ter um número 10 (ainda que tivesse o melhor Lucho de sempre), mas tendo, por exemplo, um Paulo Assunção que lhe segurava o esquema . Sem Quaresma e sem Paulo Assunção, pensámos que estava tudo resolvido: passa-se para o 4-4-2, até porque contratámos jogadores para isso.
Só que, pelos vistos, só Jesualdo é que achou mesmo que o Tomás Costa e o Guarin, bem disfarçadinhos, podiam fazer de Paulo Assunção e só Jesualdo se convenceu que a qualidade do Rodriguez ia fazer dele um grande extremo também. Mas não é bem assim.
Não faz sentido que o Fernando tenha de ser titular porque é o mais parecido (será fisicamente???) com o Paulo Assunção. Não faz sentido que o Rodriguez esteja ali enfiado no canto esquerdo a desperdiçar-se. Não faz sentido que todos os jogos ele invente um novo extremo para a direita. Percebe isto professor??
Jesualdo anda a confundir-me. Quando o Hulk entra, eu já não percebo para onde é que ele vai, o que é suposto fazer e quem é que vai trocar de posição para repor as coisas.
E professor, acredite, se eu não percebo, duvido que o Hulk o faça.

É por estas e por outras que temos de parar um bocado para pensar. Enquanto isso, façam como eu e digam que gostam muito de hóquei e de fórmula 1 (ganhámos hoje, carago!!). Futebol são só 11 homens de cada lado a correr atrás de uma bola.

31 outubro, 2008

FCPORTO 2 - 3 leixões

O sportem tem 10 pontos e está tudo bem, o Paulo Bento é um grande treinador, as contratações foram muito boas (chamar contratações àquilo que o sportem faz é simpático, mas pronto), o Vukcevic e o melhor guarda-redes da equipa é que são malucos e não há problema nenhum porque a equipa joga um futebol delicioso.

O benfica tem 12 pontos e está tudo óptimo, o Quique é o melhor treinador do mundo, as contratações foram as melhores do mundo, a equipa a jogar é a melhor do mundo e só ainda não foram declarados oficialmente como vencedores de tudo o que há para ganhar porque acho que é preciso jogar para se ganhar essas coisas.

O Porto tem 11 pontos, está ali mesmo entre os dois portanto, e está tudo péssimo, a crise no Dragão é evidente, o Jesualdo é parvo, as contratações foram uma desgraça e os adeptos já andam à batatada com os jogadores (coisa que já não acontecia há coisa de dois anos, vejam lá!).

É verdade, dei-me a este trabalho para vos mostrar a diferença entre mim, portista frustradíssima com duas derrotas seguidas, e vocês, satisfeitos com mais ponto menos ponto. Há 30 anos ninguém acreditaria nisto, pois não?

25 outubro, 2008

"A verdade, enfim"

"Ufffff! – suspiro enfim de alívio ao olhar para a manchete de ontem de Record. De facto, “Digno de Reyes” aplica-se perfeitamente ao jogo do Benfica(...) E pensar que nos debatemos aqui, nos últimos anos, com a necessidade comercial de “pisar o risco”, incensando na 1.ª página vitórias tangenciais e exibições medíocres, do género “Águias voam alto” ou “Aí está o Benfica!”, tantas vezes quando o “alto” era baixo como o Colombo ou o “Benfica” que se exaltava nada tinha do Benfica que conhecíamos e que parece estar agora de volta. Será que já não precisaremos mais, não de mentir, mas de dar à verdade um embrulho de ouro para material de pechisbeque? Em nome de Record, agradeço os bons ofícios de D. Enrique Sánchez Flores."

Precisava que estas palavras ficassem aqui registadas para, um dia mais tarde, ler isto e lembrar-me como funcionava a imprensa livre do meu país.

Obrigada ao director deste jornal, aprendi muito como pessoa e como jornalista.

Enfim.

24 outubro, 2008

FCPORTO 0 - 1 d. kiev

A 300 quilómetros de distância, sentiu-se o frio que estava no Dragão. Frio de ideias, frio de talento e, o mais preocupante, frio de vontade. (In)felizmente, o campeonato não chega para o nosso clube e, por isso, alguém terá de aquecer aquilo. Em três anos, Jesualdo não conseguiu.

06 outubro, 2008

sportem 1 (gamado) - 2 FCPORTO

Se este foi o meu "só mais um", então tive um "só mais um" perfeito. Obrigada!

arsenal muitos - 0 FCPORTO

"Do alto dos meus 21 anos de vida", nunca tinha visto nada assim. Deu-me muito jeito na primeira semana em Lisboa, não haja dúvida.

25 setembro, 2008

FCPORTO 2 – 0 paços de ferreira

4 de Dezembro de 2001. Após meses de insistência, consigo finalmente ir para a Curva Sul do Estádio das Antas. “Só por um jogo, prometo”.

Seguiram-se quase sete anos a acompanhar o meu clube, com muitas vitórias inesquecíveis, algumas derrotas dolorosas e, principalmente, muitas histórias para contar.

Sete anos a inventar desculpas para os professores por ter faltado às aulas. Sete anos a dizer aos amigos que não podia ir às festas de anos porque o FCP ia jogar ao Restelo. Sete anos a chegar atrasada às festas de família porque o FCP recebia o gil vicente. Sete anos a explicar aos namorados que, sim, gostava mais do PORTO do que deles.

De partida para longe e sem a possibilidade de continuar a coleccionar estes momentos, restam-me as memórias que levo comigo.

Sevilha e Gelsenkirchen, claro. Um FCP-belenenses nas Antas com o maior temporal de sempre na cidade. A entrada de boca aberta no primeiro jogo no Dragão. As saudades de Vidal Pinheiro. Pilhas e pedras atiradas em Guimarães. Muitas asneiras ditas na luz e em alvalade. Etc, etc.

O “pleno” das 34 jornadas da primeira Liga em 2003/2004. Viagens a Espanha, Itália, Inglaterra, Escócia, Alemanha, França e Eslováquia.

Os melhores quilómetros e euros que já gastei na minha vida.

E para a semana não é que eles vão ter comigo a alvalade?

“Só mais um jogo, prometo”.

21 setembro, 2008

rio ave 0 - 0 FCPORTO

Quero dar os parabéns ao senhor Pedro Proença porque está claramente melhor de ano para ano.

19 setembro, 2008

FCPORTO 3 - 1 fenerbahçe

Era difícil imaginar melhor semana desportiva do que esta. Em sete jogos com equipas portuguesas, ganhei seis e empatei um. Em dois processos, perdi os melhores 20 mil euros dos impostos que pago e ganhei a todos os adeptos de secretaria (TAS bem?).

Vá, repitam comigo:

Eu não indemnizo
Tu indemnizas
Ele indemniza
Nós não indemnizamos
Vós indemnizais
Eles indemnizam

:)

P.S. Vou emigrar para o inimigo nos próximos tempos. Se o nosso clube jogar mal, digam aos rapazes que eu estou a vê-los pela televisão na mesma.

10 setembro, 2008

Enquanto Porto e benfica reclamam por uma agressão deste ou uma agressão daquele... o sportem ganha em braga com um penalty contra que fica por marcar e ninguém diz nada.

Acordem senhores, senão a história repete-se.

01 setembro, 2008

FCPORTO 1 - 1 clube do adepto vestido de diabo que apertou o pescoço ao fiscal-de-linha de forma extremamente gay

Se um dia dissessem aos meus avós que o clube deles ia sair do estádio da Luz frustrado com um empate, que os portistas que foram se iam comportar como com qualquer adversário - porque este não merece mais atenção nem mais ódio - e que os adeptos do maior clube do mundo iriam respirar de alívio no fim dos 90 minutos... eles iriam ser as pessoas mais felizes do mundo. Ainda bem que, neste momento, o são, já que a neta deles não ficou nada feliz com o resultado.

27 agosto, 2008

Diz-se por aí...

Massimo Moratti, o presidente do Inter de Milão, voltou a sublinhar que o plantel se encontra fechado: “O plantel está feito. Stankovic fica. Temos seis jogadores no ataque. Parece-me uma brincadeira pensarmos numa nova contratação”

Esta quarta-feira, os nerazzurri concluíram a contratação do avançado Victor Obinna.


Vamos lá inter!

Diz-se por aí...

«Nélson mantém a sua cotação no mercado em alta. Com um contrato longo e uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros, a sua saída nunca será facilitada»

FCPORTO 2 – 0 belenenses

Se há coisa que me deixou descansadinha neste jogo pobre e sem grandes emoções, é que foi igualzinho a quase todos da época passada. Por mim… óptimo.

21 agosto, 2008

"Quando ele saltou... saltámos todos"

Heróis do mar...

Naide Gomes conseguiu a proeza de retratar a participação do nosso país nos Jogos Olímpicos em apenas três saltos.

No primeiro, partiu cheia de confiança, sentia-se a melhor do mundo e deu-nos a todos a esperança de um grande salto. Nulo.

No segundo, pedia-se alguma precaução, não se podia cometer o mesmo erro, ela é uma atleta experiente e esperamos que tenha aprendido com o primeiro. Nulo.

No terceiro, a confiança virou desespero, a precaução tornou-se medo e aqueles saltinhos antes da linha são ridículos. Para nós, nulo.

Naide Gomes conseguiu a proeza de retratar o nosso país em apenas três saltos.

P.S. Pede-se, por favor, a Vanessa Fernandes que se cale. Falar depois de uma medalha é muito fácil. Falar quando se é a melhor do mundo e se prova isso é mais difícil.

19 agosto, 2008

FCPORTO 0 - 2 sportem

Sabem aquela sensação de "deja vu", quando parece que fomos transportados no tempo para algo que já vivemos?

Pronto, foi mais ou menos assim que me senti no sábado, quanto interrompi as minhas mini-férias para ir ver um filme que já tinha visto.

10 agosto, 2008

A história do desporto: os Jogos Olímpicos

08/08/08. Biliões de televisões ligam-se para assistir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. Chineses, portugueses, norte-americanos; pessoas do Bahrein, Quirguizistão, Botsuana e outros países que nunca sabemos que existem até aqui; homens, mulheres, crianças e idosos. O mundo ligado num só momento.

Segue-se um espectáculo de história, arte, cultura, tecnologia, cinema, música, política até. Um mistério desvendado a cada segundo que passa, pormenores que nunca vamos esquecer. Um desfile de atletas que ostentam com orgulho uma bandeira.

Tenho consciência que é o futebol o grande responsável pela minha paixão pelo desporto, mas sei que delega essa função durante duas semanas de quatro em quatro anos. Durante estes dias, a bola parece-me demasiado pequena. Penso nos jogadores endinheirados e nas camisolas que já não ficam tão suadas. Penso no campeonato da Europa que há tão pouco tempo juntou as 16 melhores equipas. 16 em tantas outras que ficaram para trás.

Em Pequim, o elitismo fica de parte. E se é certo que custa comparar a delegação chinesa com a delegação moçambicana, por exemplo; e se é verdade que muitos atletas ficaram para trás por critérios rigorosos de selecção… Nada pode ir contra o facto de termos visto 204 países a entrar naquele estádio. Nada pode negar que estiveram ali milhares de atletas que passaram quatro anos a treinar diariamente para alguns minutos de glória, muitas vezes sem qualquer apoio e certamente sem a nossa atenção, que provavelmente andava distraída com a nossa equipa de futebol.

Nelson Évora merece menos do que Cristiano Ronaldo? Vanessa Fernandes ganhou menos do que Scolari? Sara Oliveira é menos campeã do que a selecção de futebol de Portugal? Não, não, não. Então por que não vejo bandeiras nas varandas? Serei assim tão diferente do resto, quando é apenas nestes 16 dias que vibro com as nossas cores?

Paremos de pensar e voltemos àquele dia. A chama entra no estádio, glorifica aqueles atletas e sobe até à cobertura do «ninho do pássaro» (ou seria o céu?).

E nas bancadas vemos Bush e Putin muito perto. Sorriem, acenam aos atletas. No dia seguinte vão entrar em guerra. Mas isso não interessa. A história (do desporto) foi reescrita.

De uma pessoa que põe o despertador para ver as eliminatórias da natação

07 agosto, 2008

A pré-época dos grandes

Custa-me falar em pré-época, porque não sou uma ávida consumidora dos milhões de caracteres que se escrevem por esta altura. Custa-me sobretudo que o futebol tenha de parar para negócios, transferências e muitas novelas. No entanto, tem de ser.

A pré-época do meu clube tem por hábito ser bastante calma. Apesar das carradas de jogadores que chegam ano após ano e das vendas milionárias que nos levam os melhores, não me costumo preocupar muito. Mais coisa menos coisa - que é como quem diz mais tiro, ou menos tiro ao lado - o que entra consegue fazer esquecer o que sai.
É assim, porque sempre foi assim. Chorámos as saídas de Decos, Ricardos Carvalhos e Pepes, mas logo a seguir temos Luchos, Lisandros e Quaresmas para nos fazerem sorrir. É um ciclo vicioso, portanto. Que pode ser enganoso, é certo. A coisa às vezes corre mal e afinal o Guarín não consegue substituir o Paulo Assunção, afinal o Hulk não é lá muito incrível e afinal o Rodriguez estava bem onde estava.
Ou então o mundo continua a girar no mesmo sentido de sempre e o Porto é campeão, e o não sei quantos sai por 20 milhões e vamos lá buscar mais uns à América do Sul. É assim a pré-época do meu clube e este ano espero que não seja excepção.
Estou muito satisfeita com o Sapunaru e o Rodriguez, tenho grandes esperanças no Tomás Costa e no Guarin, tenho de ver mais do Hulk, do Benítez e do Rolando.
A única certeza é que não estou muito preocupada.

A pré-época dos outros grandes é bem mais interessante. Há algo de transcendental no benfica e no sportem que anima os meus meses de Verão. Comecemos, então, pelo meu próximo adversário.
Os lagartos têm sempre uma pré-época à sua imagem: triste, muito triste. Ou vêem sair os grandes jogadores da “Academia”, que mais tarde vão parar a um rival pela certa, ou têm de ficar com os grandes valores da “melhor escola do mundo” porque ninguém os quer. E quando falamos de entradas na equipa, então, o melhor é segurar as lágrimas. É claro que eu compreendo que um clube praticamente falido não se pode aventurar por aí (ou então pode, mas isso são conversas de mais adiante na segunda circular), mas quando a grande contratação é um velho gordo que faz o passe do Ronaldinho com 5 segundos de atraso… Pobre Rochemback, ainda assim é o melhor daquela equipa. Mas o melhor desta pré-época tem sido mesmo o meu ódio de estimação. Por um lado, o Moutinho só me deu razão, ao demonstrar como é um falso, vendido, mau carácter. Mas, por outro, sinto que tenho de lhe agradecer o prazer de os ver $#%”%#! com aquelas doces e sinceras palavras: “Quero sair”.
Já o benfica é o melhor clube do mundo em todas as pré-épocas. Todos os jogadores que chegam são os melhores do mundo, com a nuance, este ano, de serem contratados pelo melhor director desportivo do mundo e de viajarem no melhor jacto particular do mundo. Eles é capas de jornais todos os dias, é roubar ene jogadores nos quais o Porto estava interessado, é tudo à grande e à francesa. Não há nem um defeito possível a apontar ao benfica da pré-época, embora este ano me preocupe o facto de não ganharem jogos – gosto mais quando ganham todos por 4 ou 5 nesta altura. Mas isso não interessa para nada. Temos Rui Costa, temos Quique, temos Aimar, temos tudo. E temos as minhas doces e sinceras palavras: “Deja vu”.

01 agosto, 2008

Hoje acordei e, subitamente, senti-me do Gotemburgo ou do Basileia desde pequenina.

24 julho, 2008

Reforços

Ainda não tive tempo para analisar com alguma complexidade se os nossos reforços são ou não bons de bola. Mas de uma coisa não tenho dúvidas: se correr mal no futebol, estamos safos no tráfico de droga. E na banda desenhada pelos vistos também.

19 julho, 2008

Conversa entre pai e filho

Consegui ter acesso a uma escuta do dia 1 de Dezembro de 2007:

Filho: O nosso benfica perdeu.
Pai: Outra vez?
Filho: Sim. E logo com o Porto.
Pai: Oh, foi roubado de certeza.
Filho: Não foi nada, pai. Eles foram melhores.
Pai: Melhores do que o maior clube do mundo? Não pode ser! Eles ganham sempre porque o árbitro os favorece!!!!
Filho: Quando vires as imagens vais ver que tenho razão. Havias de ver o golo do Quaresma... Que tanga...
Pai: Tanga?!?! Mas tu és maluco?!? Eu não vi, mas ele de certeza que estava em fora-de-jogo!!
Filho: Em fora-de-jogo estava o David Luiz, para ser ultrapassado daquela maneira...
Pai: E o Quaresma não lhe fez falta???
Filho: Não, pai. Passou por ele limpinho.
Pai: Não pode ser! E tu tens a certeza que não fomos roubados?
Filho: Tenho, já te disse. Os gajos são muito melhores do que nós. Ou muito me engano ou este ano acabamos para aí a 20 pontos dos tripeiros.
Pai: 20 pontos? Nem com os árbitros todos a ajudarem os gajos!!! Nós vamos dar luta, temos o melhor plantel dos últimos 10 anos!
Filho: Oh pai, não me venhas com essa. Eu sei que a nossa equipa é má.
Pai: Tá bem, até pode ser. Mas eles ganham sempre porque são beneficiados! Esta é que é a verdade!
Filho: Deixa-te de coisas. Eu vi-os a ganhar tudo e sei que ganharam bem. Por muito que nos custe.
Pai: Não, não, não! Tu não sabes como eles andam a roubar de há 20 anos para cá!!!
Filho: Pai, eu tenho mais de 20 anos. Passei a minha vida a ver os tripeiros ganhar...
Pai: Pois, coitado, tens azar. Já eu lembro-me do grande Eusébio a jogar. Aquilo é que era futebol!!!
Filho: Pois, e nesse tempo nós ganhávamos sem ajuda dos árbitros.
Pai: Sim, era tudo muito limpinho. O futebol devia voltar a ser como nos anos 60!
Filho: Pois, mas já estamos em 2007 e convinha ganhar alguma coisa por sermos melhores do que os outros.
Pai: Filho, está na hora de perceberes uma coisa: tu és do benfica porque eu sou do benfica. Eu passei-te isto como se faz em milhões de famílias em Portugal. É tradição. E nós somos sempre melhores do que os outros. Até porque o Porto ganha sempre por causa dos árbitros.
Filho: Pai, está na altura de perceberes uma coisa: eu sou do benfica porque tu és do benfica. Passaste-me isso, mas os meus amigos que são do Porto são mais felizes do que eu. Eles ganham mais e melhor. Portanto, odeio a tradição.
Pai: Não digas uma coisa dessas. O nosso benfica é o maior do mundo. Temos 150 mil sócios! Somos 6 milhões!
Filho: Pois temos. Pois somos. Mas os 150 mil sócios e os seis milhões de adeptos acabam sempre a ver o Porto ganhar. Limpinho. Porque são melhores. Como hoje.
Pai: Eu ainda acho que fomos roubados.
Filho: Roubado fui eu, que devia era ser portista.
Pai: Não digas uma coisa dessas, magoas-me.
Filho: Pai, está descansado. Eu nunca hei-de te magoar tanto como o nosso benfica nos magoa.
Pai: Lá isso é verdade. Dói muito. Aqui que ninguém nos ouve, eu sei que eles são melhores e que não ganham por causa dos árbitros. Eu só faço é de conta que não vejo isso.
Filho: Então viste o jogo?
Pai: Sim. E, como benfiquista que se sente do maior clube do mundo, senti-me tão ultrapassado como o David Luiz pelo Quaresma.

18 julho, 2008

O dia perfeito

Ouço o primeiro noticiário às 6.30 da manhã. Abre com Aimar no benfica e as declarações do jogador a dizer que veio para um dos maiores clubes do mundo.

Chego à redacção e vejo as capas dos jornais: RUI COSTA TRAZ AIMAR.

Vejo as primeiras imagens do jogador a chegar num jacto privado.

Sei que está a ser apresentado com mais de mil pessoas na luz à espera de o ver.

Segundo várias pessoas conhecidas, o meu clube quis contratar não só o Aimar, mas também o Balboa, o Carlos Martins e o Urreta.

Sigo com toda a atenção a Grande Entrevista na RTP. «Nós somos uma aragem de ar fresco no país do futebol», «Isso são questões pessoais de pessoas», «É preciso chamar a polícia» são as frases que retenho.

Judite de Sousa dá goleada. O árbitro roubou para ela. Vieira fica a mais de 20 pontos da Judite mas vai recorrer ao conselho de administração da RTP para ainda tentar ir à Liga dos Campeões.

Concluo que este foi um dia perfeito. Contratações de génios, jactos particulares, super directores desportivos, o maior clube do mundo, as "vitórias" ao FCPorto, os 6 milhões contentes e o Vieira a falar.

14 julho, 2008

A/C vimaranenses

Escolheram um dos lados. Ficaram sem o Alan. Agora ficam com o Luís Filipe e o Assis.

Estão contentes?

09 julho, 2008

Em continuação do post anterior...

"O que aconteceu, mais do que uma guerra entre Porto e benfica, é uma guerra entre Norte e Sul. Alguns frustrados com os seus resultados desportivos tentam vencer estas guerras"

Valentim Loureiro

07 julho, 2008

Resumo

Quando o Apito Dourado começou, ouvi muitas bocas de amigos de outro clube que, naturalmente, aproveitaram o desconhecimento do processo para pensar que este iria ser o fim da pessoa que mais odeiam no mundo.
Mas o processo foi arquivado e aí fui eu que me ri um bocado deles, porque continuavam sem ganhar nada e tinham de se refugiar nesses sonhos de secretaria.
Mas o processo foi reaberto por causa de um livro e aí lá tive eu de os aturar outra vez com as piadas da flatulência.
Mas aí começamos a conhecer melhor o processo e não pude deixar de me rir deles, que acreditavam mesmo nos grandes roubos que foram aquele FCP-estrela e beira-mar-FCP.
Mas então a CD da Liga sai-se com castigos e eles, não satisfeitos com os 6 pontos porque, mais uma vez, nem isso chega, vêm dar-me lições de moral e consciência.
Mas eu mostro-lhes que o meu clube é melhor, que a minha equipa é melhor, que o meu treinador é melhor e que o meu presidente é muito melhor e eles ficam em quarto lugar, sem Europa.
Mas eis que a UEFA nos tira da Liga dos Campeões e nascem repentinamente as piadas do pote 0.
Mas afinal a decisão não valia e lá estamos nós na Liga dos Campeões outra vez, e eles, quase sem dormir, mandam “n” pedidos à UEFA a criticar a credibilidade da Federação.
Mas então há uma reunião de conselheiros ao jantar e eles decidem manter o castigo ao nosso presidente e lá vêm eles cheios de esperança que para o ano precisem novamente disto para ir à Europa.
Mas nós defendemo-nos, porque as decisões desta reunião “extra-horas” não são legítimas.
Mas eles defendem-se, dizendo que são, porque o CJ afinal agora tem credibilidade.
Mas nós aproveitamos e gozamos com eles, porque tentam de tudo na secretaria para conseguiram o que teimam em falhar no campo.
Mas…
Mas…
Mas…

O Apito Dourado, o Apito Final, a CD da Liga, o CJ da Federação, a UEFA… Tudo neste momento se resume a uma guerra Porto-Benfica, a uma disputa Norte-Sul. E não adianta nenhum dos lados negar.
É triste, vergonhoso até, mas cá estaremos para o que der e vier.

04 julho, 2008

O Euro já acabou há quase uma semana e Portugal já veio embora da Suíça há muito mais. No entanto, continuo a ver bandeiras nas varandas e janelas. O que me leva a concluir que as pessoas não o fazem por apoio à selecção. Fazem-no porque acham que acha que fica bem. É uma questão de mau gosto decorativo, portanto.

26 junho, 2008

Uma história contada por George Best

"Eu estava com o Bobby Charlton, o Denis Law e o Puskás, estávamos a treinar uma academia de futebol na Austrália. Os jovens que treinávamos não respeitavam o Puskás e gozavam com o seu peso e a sua idade… Decidimos deixá-los desafiar um dos treinadores para acertar dez vezes seguidas na trave e obviamente eles escolheram o gordo e velho. O Lay perguntou aos miúdos quantas vezes é que eles achavam que o gordo e velho ia acertar. A maioria disse ‘menos de cinco’. Eu disse dez. O gordo e velho treinador acertou as primeiras nove vezes de seguida. Ao décimo remate, ele disparou a bola para o ar, controlou-a com os dois ombros e com a cabeça, deu de calcanhar e mandou-a para a trave. Eles ficaram todos em silêncio e depois um miúdo perguntou quem era ele. Eu respondi (e não traduzo porque perde qualidade): To you, his name is Mr. Puskás"

21 junho, 2008

Hepta

Queria agradecer ao FCP o tanto que tem feito pela língua portuguesa. Não me acredito que muita gente soubesse como se dizia "vencer sete vezes consecutivas" antes do dia de hoje. E logo ali. Comemo-los mesmo de cebolada.

Parabéns rapazes.

20 junho, 2008

Pedido à UEFA

(calma Platini e Madaíl, não é mais uma carta do benfica ahahahah)

Este Europeu suscitou-me diversos pedidos a fazer à UEFA para que, desta forma, possam melhorar a competição.

- Acho essencial que os Europeus (e, já agora, os Mundiais) acabem antes de começar. Confusos? Eu explico. Portugal é, de longe, a melhor equipa antes das competições e, como eu um dia até gostava de ver o meu país ganhar aos irritantes alemães ou aos arrogantes franceses, penso que esta seria a solução ideal. Seria assim uma coisa tipo benfica no campeonato português: ganhar antes de começar porque depois perdemos sempre.

- Na eventualidade disto não poder vir a acontecer, proponho que as vitórias morais passem a ser mais importantes do que essas coisas dos golos e não sei quê. Moralmente falando, as outras selecções estão a anos-luz da qualidade de Portugal. Seria assim uma coisa tipo sportem: ganhar de todas as formas possíveis menos marcando mais golos do que os adversários.

- Se, mais uma vez, por acaso não acharem esta uma bela ideia, tenho outra. Os golos dos avançados portugueses deviam valer por dois. Vocês sabem como eles são maus, muito maus, por isso não seria uma ajuda por aí além. Se cada golo do Pauleta valesse por dois, em não sei quantos anos em fases finais ele tinha marcado seis golos à Polónia. Se cada golo do Nuno Gomes ou do Postiga valesse por dois, tínhamos cilindrado a Alemanha!

- Embora ache a última proposta irrecusável, tenho uma que não vão poder dizer não: proibir as bolas paradas. É que eu gosto muito de futebol, de fintas, de boas jogadas, da qualidade técnica dos jogadores e as bolas paradas são uma seca. É só pôr uma bola para a área e está lá um monstro a chatear. Portugal joga muito bem e tem um guarda-redes que de bola parada só se for de penalty, por isso acho isto das bolas paradas muito injusto. O Ricardo, como toda a gente sabe, é o melhor guarda-redes português e, já agora, também pedia para proibirem não só as bolas paradas, mas qualquer jogada pelo ar. A relva é bonita e merece que os jogadores a usem. Nada de cruzamentos onde o Ricardinho tenha de se esconder atrás do Ballack para não levar com a bola (ela vinha de força e podia aleijá-lo, fogo).

- O quê? Não aceitaram esta? Vocês na UEFA são uns totós! (que o diga o benfica ahahahahah) Mas estão com sorte: tenho outra ideia. Todos os jogadores com mais de 1,50m deviam ser banidos dos Europeus. É que eu ADORO o Moutinho e gostava que ele um dia pudesse jogar com checos e alemães sem parecer um Pinipon.

- Vá, é a minha última ideia, por isso aproveitem. Gostava que os melhores penteados, os melhores brincos, as namoradas que aparecem mais vezes nuas nas revistas e os que correm mais atrás de prémios de jogo valessem pontos nos Europeus. E, aproveitando o lanço, os treinadores que fizessem mais anúncios publicitários também. Ah, e os presidentes que pintassem o cabelo com a cor mais bonita também. Ui, e se os secretários de estado que fazem menos também? Estava ganho Portugal! Já para não falar se o número de imigrantes no país organizador contasse para alguma coisa… Ou os programas com nomes estúpidos tipo “É agora!”… Ou os directos televisivos de Neuchatel…

Se pelo menos uma das minhas propostas for aceite, vão ver como os Europeus serão muito mais interessantes. Por favor UEFA, deixem-se de coisas e arranjem maneira da melhor equipa antes e depois dos torneios ganhar. Isso do durante não interessa a ninguém, porra!

P.S. Desculpem enviar o pedido numa altura em que recebem tantos do benfica ahahahahah

16 junho, 2008

06/06/2008

Anónimo disse...
LOL

T disse...
lol...

Anónimo disse...
lol

Quem ri por último, ri melhor

14 junho, 2008

Ridículo

que provoca ou desperta o riso ou o escárnio;
irrisório;
de pouco valor;
insignificante.

É o único adjectivo que encontro para definir as conferências de imprensa da selecção, onde os jogadores se limitam a duas ou três palavras óbvias e os assessores têm a lata de interromper para discutir com os jornalistas.

É isto que vocês querem aplaudir?

12 junho, 2008

Sem Nadal, Federer não seria tão bom

Se há torneio que, para mim, se consegue equiparar ao futebol, esse torneio é Roland Garros. Ganhei-lhe o gosto com Gustavo Kuerten em 1997 e não mais larguei. No entanto, a minha memória apenas reteve as vitórias seguintes do brasileiro; as outras finais, só mesmo com a ajuda da wikipedia. Talvez as minhas gavetas cerebrais não tenham mais espaço para estas preciosidades extra-futebol.
Só em 2005 é que o meu cérebro voltou a Paris, quando um miúdo espanhol impressionou tudo e todos ao vencer Roland Garros. Falo, claro, de Rafael Nadal, que agora é nada mais, nada menos, do que tetracampeão do torneio.
Mas façamos uma pausa na terra batida porque entretanto entrou uma personagem determinante na história. Roger Federer é o número 1 do ranking há já alguns anos e é-o merecidamente. Ninguém ouse questionar a categoria do tenista suíço. Ele é bem melhor do que os outros todos, aliás, muitos dizem que é o melhor de todos os tempos.
A verdade é que, para mim, ele é realmente do melhor que eu já vi, embora confesse que Pete Sampras está lá muito perto. Federer tem tudo levado ao extremo: classe, desportivismo e talento. Vê-lo vencer tornou-se quase o pão nosso de cada dia de quem gosta de seguir de longe os outros torneios. Só que isto tudo parece não ter efeito nos cortes de Roland Garros.
Não sou da opinião de quem possa pensar que Roger Federer não é suficientemente capaz de vencer em Paris. Acho que afirmar isso chega a ser estúpido quando se olha ao ténis do suíço, praticamente perfeito. Acho, sim, que os deuses do desporto inventaram de propósito um Rafa Nadal para lhe estragar a festa.
Com aquela cara de índio temível, Nadal representa quase tudo o que não se pede no ténis. Agressividade, força e um sem número de erros técnicos. Não é que eu perceba muito desta última parte, mas habituei-me a ouvir os comentadores dizerem que «o que Nadal faz não se deve ensinar às crianças».
Canhoto apenas a jogar ténis, o espanhol troca todas as voltas aos adversários. Bate na bola de uma maneira estranha, dá-lhe efeitos desconhecidos e, o que mais me impressiona, é que chega a TODAS as bolas. E é por estas e por outras que ninguém pode brincar com Nadal em terra batida.
Federer e Nadal não podiam ser mais diferentes. Começam na roupa: o suíço veste sempre aqueles pólos e calções de “betinho” e calça umas meias que nunca se sujam. O espanhol parece um “grunho”, de manga caveada, calções compridos e cheio de suor por todos os lados. E acabam na técnica: o suíço sempre perfeito. O espanhol sempre atabalhoado.
É certo que Roger Federer ficará para a história do ténis como pelo menos um dos melhores de sempre. Mas Rafael Nadal ficará nas minhas gavetas cerebrais como o miúdo com cara de índio que mostrou ao melhor de mundo que o desporto afinal não foi inventado por deuses. É de cá, da terra. Batida, pois claro.

11 junho, 2008

Anti-histeria

A frase mais inteligente que ouvi nos últimos tempos:

"Se o meu namorado me dissesse 'querida, põe o cachecol, traz a bandeira, pinta a cara e vamos para a praça ver a nossa selecção' eu acabava com ele"

06 junho, 2008

O que não nos mata torna-nos mais fortes

31 maio, 2008

Jean-Marc Bosman, Andy Webster, Paulo Assunção e o fim

Tal como Jean-Marc em 1995, Andy também será facilmente esquecido. Para a história ficam apenas os seus apelidos: Bosman e Webster. O primeiro abriu caminho para o segundo e quase que aposto que mais desconhecidos destes se seguem.

O que a Lei Bosman e o Caso Webster vieram fazer, em teoria, é demonstrar a evolução do futebol. Numa sociedade baseada no liberalismo económico selvagem, não pode haver lugar para velhos ideais românticos. Os ricos serão cada vez mais ricos e os pobres serão cada vez mais pobres.

Paulo Assunção conseguiu a proeza de trazer o Andy para perto de nós. Para que nos habituemos à ideia. Para que possamos cheirar bem os podres do futebol mundial. E se para a história do Futebol Clube do Porto o Paulo vai ficar apenas como um desconhecido, para a história do futebol português o Assunção será sempre a marca do início do que nós, velhos românticos, mais tememos:

o Fim.

28 maio, 2008

Ricardo Carvalho ensina a lição: como chegar ao topo

A propósito de uma série de reportagens que têm passado na televisão - e que aproveito para criticar, pela pouca informação útil que veiculam e, sobretudo, pelo jornalista/apresentador/entertainer -, lembrei-me de recordar Ricardo Carvalho.

Lembro-me de ouvir falar num miúdo que estava emprestado, não pelas suas qualidades, mas precisamente porque era só mais um miúdo que estava emprestado. Leça, Setúbal, Alverca... 1997, 1999, 2001...

Lembro-me de um suplente com poucas oportunidades para se mostrar na equipa principal, onde andavam nomes como Jorge Costa e Jorge Andrade. 2002...

Lembro-me de um central seguro, eficaz e rejuvenescedor na equipa que venceu a Taça Uefa. 2003...

Lembro-me do melhor central da Europa. 2004...

Lembro-me do defesa-central mais caro, que passou a brilhar intensamente no melhor campeonato do mundo. 2005, 2006, 2007...

Vejo a mesma cara de miúdo, embora retocada com toques de maturidade. A mesma humildade, a mesma timidez, a mesma educação. O mesmo valor, a mesma genialidade, as mesmas qualidades.

Ricardo Carvalho é daqueles casos raríssimos no futebol em que eu sou capaz de dizer: este merece cada cêntimo que ganha.
Como merece que recorde a todos que é mesmo muito difícil respondermos à pergunta: quem é melhor do que Ricardo Carvalho? (Cannavaro não é e foi considerado o melhor do mundo)
Como merecia um reconhecimento bem maior por parte dos adeptos portugueses, dos media portugueses e do futebol português em geral.

Ricardo Carvalho não é muito falado, nunca é capa de jornal nem recebe medalhas. Talvez porque não tem as namoradas do Ronaldo, os brincos, colares, anéis e tatuagens do Quaresma ou porque não diz tantas vezes "eu" como o Simão.

Ou talvez a resposta esteja na pergunta: e se Ricardo Carvalho tivesse sido do benfica ou do sportem?

Os campeões - Parte II

Jesualdo Ferreira

Ele sabe e nós sabemos: mesmo depois de vencer dois campeonatos - sendo que um deles foi com mais de 20 pontos de distância para o segundo -, Jesualdo ainda não convenceu totalmente os adeptos do Porto.
Acho que a primeira razão para isso se prende com o facto de nenhum treinador ser completamente idolatrado neste clube (já escrevi sobre isso). A segunda - e esta sim essencial - é que isso não chega. Este ano, por exemplo, o Porto conseguiu perder de forma ridícula dois troféus nacionais e, apesar de todos sabermos como foi o jogo com o Schalke, nós tínhamos de chegar mais longe na Liga dos Campeões.
Eu encontro-me algures entre os que já não desconfiam da sua qualidade e os que o veneram. Isto se analisar o que referi em cima. Porque, se recorrer às palavras do "mestre", aí dou-lhe nota 20.



Jesualdo deixa-os furiosos cada vez que fala. Mais do que os títulos que lhes esfrega na cara, são as palavras de apreço ao Porto que os magoam. Um filho daquela casa a dizer isto deve ser insuportável.
Digam o que disserem do nosso treinador, sempre que vejo este vídeo (e olhem que não me canso de o ver) gosto cada vez mais dele.

Para o ano, o desafio é maior. Esquece o campeonato Jesualdo, queremos mais.

sportem e benfica

O demérito dos rivais na nossa conquista do tricampeonato já deu imenso que falar. Eu sou das que acha que sportem e benfica foram fundamentais para tanta supremacia do Porto. Não que o mérito e a qualidade do Porto não justificassem a enorme distância. Só acho que as constantes humilhações dos rivais deram mais ânimo à equipa. Quando já estávamos longe (como estamos sempre), os lagartos e os lampiões eram mesmo o nosso único factor de motivação.
Como tal, considero que uma percentagem do nosso campeonato está em alvalade e na luz. Reparem como sou altruísta: esta é mesmo a única maneira deles cheirarem o escudo.

Sevilha, 21 de Maio de 2003

Já foi há cinco anos...

“0-2, nós acreditamos” – quando os Super Dragões levantaram a frase na saudosa Curva Sul do Estádio das Antas, poucos acreditariam no vaticínio da claque portista. Não que o Panathinaikos fosse um colosso impossível de ultrapassar, mas a história fazia questão de nos atormentar.

Só 11 homens não cederam a fantasmas e tristes prognósticos: Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Costinha, Deco, Derlei, Alenichev, Maniche, Paulo Ferreira, Mário Silva e Postiga. Um 4-4-2 – “sem truques” – que nos fez acreditar. Quem não se lembra do nosso (e nunca de mais ninguém) Ninja, manco, de rastos, repleto de cãibras, a marcar dois golos na Grécia?

E aí estávamos nós, na meia-final de uma prova europeia, a sonhar mais alto do que há poucos meses poderíamos imaginar. Disse sonhar? Perdoem-me. Nesta altura a verdade é que já estávamos bem acordados.
Se bem que aquele golo de Claudio López abanou o Estádio das Antas até aos mais profundos alicerces. Seria a Lazio capaz de nos ultrapassar no caminho até Sevilha? Maniche, Derlei (por duas vezes, outra vez) e Postiga fizeram questão de mostrar aos italianos que fazê-lo pela direita é proibido e que a faixa esquerda, com um futebol de outro nível, era toda nossa.

Foi talvez o melhor jogo de uma equipa portista que eu já vi. Ninguém me tira da cabeça, até, que o golo sofrido logo nos primeiros minutos já estava planeado, para apimentar o suspense de um thriller perfeito. A Lazio era a vítima, que corria desenfreadamente para fugir da morte e até conseguiu distanciar-se do vilão perseguidor. Mas o Porto soube ser o mau da fita, que anda devagar atrás da presa, que desaparece e dá uns segundos de alívio, até reaparecer do nada e dar o golpe final. Claudio López não foi, afinal, mais do que aquele tiro que convence o espectador que está a assistir a um final feliz. E a Lazio já devia saber que nenhum vilão morre à primeira.

Roma foi apenas um passeio pela Cidade Eterna, com Vítor Baía – pausa para recordar o melhor guarda-redes do mundo - a demonstrar que as portas estavam mesmo escancaradas para a final. E de repente estava eu numa fila soalheira, à espera que um rectângulo mágico me caísse nas mãos. E, como se o tempo não fizesse parte da nossa dimensão, num instante já estávamos numa camioneta a caminho de Sevilha.

“Começou a invasão”, escrevia um jornal sevilhano na véspera. 70 mil escoceses/irlandeses, 30 mil portugueses e um calor desumano. Como se já não fosse suficientemente doloroso chegar a uma final da Taça UEFA. De Sevilha não tenho muito para vos contar. Não era possível observar a cidade com olhos de turista quando umas horas depois iria estar tanto em jogo. (Um pequeno parêntesis para relembrar o adepto portista que perdeu a vida nas águas de Sevilha. Espero sinceramente que a Taça também tenha chegado até ele)

Estádio Olímpico de Sevilha ou o ideal de qualquer adepto, como lhe queiram chamar. Entro cedo e olho à minha volta. Vício terrível de analisar a bancada antes do relvado. Não sei se demorou 2 ou 20 segundos, mas a nossa parte já está cheia. Não tenho cadeira para me sentar, não tenho água para beber. Devia estar cansada e desesperada com tanta sede. Mas apercebo-me de que o calor não tem nada a ver com as altas temperaturas. Celsius não foi nada naquele dia quando comparado com aquele formigueiro que, se isto fosse um romance, seria um sinal de paixão. E não é que era mesmo?

Não me atrevo a descrever aquele jogo. Tudo o pode ser dito sobre ele será sempre injusto e incompleto. Afinal de contas, estamos a falar dos melhores 120 minutos da minha vida.

De Sevilha para o Mundo,

Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, Alenitchev, Capucho, Derlei e Catarina Pereira.

21 maio, 2008

Não escorregues mais, Terry

Ainda há pouco tempo escrevi aqui que o futebol é perfeito. Depois desta final da Liga dos Campeões, continuo a afirmá-lo. Mas a partir de agora, ao dizer isto, terei sempre na minha memória a imagem de John Terry a falhar aquele penalty.

O capitão, o Chelsea personificado num jogador, o futebol nos pés de um grande homem. Um exemplo para os mais novos e, quer se goste ou não do clube, um orgulho para todos os adeptos do desporto-rei.

Ele falhou. Uma escorregadela tirou-lhe a glória eterna. Não me parece justo. Mas, se assim não fosse, acho que não gostaríamos tanto disto.

19 maio, 2008

Para: João Moutinho

Não costumo escrever a palhaços. Não que eu tenha alguma coisa contra pessoas que ganham a vida com uma bola vermelha no nariz a fazer rir outras pessoas, mas é que desde pequena que nunca achei piada a palhaçadas.
Também desde pequena, pelo menos desde que comecei a ligar ao futebol, tive sempre um ódio de estimação. Chamava-se João Vieira Pinto, jogava no benfica e passava a vida no chão.
Sabes, não eram propriamente as faltas e os penalties que ele ganhava que me irritavam. Era antes a falta de consideração pelos companheiros que estavam em campo e, acima de tudo, pela coisa mais bonita no meio disto tudo: o futebol. O JVP gozava com o futebol e isso, para mim, era a pior coisa que me podiam fazer.
Odiava-o tanto que nem imaginas. Como pessoa, até me sinto inferiorizada ao dizer que nunca odiei ninguém na minha vida como odiei o JVP. Em vez de odiar amigas que roubavam namorados, professores que não me davam a nota que eu merecia ou personalidades que andavam a destruir o mundo, eu odiava um jogador de futebol.
Odiava-o tanto que nunca consegui vislumbrar o seu futebol. Para mim, ele não tinha qualquer qualidade. E posso mesmo dizer que ele contribuiu decisivamente para a minha indiferença com a selecção, porque dei por mim atenta aos jogos de Portugal para torcer para que ele se lesionasse e não pelo resultado propriamente dito.
Ele foi para o sportem e o ódio manteve-se, até porque foram campeões à custa dos seus famosos mergulhos para a área. No boavista e no braga a coisa foi-se dissipando e só hoje consigo dizer, pela primeira vez na minha vida, que o JVP foi um grande jogador.
E é por isso que, antes de chegar ao cerne da questão, te quero dizer que tu estás muito longe de ser o jogador que ele foi.
Isto tudo para te dizer, rapaz, que o vazio deixado pelo ódio ao JVP foi finalmente preenchido. Finalmente, após tantos anos a apenas ficar irritada pontualmente com este ou aquele jogador, volto a ter razões para odiar visceralmente alguém. Finalmente, posso deixar de me preocupar com amigas que roubam namorados, professores que não dão a nota que eu mereço ou pessoas que andam a destruir o mundo. Agora tenho-te a ti, Moutinho.
És tudo o que eu mais odeio no futebol. És tudo o que o JVP era, com o toque de classe de não o fazeres só para ganhar faltas ou penalties para beneficiar a tua equipa. Tu fazes isso por puro gosto. Tu gostas mesmo de gozar com os teus companheiros de profissão e connosco, que amamos tanto este desporto que tu destróis.
Tu não te limitas a atirar para o chão. Fazes mesmo questão de morrer de 5 em 5 minutos para te levantares logo a seguir.
És um nojo, Moutinho. E não tenho qualquer problema em dizer (embora peça desculpa à tua família e amigos, que suponho que não tenham culpa nenhuma) que este Verão voltarei a ver jogos da selecção concentrada naquela coisa pequena que se pode lesionar. Por todos os colegas que gozas, por todos os minutos que estragas aos adeptos, por todo o ódio que te tenho: vais pagá-las rapaz.
E se não for com uma lesão (que para mim é o castigo ideal para os meninos que brincam com coisas sérias), vai ser com pior: hás-de passar a tua carreira nesse clube de merda, contentando-te com essa pequenez e, ao contrário do JVP, nunca me vais ouvir dizer que foste um grande jogador.
Para terminar, não consegui perceber as palavras que o Lisandro te disse quando te encostou a cabeça "à homem", mas espero que tenha sido bem pior do que esta "carta". Só sei que o Fucile agarrou o teu ponto forte: o nariz. E a bola vermelha lá estava, para toda a gente ver.

Catarina Pereira

18 maio, 2008

Adeus Zé!

20 milhões de euros por um lateral-direito. Melhor suponho que seja impossível. Não acho que seja hora para criticar Bosingwa, pela maneira como nunca escondeu querer sair e por ter assinado quando ainda se jogava muito da época do Porto. Fez mal, mas está feito. Como moeda de troca, deixou de ter direito a despedida. Também não critico a atitude, tenha sido a pedido do chelsea ou tenha ficado decidida pelos dragões. Até concordo.

Isto tudo para dizer que o nosso Zé nunca será esquecido. Boa sorte e lembra-te sempre de quem te lançou e apoiou. Nós cá estaremos a torcer por ti.

P.S. Não costumo ligar a choradeiras, porque suspeito sempre de certas lágrimas de crocodilo, mas as que caíram no rosto do Zé esta tarde pareceram sinceras. Bonito menino.

FCPORTO 0 - 2 sportem

Cheguei agora do estádio de oeiras com a plena convicção de que escusava de ter ido. Bem, como má perdedora que sou, tenho de começar por dizer que fomos roubados. O árbitro teve influência no resultado e, como é hábito nos jogos com esta equipa, os prejudicados fomos nós, claro. Pronto, já está.

Agora já posso dizer que o Porto mereceu perder este jogo. Não só porque foi, efectivamente, a pior equipa em campo, mas também porque quem perde 3 em 4 jogos com uma equipa tão fraca como este sportem não merece levantar sequer a taça amizade, quanto mais a taça de Portugal.

Foi muito triste este Porto. Salvou-se apenas o Nuno, pelas defesas, o Pedro Emanuel, pela bravura, e o Rául Meireles, por tudo. De resto, zero. Não percebo o porquê disto ter acontecido. Somos campeões há mais de um mês e há mais de um mês que os ouço dizer que só pensam em ganhar a final da Taça. E se o troféu em si não fosse motivação suficiente, ao menos podiam pensar em quem tinham pela frente.

Um sportem que joga sempre da mesma maneira, à espera do erro, à espera do árbitro. É uma vergonha para quem gosta de futebol. Mas, enfim, connosco pelos vistos resulta.

Agora toca a ir de férias com o nariz menos levantado. Para o regresso, espero bons negócios, mas poucas saídas. E um bocadinho mais de vontade, por favor.

P.S. Parabéns aos adeptos das duas equipas. O estádio é muito mau para o efeito, mas houve momentos inesquecíveis. Muito bonito mesmo.

12 maio, 2008

TRI

É uma palavra bonita, não é? E, nós, portistas, andamos aqui a dizê-la há um mês e tal sem razão nenhuma. Afinal de contas, o campeonato acaba e os jornais escrevem "trichampions" e "tri de leão".

Se isto não é para nós rebolarmos a rir, não sei o que será.

Que adeus tão diferentes...

Ia jurar que, há um ano atrás, o jogador com mais títulos do mundo, que por acaso é português, abandonou o futebol. Ia jurar que nessa altura não houve metade da atenção dos media, não houve cartas do presidente da FPF, não houve esta chinfrineira toda que está a conseguir que não tenha o mínimo respeito pelo adeus a um jogador que admirei.

Ambos amam os seus clubes acima de tudo, isso é óbvio. Mas eu sei a diferença entre os dois: um é do Porto, outro do benfica.

E há outra coisa que eu e Vítor Baía podemos assegurar-vos: ele teve tudo o que queria, tudo o que merecia, tudo o que era preciso, apenas com as 50 mil pessoas que estavam lá.

O futebol é perfeito

Podia estar aqui horas a falar sobre este título. É certo que os adeptos do Getafe não concordarão comigo, mas eu continuarei a achar que a perfeição do futebol pode estar numa equipa com 10 a ganhar 3-1 e a perder nos últimos minutos do prolongamento. Assim como acho que essa mesma perfeição esteve no inter-siena deste fim-de-semana.

Para quem não sabe, caso o Inter ganhasse, era campeão. Em casa, como toda a gente queria. Estádio cheio, tudo a contar com a vitória. 1-0, 1-1, 2-1 e aos 70 minutos 2-2. Chato, é verdade.
Mas nos últimos minutos Materazzi ganha um penalty e todos voltam a acreditar. Digo ganha porque é mesmo esse o termo correcto: o jogador do inter agarrou-se a um jogador do siena e caiu para o chão com aquela cara de coitadinho, de quem já se atirou para o chão com uma cabeçada de um jogador uns bons centímetros mais baixo. Árbitro apita e Materazzi corre para a bola e não deixa mais ninguém marcar. Quer ser ele a dar o campeonato ao inter, quer ser ele o herói. Materazzi ia ficar na história do clube.

Que pena, falhou. E o inter saiu de campo com um coro de assobios.

O futebol pode muito cruel. Mas escreve sempre por linhas tortas.

11 maio, 2008

O belo do apito outra vez

Já expressei a minha opinião sobre as apitices várias vezes, por isso, não é isso que vou fazer. Vou apenas falar um pouco das decisões da nossa sempre amiga CD da Liga.

Do Leiria não há muito a dizer. Perdem três pontos que não fazem qualquer diferença e, como não têm adeptos, ninguém está preocupado.

Do Boavista tenho pena. Não gosto do clube, como é óbvio, mas entristece-me ver um clube “vizinho” a morrer. Sim, a morrer. Porque com este passivo, na segunda divisão e a jogar com os juniores, só um Sérgio Silva versão real é que salvaria isto. E os poucos adeptos do Boavista não se agarrem a isso do “todos juntos, com o nosso amor, vamos lá”, porque os salgueiristas diziam o mesmo.

Do Porto só vos posso dizer que nem eu sei muito bem o que pensar. Por um lado, estou naturalmente com um sorrisinho na boca. Tirarem-nos 6 pontos, não só neste momento mas pelas razões que é, deixa-me satisfeita por ver, mais uma vez, que somos os melhores do país. De longe. Seja esse longe 20 ou 14 pontos.
E até sou perfeitamente capaz de concordar com a decisão de não recorrer. Então andam aí tão empenhados em sujar-nos a imagem, as vitórias e sei lá mais o quê, e agora nós temos que ser os meninos bonitos? Perdoem-me os Rui Moreiras deste país, que têm de se ser sempre muito bem-educados, mas eu digo com todas as letras: odeio que os jogadores do meu clube andem a trocar camisolas e abraços com os rivais que eu odeio, odeio que os meus jogadores deitem a bola fora quando está um qualquer no chão e adoro, por isso, vê-los raivosos com o nosso luxo de perder 6 pontos.
Mas, por outro lado, o eco destas acusações pode ser bastante prejudicial. Os jornais de todo o mundo (que todos os anos escrevem “Porto campeão”) agora andam a escrever “Porto e Pinto da Costa acusados de corrupção”. Como dizia o outro, “eles não sabem, nem sonham” o que anda por trás disto. Mas o que é certo é que eles escrevem isso. O que é certo é que para o ano podemos ganhar a não sei quem na Liga dos Campeões e vamos ouvir umas bocas sobre isto. O que é certo é que isto pode desvalorizar o valor do nosso plantel (embora no mesmo dia, o Zé tenha sido vendido – e bem vendido! -, o certo é que já estaria planeado e não foi à toa que saiu a informação no mesmo dia...).
Por isso, proponho calma e reflexão. E, sobretudo, não se esqueçam de festejar bem este TRI na cara deles.

P.S. Serei a única a reparar que com este Apito Final e a despedida do Rui Costa as coisas acalmaram e bem para uma certa pessoa que tem umas orelhas muito grandes?

05 maio, 2008

FCPORTO 0 - 3 nacional

A autora deste blog não está interessada em futebolices por motivos de: Queima das Fitas.

Até para a semana

03 maio, 2008

O segundo lugar

Peço desculpa aos portistas por falar de um tema tão desinteressante, mas como a luta pela manutenção está só a dois pareceu-me que isto iria chamar mais a atenção. Bem, ficam então umas pequenas notas sobre esta luta pelo segundo lugar.

O sportem não está a fazer uma época tão desastrosa como dizem. Vejam bem: chegou à final da Taça da Liga e só não ganhou porque teve o azar de lhe aparecer uma equipa bem mais forte na final; chegou aos quartos da UEFA e só não passou porque teve o azar de lhe aparecer um colosso europeu, que por acaso até vai à final com o seu futebol estonteante; ganhou a Supertaça sem os árbitros terem nada a ver com isso; e está no segundo lugar sem o marítimo ter sido roubadíssimo em alvalade.

O guimarães até é a equipa que joga melhor, mas falha nos jogos mais fáceis: levou 5 quando nós até queríamos ajudar e já perdeu com a equipa que está em quarto.

O benfica é claramente a equipa que tem mais vantagem nesta luta. Primeiro, porque tem um jogador/maestro/director/treinador/presidente, que é coisa que mais ninguém tem. Depois porque o campeonato deles só começou a semana passada, o que significa que estão mais frescos. E têm o Chalana, porra!

Isto tudo para dizer uma coisa que ninguém parece reparar: benfica, guimarães e sportem estão mais perto de descer do que do meu clube.

P.S. Os senhores que andaram tão aflitos a semana passada, parece que se esquecerem das “facilidades” agora. É ou não é verdade que o quarto classificado vai a casa de um "amigo", que já tem a manutenção garantida? Como diz o Chalanix, vamos lá ver se há fair-play.

“A suspeição no futebol tem muito a ver com frustração.”

28 abril, 2008

guimarães 0 - 5 FCPORTO

Não tive qualquer problema em assumir que não me importava nada de perder em Guimarães. A verdade é que, com este campeonato assim, acho mesmo que o vitória me pode dar a única alegria até ao final da época (repito: campeonato, não incluir a Taça). Só que aquilo que eu já sabia há muito tempo confirmou-se: o Porto é pelo menos 5 vezes melhor do que o segundo classificado.

Este resultado deixar-me-ia, à partida, algo revoltada com esta equipa. Então não era bonito termos duas equipas do Norte na Liga dos Campeões? Era. Mas mais bonito ainda é apreciar a seriedade e o profissionalismo desta equipa. Mais bonito ainda é espetar 5 a um clube que, repito, aprecio bastante pela forma como os vimaranenses são do guimarães e de mais ninguém, mas que não deixa de ser um dos piores adversários do meu. Mais bonito ainda é estar a (quantos são mesmo??) muitos pontos e querer bater tudo e todos pela maior distância possível. Mais bonito ainda é mostrarmos a categoria do nosso campeonato à parte.

Mas bonito, bonito, é imaginar lagartos e lampiões a gritarem golo do Porto.

25 abril, 2008

Os campeões – Parte I

Hélton - 9

Não acho que Hélton seja ou venha a ser dos melhores guarda-redes do mundo. Só não sei é justificar-me. É que este F.C. Porto sofre muito poucos golos e, se é verdade que toda a estrutura da equipa o ajuda, o brasileiro tem a sua quota de responsabilidade nisso. Já teve momentos de alguma insegurança, mas que dedo é que se atreve a apontar para um homem que conseguiu o que dificilmente mais alguém conseguiria: substituir Vítor Baía? Sempre com uma dose de humildade que eu aprecio bastante, sempre com uma alegria exemplar. Não é nem será dos melhores do mundo. Mas é nosso e estamos muito bem com ele.

Zé - 4

Cinco anos com a nossa camisola são o suficiente para justificar o nosso apreço. No entanto, Bosingwa começou por baixo e viu-se obrigado a convencer os adeptos de que não era apenas só mais um. Cresceu imenso com Co Adriaanse e revelou-se o melhor lateral português do momento. É certo que quer sair e nunca gostamos muito de ouvir isso. Mas será um prémio mais do que justo para o nosso Zé. Vamos ter saudades das suas arrancadas, mas o futebol é mesmo assim. Boa sorte!

Bruno Alves - 6

Mais um produto da famosa «escola» de centrais do nosso Porto. Tem na raça e na garra as suas principais armas, dizem. Eu vejo mais do que isso. O futebol evoluiu e isso não chega para justificar um lugar no onze da nossa equipa. É difícil comparar Bruno Alves ao melhor que já produzimos, como Pepe ou Ricardo Carvalho, mas o certo é que é muito difícil passar por ele. Também é verdade que tem uma imagem um pouco gasta no futebol português, graças a uma cabeçada e a um pontapé sempre condenáveis, e que isso possa ajudar a vendê-lo brevemente. Mas aconselho-vos a olharem para as estatísticas: poucas faltas, poucos amarelos e nenhuma lesão provocada num adversário. Nem todos se podem gabar disso, não é?

Pedro Emanuel - 5

Quando chegou ao Porto vinha com o rótulo de «axadrezado convicto». Não é, convenhamos, a melhor forma de entrar aqui. Mas encarregou-se de provar desde logo que estava no Porto de alma e coração e nem uma época «arrumado» fez abrandar esta alma azul e branca. Um exemplo enorme de querer e poder, mais um que entra para a lista de grandes capitães.

Fucile - 11

Talvez o elo mais fraco deste Porto, tal como Nuno Valente o era na equipa de Mourinho. Ainda assim, é querido pelos adeptos. Pela sua entrega e dedicação e também, claro, pela sua qualidade. Não é grande mestre na arte do futebol, mas é o suficiente para nos fazer levantar e aplaudi-lo.

Paulo Assunção - 3

Lisandro e Lucho surpreenderam-nos a todos quando questionados sobre quem era o melhor jogador deste campeonato. Resposta: Paulo Assunção. É difícil concordar com os argentinos (por culpa deles próprios!), mas foi o culminar de mais uma época ao mais alto nível do brasileiro. Não marca, não dá nas vistas, não faz fintas, nem se destaca. Mas é fundamental nesta estratégia que tantos frutos tem dado. É pena que o futebol não saiba premiar convenientemente estes jogadores.

Raul Meireles - 8

É-me difícil falar de Raul Meireles, porque não lhe reconheço enormes qualidades. O certo é que o meio-campo do Porto precisa dele, da sua vontade, do seu querer. E nós precisamos dos momentos em que decide resolver. Não é um Deco ou um Lucho. É Raul Meireles e basta.

Lucho - 1

Não gosto de falar de Lucho. Acho sempre que todos os adjectivos são insuficientes para o classificar. Fico sempre a pensar que podia ter dito ainda melhor. A verdade é que o futebol de Lucho estende-se muito além das palavras. Basta vê-lo, por todo o campo, a conduzir a bola com a classe que nasceu com muito poucos. Basta segui-lo durante alguns segundos, enquanto recupera uma bola e, sem olhar, a coloca no sítio certo. Relembrando os últimos anos, custa-me a crer que, por exemplo, um Deco e um Ricardo Carvalho um dia já estiveram ali, de azul e branco. Hoje parece-me que não me apercebi bem da sua qualidade quando estavam no Porto. Por isso, o grande e último elogio que deixo a Lucho é este: já percebi há muito tempo que ele é dos melhores do mundo.

Quaresma - 7

Ninguém melhor do que nós conhece o feitio difícil de Ricardo Quaresma. Ele não nasceu connosco e nunca terá alma de dragão, por muito que o afirme por palavras, por muito que as suas exibições o demonstrem na prática. Que se lixe, é um génio e há que aproveitá-lo enquanto cá está.

Tarik - 10

Sektioui é um caso muito estranho do futebol português. Durante muito tempo, estive convencida que não passava de um bom rapaz que dá uns toques na bola, nada de especial. Aliás, continuo a pensar assim. Só que agora, enquanto digo isto, revejo o golo contra o Marselha e sinto-me um bocado estúpida.

Lisandro - 2

Lisandro cansa-me. Cansa-me um jogador que luta durante 90 minutos. Cansa-me um jogador que vai a todos os lances como se fosse o último. Cansa-me um jogador que parece que está sempre a jogar a final da Liga dos Campeões. Cansa-me um jogador que marca de todas as maneiras possíveis. Aquela velha associação que fazemos no futebol, de pensar que nós fazíamos melhor que certo jogador porque como somos do Porto temos toda a vontade do mundo, não faz qualquer sentido com Lisandro. Em campo, ele é mil vezes mais portista do que eu.

* Os números dizem respeito à ordem de importância que acho que cada jogador teve neste TRI. Sentido ascendente, como é óbvio.

Guimarães

Sempre tive um carinho especial por esta cidade e esta gente que tanto ama o seu clube e mais nenhum. Sempre, mesmo quando nos estavam a atirar pedras e pilhas e sei lá mais o quê, gostei deste Vitória (hoje até vai com maiúscula).

Mas confesso que nunca imaginei torcer contra o Porto.

24 abril, 2008

Chamem a Polícia

Dizem que as pessoas do Norte têm um sentido de humor especial. Percebem agora porquê?


21 abril, 2008

FCPORTO 2 - 0 benfica

Deixemo-nos de brincadeiras, eu assumo: este benfica dá-me pena. Acima de todas as piadas possíveis e imaginárias que podemos fazer com esta equipa, acima de todos os olés e de qualquer "chamem a polícia", é importante convencermo-nos disso mesmo: o benfica mete pena até aos seus maiores rivais.

Não é um clichet, o futebol protuguês precisa mesmo de um benfica melhor. Nós precisamos de um benfica melhor. Não é só para que isto dê mais pica, não é só porque precisamos da competitividade. É importante que o benfica não desça tão fundo para que, por exemplo, um Porto-benfica não pareça um Porto-naval.

E foi isso mesmo que este jogo pareceu: um jogo absolutamente banal, com uma equipa muito melhor do que a outra, que até se deu ao luxo de não colocar o pé no acelerador. O Porto até nisto foi irrepreensível. Para quê golear, quando podemos espetar-lhes dois sem nos cansarmos e humilhá-los na mesma? E os adeptos tão indiferentes, tão imperiais.

Como portista, sempre pensei que ia adorar ver-vos assim. Não nego que me rie cada vez que o Chalana fala, cada vez que o Vieira vem pedir investigações, cada vez que a equipa é humilhada. Mas começa a deixar de ter piada.

Quero agradecer ao Shalke 04 por me ter dado o único momento emocionante da época.

Quero dar os meus sinceros parabéns aos muito poucos adeptos do benfica que estiveram ontem no Dragão, só eles é que podem dizer que estiveram SEMPRE com a equipa.

Quero dar os parabéns aos jogadores do benfica que foram uns grandes profissionais ontem.

Quero agradecer ao adepto que me fez questão de lembrar que, para estes, Só Lisandro Basta.

Quero confessar que se quiserem continuar assim por mais um anito, vá lá, só mais um! tudo bem por mim.

19 abril, 2008

Anda daí benfica!

Eu já ganhei muita coisa e isso significa que estou habituada a ver este clube de cima para baixo. Eu já os vi muito mal: em 6º lugar, com o Vale e Azevedo e até sou do tempo daquela equipa do Thomas! Mas, sinceramente, até a mim me apetece perguntar: onde está o benfica?

Bem sei que não se pode pedir muito daquele presidente. E, por falar nisso, quero insurgir-me aqui contra as pessoas que hoje vão à Luz pedir eleições antecipadas. Não se faz! O homem dá-vos o melhor plantel dos últimos 10 anos, o homem garante-vos a espinha dorsal da selecção, o homem vai colocar-vos no topo do mundo em poucos anos, e é assim que vocês agradecem? Enfim.

Bem sei que não se pode pedir muito daquele treinador. Bem, chamar-lhe treinador é extremamente simpático da minha parte. Depois de terem recambiado o engenheiro, veio o Camacho para fazer bem pior e, quando o espanhol se farta, deixam isto à frente do benfica... Não tenho nada contra o Chalanix (muito pelo contrário!), não o conheci como jogador mas acredito que tenha sido muito bom. Agora quem é que achava mesmo que o Chalana à frente do benfica ia correr bem? Já nem peço qualificações como treinador (afinal de contas, o Paulo Bento também treina o sportem e ninguém se queixa). Só pedia alguém que soubesse falar português.

Bem sei que não se pode pedir muito daquela equipa. Digam-me lá: quem é que o benfica tem? Fora o Rui Costa durante 5 ou 10 minutos e o Quim, digam-me lá quem são os craques do benfica. O Cardozo é bom? É, mas não vale aquele dinheiro e não compreendo como é que um ponta-de-lança precisa de "um ou dois" apoios na área. O Rodriguez é bom? É, quando lhe apetece. E fico por aqui, porque os outros não merecem a referência. Ok, o facto da equipa não ter qualquer sistema de jogo definido e parecer que eles nem treinam juntos ajudará a que os jogadores pareçam pior do que o que são. Mas eles também não fazem muito para provar o contrário, não é?

Bem sei que não se pode pedir muito daqueles adeptos. É verdade que há coisas que só acontecem no benfica. E isso deve-se muito ao facto dos seus adeptos nunca criticarem nada do benfica, porque o benfica é o maior e é glorioso e ninguém compreende o que é o benfica, só eles. Quando criticam, é entre eles. Nunca mostram isso para fora, acham que é sinal de fraqueza e o maior clube do mundo não pode ter problemas. Enquanto no Porto se assobia durante uma época como esta, no benfica continua a bater-se palmas quando o Chalana passa ou quando o Mantorras entra.

Bem sei que isto é o benfica e por isso não estou muito preocupada. Venham.

16 abril, 2008

setúbal 0 - 3 FCPORTO vs terceiro 5 - 3 quarto

Vou falar em simultâneo de duas semi-finais demasiado diferentes.

Na de ontem, tivemos uma equipa a ser bastante melhor que a outra e a provar, pela 385732858725º vez esta época, que está longe deste campeonato; e tivemos outra que está a fazer, sem dúvida, um excelente campeonato, mas que, se com outros conseguiu superiorizar-se, não teve qualquer hipótese neste encontro.

Na de hoje, tivemos duas equipas abertas, soltas... e más. Desculpem-me, mas é mesmo a verdade: sportem e benfica são maus demais. Parecia que estava a ver um jogo dos distritais (sem desprimor para os distritais): cada tiro, cada melro. Ouvi dizer que foi "o melhor jogo dos últimos anos em Portugal", ou que foi "um jogo muito além deste campeonato"... Respondo em Chalanês: benfica sportem maus; Porto excelente; não comparar.

Boa oportunidade de nos vingarmos de duas derrotas muito injustas. Até ao Jamor!

P.S. A Sic foi muito cruel em mostrar tantos minutos de imagens dos lampiões... Conseguiram imitar muito bem aquelas caras que costumam ser dos lagartos, parabéns!

CHAMEM A POLÍCIA!

15 abril, 2008

setúbal 1 - 2 FCPORTO

Por favor, alguém que avise estes jogadores que o campeonato está ganho.

12 abril, 2008

Pedido URGENTE

Gostava de deixar aqui o meu pedido URGENTE à Polícia Judiciária para investigar a clara viciação de resultados do nosso campeonato. Ainda ontem, por exemplo, a académica podia muito bem ter dado 4 ou 5 e só deu 3. Escandaloso!

06 abril, 2008

FCPORTO 6 - 0 tudo e todos

Tirem-nos 6, 16, 26 pontos. Mandem-nos Apitos Dourados ou Finais. Tentem tudo o que podem.

No fim, quem ganha são sempre os mesmos. Nós.

04 abril, 2008

A longa distância que vai de um qualquer a Rui Costa

A semana passada, Rui Costa comemorou 36 anos. Já queria escrever sobre ele há muito tempo, mas sinceramente enjoei a cobertura mediática. Tenho que começar por dizer que este texto não pretende ser mais um elogio fácil a um dos melhores jogadores portugueses de sempre. Hoje escrevo com toda a sinceridade de quem, se as televisões ainda fossem a preto e branco e assim não lhe visse a cor da camisola, teria Rui Costa como ídolo.

As qualidades futebolísticas de Rui Costa são inquestionáveis. Gosto daquele estilo meio desprendido, daquela maneira única de passear pelo campo sempre com o nariz mais empinado do que os outros. Não me falem em «sprints do Rui Costa» ou em «olhar sempre atento». O Rui não precisa de correr nem de olhar para colocar a bola onde quer.

Mas mais do que isso tudo, o que eu sempre admirei no Rui Costa é aquilo que o distingue, por exemplo, do Figo. Já para não falar do facto do Rui (desculpem a repetição, mas recuso-me a chamar-lhe «maestro» porque ele merecia outra orquestra), na minha opinião, ser melhor do que esse pesetero, a grande diferença está no facto de ter a certeza que o Rui Costa não saía de Barcelona para Madrid.

É essa distância que o Rui faz questão de manter para todos os outros. É essa distância que justifica isto:
«Temos de o felicitar, saber o que não conseguimos fazer para evitar esta campanha e avaliar o que falhou. A temporada correu muito bem ao FC Porto e não correu tão bem não só ao Benfica mas a outros clubes. Também o Benfica não conseguiu acompanhar o F.C. Porto, que pode sagrar-se campeão a cinco jornada do final do campeonato», Rui Costa.
«Foi um ano bastante difícil. O mister Camacho não contou com alguns jogadores importantes. O plantel ao início era bom mas depois ficou um pouco curto. É um ano de azar, mas o azar faz parte da vida. Se tivéssemos o plantel todo podíamos estar a lutar pelo título», Petit.

Isto, meus caros, é o que separa Rui Costa de todo o mortal que dá uns toques na bola. Isto e não a choradeira ridícula num jogo particular (esta não te perdoo). Isto e não apenas a qualidade do seu futebol. Isto é o que me faz dizer que tu és o único aí de baixo que merece estas minhas palavras: devias ter nascido azul, Rui.

Mas deixemo-nos de lamechices nesta despedida antecipada. Desejo-te a pior sorte do mundo para o futuro como senhor director. Espero que tudo te corra mesmo muito mal. Mas não tenho vergonha nenhuma de dizer: com Rui Costa, o futebol é melhor. Com estes Petits que não o conseguem acompanhar, quem tem azar é o futebol.

Um mimo que tinha guardado para os muitos lampiões que me visitam aqui mesmo nestes dias/meses/anos difíceis. :)

Fabregas VS Torres

Escolhi dois jogadores espanhóis para ilustrar o jogo entre duas das melhores equipas inglesas não só como elogio à Premier League (a única que me prende a atenção, de longe a melhor), mas também porque este ano serei adepta de nuestros hermanos.

Eis as principais diferenças entre os dois, sendo que aviso já que os dados estão completamente viciados porque Fabregas, para mim, está mais perto do topo dos melhores do mundo:

* Torres é um portento físico, não é à toa que lhe chamam El Niño. Fabregas é quase escanzelado, parece que se vai desfazer a qualquer entrada mais dura.

* Torres é temível para os seus adversários. Fabregas não faz mal a uma mosca.

* Torres é tão fenomenal que apetece dizer que podia jogar sozinho (e às vezes até parece que o faz mesmo neste Liverpoolzinho condenado a um treinador de atitude medíocre). Fabregas exige ter uma equipa inteira para comandar.

* Torres é extremamente rápido, diria até que faz lembrar «o fenómeno». Fabregas deve ser dos jogadores mais lentos do mundo (mas no fim estejam atentos aos kms percorridos...).

* Torres é o patrão que trabalha mais que os empregados para a casa ter mais lucro. Fabregas é o empregado mais esperto que o patrão.

* Torres não tira os olhos da baliza adversária. Fabregas, enquanto conduz a bola, tem os olhos no esférico, em todos os colegas de equipa, nos adversários e ainda parece dar uma olhadela ao público, só para saber se está tudo bem.

* Torres só pensa em golos. Suspeito que Fabregas nem precisa de pensar em nada.

* Torres está sempre pronto a marcar e, assim, dá imensas vitórias ao Liverpool. Fabregas parece escolher os seus golos, como aquele em Milão.

* Torres é magia, é espectáculo e é o que me faz levantar da cadeira para aplaudir. Fabregas é apenas e só aquilo que me faz adorar futebol.

É mais provável que Torres vá ter o mundo aos seus pés. O futebol, dizem, vive dos golos. Mas cá para mim a essência está atrás de Torres, num Fabregas genial, altivo e quase sempre perfeito.

P.S. Depois do empate injusto, vou torcer para que este senhor Arsenal, dono do meu futebol preferido da actualidade, derrote aquele Liverpool pequenino de Benitez. Torres e, sobretudo, Gerrard mereciam melhor.

Incha, desincha e passa

Este Verão antecipado deixou-me mesmo bem disposta e, como estou farta que só se fale de Apito no meu blog, vim falar do que realmente interessa. Amanhã podemos ser TRI! A vida é mesmo bela.

Para todas as pessoas que andam a dormir mal, um conselho: curtam a vida. O futebol não é tudo.

Para o bakero e todos os lampiões com quem discuti o assunto:

Ora bem, nem eu nem nenhum de nós sabe o que o Porto e o Pinto da Costa fizeram ou deixaram de fazer. Pelo que conheço do mundo do futebol, acredito que já tenham acontecido algumas situações que deixariam qualquer pessoa com o mínimo de moral em choque. Aqui e em todo o lado.

Mas o problema deste Apito não é esse. O problema deste Apito não é nós sermos uma cambada de dementes, que só quer ganhar a todo o custo e que «engole» as palavras do nosso presidente. O problema deste Apito não é a corrupção no futebol português.

O problema deste Apito é que a intenção dele é apenas e só «caçar» a pessoa que deu uma reviravolta no futebol português, a pessoa que anda há mais de 20 anos a fazer o que mais ninguém neste país se atreve a fazer, nem jornalistas, nem comentadores, nem intelectuais ou seja o que for: deixar o benfica na merda.

Eu adoro ganhar e, felizmente, com os meus 21 anos, é só isso que sei fazer. Estou com a consciência 100% tranquila porque sei que este Apito é uma grande tanga. Sei que somos melhores há mais de 20 anos, sei que merecemos todo e qualquer título que ganhámos, sempre contra tudo e contra todos.

E é verdade que aqueles beira-mar-FCP e FCP-estrela me dão vontade de rir. É verdade que me rio com as filas de lampiões para ter um autógrafo da Carolina ou do Barbas a comprar 20 livros. É verdade que me rio quando vi 1000000 anúncios do filme e com o facto do primeiro local a divulgá-los ter sido o estádio da luz. É verdade que adoro ver-vos todos moralistas, a chamarem-nos corruptos e a dizerem que o futebol português morreu. É verdade que adoro imaginar-vos à noite na cama, a enfrentarem o facto daqueles «parolos» do Norte serem muito melhores que vocês.

Com os mais sinceros cumprimentos de alguém que esteve em Sevilha, em Gelsenkirchen e em todos os estádios da Primeira Liga a festejar vitórias.

31 março, 2008

Apito Dourado afinal é Azul

Não, não me enganei no título. Depois de vários e intensivos meses (vá, minutos) de reflexão, cheguei a esta conclusão: o Apito Dourado não passa de mais uma estratégia para beneficiar o Futebol Clube do Porto.

Prova nº 1: Foi uma boa desculpa para o Pinto da Costa se livrar da outra.

Prova nº 2: Desde que o processo foi aberto, reaberto ou lá o que é, o FCP é sempre campeão. Escandaloso.

Prova nº 3: Só arranjaram dois jogos ridículos para levar Pinto da Costa, esse grande corrupto culpado pelo sistema que destrói o futebol português há quase 30 anos, a julgamento. Falarem desses beira-mar-FCP e FCP-estrela é gozar com a cara de quem não dorme até ver Pinto da Costa fora do Porto.

Prova nº 4: Curiosamente, nesse ano o FCP foi campeão europeu. Se isto não é um processo para fazer rir os portistas, não sei o que será.

Prova nº 5: Com o Apito, o gondomar e o boavista estão a atravessar graves crises financeiras e os de lá de baixo andam a comprar Adus e Farneruds. O FCP vendeu Deco, R. Carvalho, P. Ferreira, Maniche, Costinha, Pepe, Anderson, etc e tem Lucho, Lisandro, Quaresma, Bosingwa...

Prova nº 6: Foi preciso a testemunha menos credível do mundo para aquela senhora poder reabrir o processo. Não se arranjou melhor porque isto é tudo feito para ajudar o FCP.

Prova nº 7: Se nos anos do Mourinho o futebol português já estava torto, então neste ano em que se deu uma impulsão decisiva no processo, a coisa está mesmo preta lá para baixo.

Prova nº 8: O Apito não só ajudou o FCP, como serviu para os portugueses lerem mais livros e para dar um empurrãozinho ao cinema português. Foram horas e horas sempre a publicitar o Porto e o Pinto da Costa. Nem se fossem tricampeões tinham tanta atenção.

Prova nº 9: A nossa amiga CD da Liga juntou-se à festa, ameaçando retirar 3 ou 6 pontos ao FCP. Menos de 16 pontos tirados ao Porto e mais alguns dados a um certo clube - não vá o diabo (aka Guimarães) tecê-las - é um escândalo.

Prova nº 10: Não sei como vai acabar esta história. Só sei que adoro a palavra TRI.

belenenses 1 - 2 FCPORTO

Bastava fazer copy+paste do último jogo e estava tudo dito. Só gostava de acrescentar que estou a adorar a azia desta segunda-feira. Ficou tudo incomodado pelo facto dos jogadores do Porto já terem dado uns toques de festa no Restelo e já se fala mesmo em tirarem-nos pontos.

Ouvi falar em 6.

...

Mas espero que sejam 16.

...

Por favor!

28 março, 2008

Luís Freitas Lobo 10 - 0 Paulo Bento

Devo ter sido a única pessoa que aguentou ver o Pontapé de Saída até ao fim sem adormecer, sendo que o convidado era o Paulo Bento. A principal conclusão que tirei é que o treinador à beira do comentador parece o sportem à beira do setúbal.

Paulo Bento ainda disfarçou dizendo várias vezes "eu percebo o que está a dizer", mas não enganou ninguém. Quando LFL metia "transições", "entendimentos entre os espaços" e "qualidade de movimentação", esquece. Parecia um burro a olhar para um palácio. Ou o Chalana a ver alguém a fazer frases.

Mas o meu momento preferido foi quando LFL insistiu para PB tentar começar a jogar num "sistema alternativo", "com um jogador mais fixo na ala, com características de extremo", enquanto "na área continuaria a ter o Liedson e outro jogador que não fosse nem bem um ala, nem um ponta-de-lança puro".

Tradução: "Oh Paulo Bento joga lá à Porto!".

24 março, 2008

leixões 1 - 2 FCPORTO

O Porto nem estava a jogar para ganhar.

Os adeptos nem estavam a exigir a vitória.

Nós nem nos importávamos de dar um pontito ao leixões porque queremos estes vizinhos na primeira.

O Roberto não tinha marcado e ficava tudo por ali, ninguém se ia incomodar.

Depois deste jogo, fiquei convencida que afinal há alguém que quer ser campeão mais do que eu: os jogadores do Porto.

13 março, 2008

Fica Chalana!

Convenhamos que a imagem de Fernando Chalana no banco do benfica é, só por si, uma delícia. Mas Chalana tem muito mais para dar ao mundo do que a sua aparência. Sendo assim, para além de nos presentear com mais uma grande exibição do benfica, Chalana ainda veio, no final da partida, dizer uns vocábulos muito estranhos, interligados de forma também muito estranha.

Chalana: mim não falar tu língua!

12 março, 2008

Camacho VS Paulo Bento

Camacho ficou a 14 pontos do Porto. Paulo Bento está a 20.

1-0 para Camacho

Camacho permitiu que o benfica ficasse na Europa até ao dia 12/03/08. Paulo Bento está em boas condições para ficar na Europa até ao dia 13/03/08.

1-1

Camacho fartou-se e foi-se embora. Paulo Bento não é assim tão esperto.

2-1 para Camacho

Camacho levou um abraço ridículo de Rui Costa em alvalade. Paulo Bento ao menos é logo tratado por tu.

2-2

Camacho nunca se preocupou com tácticas e essas coisas chatas. Paulo Bento pensa que sabe passar de um 4x2x3x1 para um 4x3x1x2.

3-2 para Camacho

Camacho tinha "o melhor plantel dos últimos 10 anos". Paulo Bento tem Ronny, Farnerud, Grimi, Tiui...

3-3

Camacho conseguiu que o benfica fizesse exibições humilhantes nas 4 provas. Hum... Paulo Bento também.

4-4

Nós não temos nada a ver com isto.

Muitos a 0 para o Porto.

FCPORTO 1 - 0 académica

"O Porto vai ganhar este campeonato por falta de comparência dos adversários"

10 março, 2008

O hino, finalmente

Espontâneo.

Emotivo.

Espectacular.

07 março, 2008

FCPORTO 1 - 0 schalke (1-4 naquela coisa estúpida que são os penalties)

Se eu pudesse escolher o golo que nos daria a maior emoção jamais sentida no Dragão, desenhava-o exactamente assim. Porque ninguém mereceu mais os 120 minutos do que Lucho e Lisandro.
Não são jogadores do Porto, mas são aquilo que de mais "à Porto" temos.

Ainda que odeie as vitórias morais, Lucho e Lisandro vão ficar para sempre na minha memória como os argentinos que me tornaram tri(?) campeã e que, nesta inesquecível noite de 5 de Março de 2008, me mostraram finalmente que o meu coração ainda bate com o futebol.
Com eles, estiveram em campo outros heróis: Helton, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile, Cech, Paulo Assunção, Raúl Meireles, Mariano, Farías e Tarik. Falharam, é certo, mas é impossível apontar o dedo a tanta garra, tanta determinação e, sim, tanto talento.

Nunca me vou esquecer deste Porto-schalke.
Nunca me vou esquecer que os penalties são a coisa mais estúpida e cruel que o Homem inventou (P.S. É favor voltar à moeda ao ar. Nós preferimos).
Nunca me vou esquecer que o Quaresma é um atrasado mental.

(Neuer: I'm watching you)

03 março, 2008

boavista 0 - 0 FCPORTO

Quando os jogos para pouco ou nada contam, realmente mais vale encher o estádio dos vizinhos mal-humorados. Esteve bonito como nunca o bessa. Até os italianos (cruzei-me com um grupo deles no metro) ficaram espantados e isso, meus amigos, vale bem mais do que algumas vitórias.

29 fevereiro, 2008

ASRoma 1 - 0 fiorentina

È impossibile qualcuno non si enamorare di Roma. Tem história, arte, futebol e, principalmente, tem vida.

La città che, in fin dei conti, non si divide nella passione. Em Roma sê da Roma.

Milione a cantare il famoso inno. Como se aquele fosse o jogo das suas vidas: é sempre.



Entrare nell' Olimpico era un sogno di tanti anni. Menos do que os que serão precisos para esquecer a sensação.

28 fevereiro, 2008

schalke 1 - 0 FCPORTO, FCPORTO 3 - 0 paços, FCPORTO 1 - 0 gil vicente

A viagem de finalistas a Roma tinha de começar com muito azul e branco. Alguns colegas de bancada iam para a Alemanha através de Barcelona; nós passávamos em Barcelona antes de irmos para Roma. Confesso que foi a pior maneira de começar a viagem: a pensar que preferia ir com eles. Mas Roma deu-me logo a volta.
Na terça, corremos Roma à procura de uma televisão que transmitisse o jogo. Só pedíamos uma, mas era demais para aquela cidade que só conseguia pensar no encontro contra o real madrid. Lá conseguimos encontrar um Irish onde transmitiam os 4 jogos ao mesmo tempo. Escusado será dizer que éramos os únicos a olhar para o pequeno televisor que transmitia directamente de Gelsenkirchen. Ainda por cima, quando chegámos já o Porto perdia.
Não foi um jogo muito interessante, principalmente porque estava rodeada de pessoas aos berros (como se fosse possível vibrar assim sem ser pelo Porto). A registar um dos momentos mais humilhantes da minha vida, quando o bar está em silêncio e aqui a vossa amiga grita GOLO cheia de convicção naquele remate do Lisandro. O italiano ao meu lado (adepto do inter e, por isso, mais morto do que vivo naquele momento) olhou para mim com o olhar mais ternurento do mundo, como quem diz: "deixa lá, eu compreendo". Eu também o compreendia.

Roma enfeitiçou-nos de tal modo que nos esquecemos do jogo com o paços. Coube ao meu pai a tarefa de me ir informando do resultado do jogo. As mensagens foram curtas mas chegaram para acalmar: 1-0 Licha; 2-0 Licha; Agora não vais acreditar 3-0 Mariano. Pronto, está feito. Vamos lá continuar a curtir Roma. Tanto que, no dia seguinte, a mensagem "benfica empata, sportem perde" nem mereceu mais do que uma gargalhada.

Roma não foi uma semana, foram meses.
Conhecemos tudo, aproveitámos tudo, vivemos tudo.
A cidade eterna é agora também a cidade perfeita.
E só no aeroporto, ao saber que o Porto estava a ganhar 1-0 ao gil, é que me senti com os pés na terra outra vez.

16 fevereiro, 2008

marítimo 0 - 3 FCPORTO

Já há muito tempo que desconfio que na Madeira se vendem uns comprimidos anti-Porto. As equipas de lá não disfarçam o ódio especial ao FCP e dão sempre o tudo por tudo para nos tirar pontos. Até aqui, tudo bem. Confesso até que, apesar da minha ascendência madeirense, também não gosto lá muito deles. Mesmo com o número de portistas lá a crescer de maneira surpreendente nos últimos anos, não me importava nada de ir lá espetar-lhes 3. E assim foi, finalmente.

Quanto ao jogo, foi uma partida normal da Liga portuguesa, o que é o mesmo que dizer que o Porto foi melhor e mereceu vencer. O marítimo até deu luta, devem ter tomado daquilo que faz correr e disputar todos os lances como se fosse um jogo decisivo para eles. Mas a isso já estamos habituados ali. Eles é que pelos vistos não estavam à espera deste resultado.

Ao senhor treinador do marítimo, que até tem vindo a fazer um bom trabalho, só lhe faltou dizer que naquele lance deviam ter sido expulsos o Lisandro, o Lucho, o Quaresma e, já agora, todos os suplentes. Coitados, foram mesmo muito roubados. Senão note-se: naquele famoso lance, o Lisandro e o Mossoró (que parecia estar a jogar o jogo da vida dele) entram os dois com o pé da mesma forma. Compreendo que teriam gostado muito mais que o Mossoró tivesse lesionado o Lisandro se este se tivesse encolhido, mas não se podem partir perónios todos os dias. Entretanto, o Lucho é empurrado pelo Djalma e nem lhe liga, mas vai acalmar o Mossoró (que estava com vontade de matar pelo menos dois ou três jogadores do Porto). Lazaroni: acalmar é diferente de "atropelar".
Confusão muito feia, é verdade. Mas o Mossoró lá se acalmou e é tão bom que nem tocou mais na bola.
Entretanto, o árbitro (que fez mais uma exibição deplorável) dá amarelo ao Lucho e ao Djalma. Ninguém percebeu muito bem, mas pronto. Descambou, claro. Ninguém percebeu os critérios de Pedro Henriques, acho que ele próprio estava um pouco confuso. E eis que Lisandro faz aquilo que, mesmo com árbitros desnorteados e adversários raivosos, decide: marca.
Na segunda parte, Djalma é bem expulso e no segundo golo do Porto até devia ter sido marcado penalty sobre Lisandro e o defesa seria expulso porque o argentino ia rematar para o golo. A partir daí, foi bailinho na Madeira.

Hoje aconselho a que, ao tomarem o comprimido anti-Porto, lhe juntem qualquer coisa para a azia.

15 fevereiro, 2008

Arbitragem

Já que nos últimos tempos falar de futebol se tornou uma coisa triste em Portugal, escolhi um tema para animar um bocado isto: arbitragem.
E não pensem que vou cair na fácil tentação de falar das arbitragens da Taça. Não me apetece dizer que a 2ª circular foi, obviamente, beneficiada, até porque gosto que finalmente haja competitividade em alguma competição nacional.
Vou, então, falar-vos antes do braga.

Como sabem, esta semana tivemos UEFA. Esta até é uma competição que eu admiro bastante: não só por a ter ganho, mas também porque o sportem a perdeu em casa. Há os que dizem que a prova tem descido de nível, que há poucas equipas de qualidade a lutar pelo troféu e essas coisas.
Bem, verdade seja dita que uma competição onde há três equipas portuguesas em prova não pode ser grande coisa. Mas repito: eu gosto da UEFA e até gosto de ver as equipas portuguesas. Porque não torço por elas e, por isso, tenho grandes probabilidades de sair contente desta história.

Ora, convém também dizer que é realmente um grande feito o braga ter chegado até esta fase. É bom para o futebol português ter uma equipa de segundo nível nesta competição. Arrisco até a dizer que vai ficar para a história. Até porque o treinador se chama Manuel Machado. Se já é difícil a uma equipa mais pequena chegar até aqui, então com este treinador parecia impossível.

Bem, mas o braga teve o azar de apanhar o werder bremen e já todos estávamos à espera de qualquer coisa como um baile neste jogo. 3-0 foi realmente um péssimo resultado. Mas acho que o braga teve um grande mérito, porque este jogo vai mesmo ficar para a história. Nunca vi uma equipa portuguesa ser tão beneficiada pela arbitragem num jogo internacional. E, mesmo assim, o Manuel Machado conseguiu levar 3. Não é para todos.

Eu só espero que haja uma espécie de Maria José Morgado europeia que investigue aquilo.

11 fevereiro, 2008

sertanense 0 - 4 FCPORTO

Na semana passada, a palavra mais dita nos media portugueses não foi, incrivelmente, benfica. Nem Makukula. Foi sertanense.
Nunca vi falar-se tanto de uma equipa da III divisão. Aliás, fora dos três grandes, acho que nunca tinha visto falar-se tanto de uma equipa. Minto: talvez o atlético e o fátima tenham tido esse privilégio.

Não quero com isto insinuar que foi injusto ceder-se tanto tempo de antena à equipa da Sertã. Nada disso. Realmente foram uns heróis em chegar tão longe. E não é todos os dias que se enfrenta a melhor equipa portuguesa, bi-campeã nacional, que está na Liga dos Campeões, etc. Aliás, acho que a Taça, se não servisse para estas equipas terem os seus 15 minutos de fama, nem devia existir.

Só senti necessidade de vos pedir para reflectirem sobre isto porque acho que, mesmo na imprensa portuguesa, devia haver limites. Por exemplo, é natural que estivessem muitos milhões a torcer pelo sertanense e até é natural que a grande maioria dos media fizesse parte desse movimento. Só não acho muito normal que a Sporttv lance uma reportagem com a seguinte frase: "antes que o Futebol Clube do Porto caia na Sertã...". E como estas muitas outras. Vá malta, bora disfarçar mais um bocadinho tá? Eu sei que uma mentira dita muitas vezes passa por verdade, mas vamos lá ter mais calma.

Os 15 minutos de fama foram, afinal, uma semana inteirinha de fama. Só foi pena o sertanense perder. Hoje já nem existem.

08 fevereiro, 2008

Itália 3 - 1 Portugal

O céptico:(1) - E Portugal lá perdeu com a Itália. Outra vez.
O crente:(2) - É verdade. Mas jogámos muito bem.
(1) - Ai sim? Não vi nada.
(2) - Na primeira parte dominámos os gajos.
(1) - E eu a pensar que tínhamos ido a perder para o intervalo.
(2) - Sim, mas foi azar. O Bosingwa não devia ter deixado o gajo cruzar.
(1) - É, e o Ricardo devia deixar de fazer aquelas figuras.
(2) - Mas quais figuras? Ele não tem culpa nenhuma. Aliás, safou-nos de levar 4 ou 5.
(1) - Então estás a dar-me razão, não jogámos nada.
(2) - Pronto, jogámos só bem então. E o Quaresma varreu os italianos.
(1) - Isso é verdade. Raio do gajo, devia era tar quietinho nestes jogos.
(2) - Não digas isso. Se ele não desse o máximo, o Scolari encostava-o.
(1) - Ui, e isso seria cá uma pena... Quem parece que anda a gozar connosco é o Ronaldo.
(2) - Então? É o melhor jogador do mundo!
(1) - É, no manchester. É ele e o Makukula.
(2) - O Makukula? Porquê?
(1) - No benfica é só marcar golos (nos treinos) e ali tocou uma vez na bola.
(2) - 'Tá bem, mas fez um grande trabalho a desgastar os adversários.
(1) - Sim, o Cannavaro ainda deve estar cansado aliás... Poupa-me!
(2) - És sempre a mesma coisa. Nunca consegues ver as coisas como elas são.
(1) - Enganas-te, eu é que vejo bem as coisas como elas são. Por exemplo, esta selecção faz-me lembrar o benfica de Camacho.
(2) - Epa, eu sou crente mas não sou tanto! Pobres internacionais portugueses...
(1) - A sério... Repara: eles têm muita vontade, mas organização é zero. É cada um a jogar por si.
(2) - Lá estás tu a criticar o nosso grande seleccionador, que nos levou até ao topo.
(1) - Ao topo das derrotas, talvez. Abre os olhos pá. O gajo anda a gozar connosco.
(2) - Não acho nada. E não te esqueças que ele é um campeão do mundo.
(1) - É, quando até eu a treinar o Brasil seria. Esse título nem devia ser válido.
(2) - Então porquê?
(1) - Porra, até o Polga foi campeão do mundo. Não tem credibilidade.
(2) - Bem, agora que falas... O Scolari realmente só tem feito um trabalho razoável.
(1) - Gostei particularmente quando o repórter da RTP lhe perguntou o que falhou tacticamente e ele se embrulhou todo. Não percebe nada daquilo.
(2) - Dizes isso porque ele não gosta do teu clube.
(1) - Mais uma vez, enganas-te. Ele adora o meu clube. Repara neste 11: à baliza o guarda-redes da última equipa da Liga Espanhola (e no banco está pelo menos um melhor do que ele); a defesa é tudo made in Porto fora o buraco Caneira; meio-campo made in Porto fora o buraco Petit; ataque com o melhor do mundo, o melhor de Portugal e o D. Sebastião.
(2) - O que tem? Eu acho o Ricardo o melhor guarda-redes português (noutro dia defendeu um penalty em Espanha, toma lá!); a defesa é boa e ainda nos falta o Pepe, o J. Andrade, o Paulo Ferreira que estava no banco...
(1) - Tudo made in...
(2) - Isso não interessa. No meio-campo falta o Veloso e o Moutinho.
(1) - É, se um entretanto perder 20 kgs e o outro ganhar 20 cms.
(2) - Não sejas assim. O sportem fica triste se não levar ninguém ao Euro.
(1) - Olha que eu até achava um orgulho se nenhum jogador meu estivesse naquela confusão.
(2) - Mas deixa-me acabar: no ataque falta-nos o Nuno não te esqueças!
(1) - Ui, o goleador. Os turcos, os suiços e os checos já tremem.
(2) - Sempre a gozar os nossos jogadores... Então diz lá tu o que mudavas na selecção oh sabe-tudo!
(1) - Eu não mudava nada. Gosto dela é assim.
(2) - Não percebo. Então não queres que o teu país faça boa figura no Euro?
(1) - Eu quero que o meu país faça boa figura na Saúde, na Educação, na Cultura, na Economia e etc. Agora no Euro quero que se lixe.
(2) - Então nem vais ver os jogos, suponho...
(1) - Vou, claro. Quanto mais não seja para torcer para que os meus jogadores não se lesionem.
(2) - Olha, eu já tenho a janela preparada para pôr lá a bandeira, já comprei um bilhete para a Suiça e acho mesmo que é desta!
(1) - Oh, mas tu és um crente.
(2) - Dizes isso por eu acreditar no Pai Natal e no coelhinho da Páscoa?
(1) - Não. Digo isso por acreditares que esta selecção é bem orientada.
(2) - Aqui que ninguém nos ouve... Nem eu acredito nisso.

04 fevereiro, 2008

Uma semana à benfica!

2ª feira

O futebol volta a ter interesse em Portugal. Fala-se mais do desporto-rei, o país está finalmente mais animado.

3ª feira

Fazem-se contas: "estamos só a 8 pontos, como vamos ganhar ao Dragão no fundo são 5, como o Porto até vai por aí abaixo num instante são 2 ou 3 e depois está feito".

4ª feira

Chegou o Makukula. Mais um D. Sebastião desta época.
Claro que há aqueles infiéis que não compreendem esta contratação. Sim, têm bastantes avançados e, nesta altura, até o melhor ataque da Liga. Sim, realmente o Makukula não é o melhor jogador do mundo. E daí? É parecido com o Mantorras, tem mais golos que o Cardozo e fala tão bem como o Nuno Gomes.
Apresentação em directo em todos os telejornais, voltamos aos bons velhos tempos de alegria na luz.
O presidente prova como a prioridade do benfica tem sido a contratação de jogadores portugueses (como dá para ver por Cardozo, Bergessio, Yu Dabao, Zoro, Butt, Di María, Andrés Díaz, Adu, Gilles, Rodríguez, Maxi Pereira, Edcarlos e agora Sepsi) e ficam todos contentes.

5ª feira

Makukula marca 5 golos no treino, é a loucura, ninguém pára o benfica!

6ª feira

Camacho dá mais uma das suas conferências de imprensa mal disposto com os jornalistas e deixa uns avisos: "a pressão temos de a procurar nós. Os jogadores têm de sair para o relvado com a mesma mentalidade e atitude que tiveram em Guimarães. Outra coisa é o que irá acontecer".

Sábado

O benfica empata com o nacional em casa. A equipa não tem qualquer organização e a vontade não chega. Camacho tirou o melhor jogador em campo e trocou lateral por lateral. Ficam a 10, que no fundo são 7 porque eles vêm ganhar ao Dragão, só é pena o Porto ainda não ter vindo por aí abaixo mas pronto.

Domingo

Futebol? O que é isso?

FCPORTO 4 - 0 leiria

* FCPORTO 4 - 0 leiria

Com facilidade. Para provar que a semana passada houve um grande engano.

* FCPORTO 33 - 16 espinho

Sem espinhas. Para continuar bem colado ao líder.

* benfica 2 - 4 FCPORTO

Com qualidade. Para que não restem dúvidas de quem é o melhor.

* FCPORTO 67 - 64 ovarense

Com garra. Porque, mesmo contra os melhores, queremos e sabemos ganhar.

* "Foi um orgulho para mim actuar com estes jogadores. Foi fantástico e o concretizar de um sonho. É o primeiro de muitos jogos com a camisola do F.C. Porto. Acredito nisso e vou trabalhar para que tal aconteça. Toda a gente me ajudou e fico muito contente por isso. Este grupo merece tudo."